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Título   2555 dC Gênero Ficção
 
     
     
     
 

 

Título original: 2555 dC

Romance / Drama / Ficção

edição

 

Copyright© 2022 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado, futuro ou outras obras...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

 

São Paulo, SP, 14 de Abril de 2003.

 

 

Lucas era um homem bom. Honesto, sempre fora trabalhador, uma pessoa digna, amigo de todos e mesmo assim cometera um erro, o de confiar nas pessoas e por conta disso só passou por tristezas, magoas e desilusões na sua vida.

 

Não era velho, pelo contrário, estava com quarenta e cinco anos de idade, mas devido a tantas desilusões e golpes que tomara aparentava ter mais de oitenta. Estava cansado, desanimado e vendo que nada dava certo para si pensara diversas vezes em acabar com a própria vida, porém, todas as vezes que isso lhe passou pela cabeça não teve coragem suficiente para fazer o que se propusera a fazer.

 

Fora a outra entrevista sem sucesso próximo ao parque Ibirapuera na capital paulista e devido quem sabe pela aparência cansada a resposta novamente fora a mesma...

 

- Deixe seu curriculum, que qualquer coisa lhe chamaremos.

  

Sabia bem que jamais o chamariam e mais uma vez estava sem chão. Não tinha para onde ir. Sua família o abandonara e esta foi a maior perda de toda a sua vida. A esposa que tinha foi embora com outro homem e levou junto com ela os dois filhos pequenos. Os demais parentes não se importavam com ele fazia anos e talvez por culpa sua mesma, por ele ter procurado viver um mundo apenas dele, da esposa e dos filhos.

 

Pagara caro por isso e o tempo, em questão de meses, se incumbira de lhe destruir as estruturas físicas e de aparência. Não se sentia velho, mas estava acabado demais. Emagrecera mais de quarenta quilos e isso lhe dera uma aparência horrível.

 

Cansado entrou nas dependências do parque e caminhou sem sequer saber para que estivesse andando por ali. O sol estava forte no céu. O suor lhe escorria pelo corpo e resolveu sentar-se um pouco. Procurou por um banco e de repente, como se um imã o puxasse caminhou até um que estava meio escondido no meio das árvores.

 

Era um banco que tinha estava coberto de folhas de árvores à sua volta e pareceu-lhe mais com um portal do que com um lugar comum. Estava cansado e resolveu ir até ele. Sentou-se e ficou ali olhando para os lados.

 

Baixou a cabeça e começou a pensar na sua vida e viu através das lembranças que a culpa por tudo que ele estava passando era sua mesmo e não de outras pessoas, pois sempre fora uma pessoa destemida e por ser assim não tinha medo de arriscar nas coisas, mesmo quando elas lhe parecessem erradas e tentando acertar cometia mais erros e isso lhe custara caro. Perdera tudo que possuía e pior, perdera toda a sua família e a sua estrutura.

 

Lágrimas lhe escorreram pelos olhos e viu q a sua burrice o levara a destruição e assim pensando, com uma forte dor no peito foi que olhou para o céu e pediu ajuda...

 

- Ah como eu gostaria de poder ter uma segunda chance!

  

Voltou a baixar a cabeça. Perdera a noção do tempo e o sol que estava tão alto no céu começou a desaparecer e ali perdido em seus pensamentos nem se deu conta de que um rapaz se aproximara de si. Sentou-se ao seu lado e nada disse.

 

Lucas também não estava com vontade de falar e permaneceu calado até que o rapaz que não devia ter mais do que dezesseis anos lhe perguntou...

 

- Você está bem?

- Claro que não estou bem. Por acaso estou com cara de quem está bem?

- Realmente a sua cara está péssima. Tem quantos anos?

- Quantos anos acha que tenho?

- Pela sua cara diria que mais de oitenta.

- Vá pra merda moleque. Tenho quarenta e cinco anos.

- Eu não disse que tinha, mas que pela sua cara parecia que tinha.

- Não me encha o saco. Cai fora daqui.

- Calma! Acho que está precisando desabafar e se quiser estou aqui.

- Não quero desabafar. Vá embora.

- De repente eu possa lhe ajudar a mudar sua vida.

- Como poderia me ajudar a mudar de vida?

- Se me ouvir, quem sabe possamos nos ajudar.

- Está bem. Diga! Estou ouvindo.

- Eu posso ser bem direto e objetivo?

- Diga logo cacete. Você está me deixando ainda mais irritado.

- Veja aqui em minhas mãos. O que vê?

 

Lucas olhou e o garoto tinha um aparelho estranho nas mãos que mais parecia com o controle de um vídeo game, mas nada disse, permaneceu calado.

  

- Deve estar pensando que estou doido e que isso aqui é o controle de um vídeo gane, não é?

- Foi o que pensei realmente. Respondeu Lucas.

- Vai achar que estou brincando ou que sou doido, mas posso te garantir que não estou brincando e nem sou doido. Isso aqui é um dispositivo para se viajar pelo tempo.

- Era só o que me faltava. Um doido para me perturbar ainda mais.

- Ei! Calam. Não sou doido não. É sério e posso provar.

- Prove então, senão vou te dar vários tapas na cara.

- Você não gostaria de ter uma segunda chance na vida?

- Quem dera eu pudesse tê-la. Resmungou Lucas.

- Vou lhe propor uma coisa. Preste atenção.

- Estou ouvindo.

- Eu criei um dispositivo para viajar através do tempo. Com ele pode-se ir tanto para o futuro quanto para o passado, mas sou covarde demais para testar meu invento.

- Espera ai. Você ainda não o testou?

- Testei sim. Em um rato.

- Um rato? E o que aconteceu com ele?

- Não sei! Mandei-o para o futuro e ele não voltou.

- Você é doido mesmo não é?

- Não sou.

- E quer propor para que eu use este aparelho que nunca testou, a não ser em um rato que não voltou e sirva de cobaia para você?

- É! Isso mesmo.

- Só pode estar brincando.

- Veja bem. Eu mandei um rato para o futuro, mas ele não voltou porque não usava o aparelho e você iria usar e assim poderia voltar.

- É! Ai tem certa lógica.

- Topa então?

- Quer me usar de cobaia para algo que nem sabe se daria certo.

- Deu certo com o rato.

- Mas ele não voltou. Como sabe se ele sobreviveu ao que você fez?

- Não sei, mas fiz um teste com uma maçã e a mandei cinco minutos no futuro e ela estava lá onde eu a mandei.

- Hum! Uma maçã?

- Isso mesmo e ela estava inteira do jeito que a mandei.

- E você a comeu?

- Não! Como te disse sou covarde.

- Ah ta! Mas o que realmente quer que eu faça caso eu topasse é claro?

- Simples! Quero que vá a vinte anos no futuro e me encontre lá.

- Quer que eu vá te encontrar vinte anos no futuro?

- Isso mesmo. Algum problema?

- E como eu iria te encontrar daqui a vinte anos no futuro?

- Ai que está. Eu vou lhe dar o endereço e isso estará ajustado no dia, mês, hora e local que deverá ir à viagem.

- E como sabe que você estará lá?

- Eu vou me avisar que estou fazendo isso hoje e estarei lá te esperando quando chegar.

- E se você não estiver lá quando eu chegar?

- Ai você pergunta para os vizinhos que eles lhe dirão onde estaria.

- E se você já tiver morrido quando eu chegar?

- Não tinha pensando nisso, mas com certeza algum vizinho lhe dirá que eu morri.

- Tudo bem! Digamos que eu concorde, o que ganho com isso?

- O que você quer?

- Quero que depois que eu fizer isso você me deixe fazer uma viagem no tempo para onde eu quiser ir.

- Você só não pode ir para o passado e mudar as coisas lá atrás.

- Porque não?

- Porque se fizer isso poderá abalar todo o planeta, pois um ato impensado no passado, com certeza afetaria o futuro.

- Tudo bem! Não quero voltar no tempo não, porque eu fui muito otário no passado.

- Menos mal. Sinal que reconhece porque se ferrou. Respondeu o garoto sorrindo.

- Olha a boca moleque. Mostre-me como funciona este aparelho.

- É simples! Veja que tem dois botões acima dele. Um verde e um azul.

- Sim! Estou vendo, mas como controlo o tempo? Quero dizer, para onde estarei indo.

- Veja aqui do lado dos botões, embaixo tem quatro controles rotativos. Está vendo?

- Sim! Estou.

- São de dias, meses, anos e local.

- Posso colocar o endereço ai para ir?

- Não! Ainda não, mas pode colocar a cidade e o bairro.

- Ah é bem simples. Imagine que eu coloque ai São Paulo e o bairro de Santo Amaro. Eu iria para lá, estou certo?

- Está sim.

- Perfeito, mas tem idéia do tamanho que é o bairro de Santo Amaro? Como farei para me locomover por lá?

- Não tinha pensando nisso, mas ai você pensa, ou imagina algo.

- Imagine que o endereço seja a vinte quilômetros, daí eu peço carona, é isso?

- Pode ir a pé também.

- Acho que vou te dar umas porradas moleque.

- Calma! Quer a sua chance ou não?

- Tudo bem, mas o que falo para você lá no futuro, caso eu lhe encontre?

- Apenas lhe mostre o aparelho e traga-me de volta algo mais avançado.

- Só isso?

- Só! Simples né?

- Aparentemente sim. Quando quer que eu vá para lá?

- Você tem algum compromisso agora?

- Não! Por quê?

- Por mim pode ir agora se quiser, mas quero que vá comigo até em casa que fica aqui perto para saber onde me encontrar na volta.

- Tudo bem! Vamos lá então.

 

Poderia parecer loucura, mas como Lucas nada tinha para fazer ou para onde ir, aquilo lhe pareceu uma ótima chance de mudar as coisas em sua vida e pensando nisso como em um passe de mágica suas forças se renovaram. Saíram e foram ate a casa do garoto.

 

- Mora com quem na sua casa?

- Com meus pais, mas eles não sabem da minha invenção. Chegando lá vamos entrar pela garagem. Tudo bem?

- Tudo! Vamos lá. Qual é o seu nome?

- Ludovico.

 

Chegaram e entraram. Ludovico levou-o até um canto escondido da enorme garagem que ele usava de laboratório e ali, naquele lugar eles ajustaram o controle para que Lucas pudesse realizar a viagem experimental daquele aparelho que nem o próprio inventor tinha cem por cento de certeza de que funcionaria.