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Título   Dois mundos Gênero Ficção
 
     
     
     
     
 

 

Título original: Dois mundos

Romance / Drama / Ficção

edição

 

Copyright© 2023 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

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  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado, futuro ou outras obras...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

Tudo parecia impossível ou jamais imaginado por qualquer ser vivo do planeta. Tudo poderia ser coisa da imaginação de um sonhador ou de uma pessoa fora da realidade. Tudo poderia ser nada, porém, por outro lado poderia ser tudo, mas de repente aconteceu. Dois planetas idênticos acabaram se fundindo abrindo um elo de ligação com o outro onde era simplesmente a cópia exata e perfeita de tudo que havia no nosso mundo.

 

 

São Paulo, 17 de março de 1978.

 

- Você está vendo o que eu estou vendo?

- Não! Me recuso a ver o que aparece diante de nós.

- Deixa de ser besta Evandro! A coisa é óbvia.

 Só porque você vê algo que diz que é óbvio eu vejo como uma anormalidade Henrique.

- Você não está vendo que isso pode ser uma passagem para outro mundo?

- Não! Respondeu secamente Evandro.

- Onde está o seu censo de profissionalismo?

- Acho que ficou no laboratório!

- Eu vou atravessar isso. Você vem comigo?

- Nunca!

- Porque não?

- Sabe-se lá o que há do outro lado. Respondeu Evandro de cara fechada.

- Hum! De repente passamos por isso aí e poderemos ver os dinossauros ao vivo.

- Deixa de ser idiota Henrique! Dinossauros.

- Foi uma colocação, mas de repente atravessemos e vemos irmãos marcianos.

- Marcianos!

- Sim! Pode ser que seja um portal da terra com marte. Já pensou nisso?

- E atravessando veríamos homenzinhos de verde do outro lado?

- Talvez nos deparemos com mulheres verdes do outro lado. Pensa nisso.

- Nem quero pensar!

- Então vou sozinho e fique aqui e aguarde que eu voltarei, ou não. Disse Henrique rindo.

- Tudo bem! Sabe que sou teu amigo, mas entrar aí é coisa insana.

- Insana nada! Nosso trabalho não é sobre ciência e descobrimento do inexplicável?

- Pode ser, mas trabalhar em uma cadeira e nos computadores é uma coisa, mas achar e se arriscar é outra.

- Caramba! Você nunca foi de amarelar e agora vem com está frangada. Estou decepcionado com você.

- Cacete! Eu não vou entrar aí. Se quiser pode ir.

- Tudo bem! Eu vou com ou sem você, mas se eu não voltar você irá ficar com remorso.

- Vou nada! Se você não voltar foi porque eu acertei de não querer ir com você.

- Então eu irei!

- Boa sorte meu amigo! Disse Evandro em tom de despedida.

 

Henrique caminhou um pouco e transpôs aquela nevoa que se assemelhava a um portal. Evandro não se moveu e permaneceu por ali sem saber o que fazer e nem teve ideia do tempo que ali permaneceu como se fosse uma rocha olhando para o algo inexistente.

 

Henrique não acreditava no que estava vendo. Atravessara uma pequena névoa e acabara saindo em um lugar totalmente igual, porém diferente de onde entrara. Era tudo idêntico, porém era notório que não era no mesmo lugar e da mesma forma que via ao longe a cidade de um lado via-a dali de onde estava, mas havia uma diferença, dois prédios inconfundíveis estavam ali de cores diferentes.

 

- Evandro tem que ver isso e se ele ainda não tiver fugido com certeza irá querer ver. Pensou.

 

Olhou para trás e lá estava o local onde havia transposto após passar por aquela fenda ou portal que o levara até aquele local. Olhou para diante e novamente para trás. Ficou indeciso, mas sabia que se ele voltasse com certeza em nome da ciência Evandro o acompanharia. Resolveu voltar e agradeceu aos céus por ele estar ainda parado ali olhando pelo local que ele havia atravessado.

 

- Ufa! Que alivio. Você ainda está vivo?

- Não sua besta! Eu morri e é a minha alma depenada que veio te buscar.

- O que viu do outro lado?

- Algo que vai querer ver. Te garanto isso.

- Não é perigoso?

- Não sei, mas eu não voltei?

- É! Voltou, mas o que tem lá.

- Um lugar parecido com este aqui onde estamos.

- E como sabe que não é aqui mesmo?

- Porque o que vi lá, apesar de ser idêntico dá para se saber que é diferente.

- Você pirou é?

- Quantas vezes eu menti para você?

- Nunca!

- Então venha comigo e verá.

- Tem certeza que é seguro?

- Se não fosse eu não estaria aqui agora, concorda?

- Isso é verdade!

- Venha comigo que irei te mostrar a descoberta e quero concorrer ao prêmio Nobel.

- Posso estar junto com você neste prêmio?

- Acha que merecerá estar nele?

- Claro! Não estou aqui com você?

- Aqui é uma coisa, mas está cagando nas calças de atravessar isso aí e ir comigo do outro lado, porém, se concordar com isso posso pensar no seu caso.

- Tudo bem doutor Henrique Marchiori Puttini! Eu irei com o senhor.

- Agora sim é o meu amigo destemido que está falando. Então vamos.

- Destemido apenas em tese, porque estou mesmo me borrando de medo de atravessar esta coisa aí.

- Eu também estava, mas não somos cientistas em busca do desconhecido?

- Somos, mas que dá medo isso dá. Respondeu Evandro.

- Dá, porém, irá se surpreender com o que irá ver do outro lado.

- E se não conseguirmos voltar?

- Vamos voltar e fique tranquilo porque não vi nenhum dinossauro do lado de lá. Disse Henrique sorrindo.

 

Evandro ia xingar o amigo que conhecia desde criança, mas a curiosidade acabou sendo mais forte que o medo que estava sentindo e se do outro lado fosse, quem sabe, uma realidade paralela com certeza o nome dos dois seria exaltado em todos os anais científicos.

 

Caminharam os pouco menos de três metros de onde estavam e cruzaram aquele tipo de névoa e em segundos estavam do outro lado e ao saírem do local idêntico de onde estavam Evandro pode ver ao longe a cidade que era a replica exata da cidade que eles moravam.

 

- Aqui, se não for o ali, é idêntica à nossa realidade. Comentou Evandro.

- Olhe para a cidade de veja se nota alguma diferença.

- É igual ao lado de lá da névoa.

- É, mas tem coisa diferente e sei que se não notou vai notar se olhar direito para lá.

- As construções são idênticas, mas aqueles dois prédios maiores estão com as cores na pintura diferente do que do lado de lá.

- Exatamente isso! Foi o que reparei primeiro.

- Acha que é uma realidade paralela?

- Não sei lhe dizer meu amigo, mas que é igual é.

- Seria o tipo de um mundo tipo a do filme Matrix?

- Não creio, ou não quero crer que seja assim daquela forma.

- Mas se não é um mundo de Matrix ou um universo paralelo o que seria então? Perguntou Evandro.

- Só passou isso pela sua cabeça Evandro?

- Não! Também pensei que talvez fosse um planeta igual ao nosso que abriu uma porta em terceira dimensão.

- Isso mesmo! Foi o que me passou pela cabeça também.

- Está me dizendo que poderia ser um mundo igual ao nosso em dobro?

- Mais ou menos isso! Dois mundos iguais que de certa forma se juntaram sem se tocarem e que se uniram através de uma janela tridimensional com apenas dois lados unindo um ao outro, porém, sem causar danos a nenhum dos dois lados.

- Se contarmos isso para alguém irão nos chamar de malucos! Comentou Evandro.

- Pode ser que sim, mas se voltarmos e não contarmos pode ser que alguém daqui vá para lá e cause danos para todos de nossa espécie.

- Credo! Que pessimismo.

- Porque! Acha que se fosse ao contrário e militares daqui descobrissem isso eles não iriam querem conquistar nosso mundo?

- Vendo pelo seu lado trágico eu não duvido disso ainda mais se vermos quem temos no controle dos países de nosso lado da névoa.

- Vamos comunicar não sei, mas primeiro vamos saber como que é este lado de cá para obtermos algo que comprove a nossa descoberta.

- E o que sugere que façamos quanto a entrada desta velha casa caindo aos pedaços?

- Vamos deixa-la ainda mais parecida com uma casa destruída.

- Como?

- Vamos colocar alguns entulhos e objetos semidestruídos diante da abertura, assim, se ninguém soube disso antes não ousarão ou irão desejar entrar ali dentro.

- Boa ideia! Vamos lá então. Disse Evandro animado.

 

Olharam para um lado e para outro e nada havia ali por perto. Na verdade, era o tipo de local que ninguém iria de boa vontade e do lado deles nem os traficantes de drogas ou viciados gostariam de ir, pois estava em um local ermo e muito afastado de tudo e não demoraram para terminar a obra de descaso que quiseram dar para aquela parca habitação.

 

Nenhum dos dois queria reconhecer, mas estavam, depois de terem cruzado aquela névoa curiosos para ver o que havia na área habitada e como seriam os que na cidade habitavam. Curiosos sim, mas procuraram se aproximar com a maior cautela possível querendo passarem desapercebidos e em um primeiro instante conseguiram, pois, as pessoas, ou serem humanos que cruzaram eram iguais a eles e o que os diferenciavam era apenas o tipo de roupa que estavam usando.

 

- Acho que estamos chamando a atenção mesmo não querendo fazer isso! Falou Evandro.

- Também percebi isso, mas não estamos mal vestidos e nem chega a ser tão diferente da roupa deles. Acha que deveríamos trocá-las?

- Não sei, mas se a intenção é não chamar a atenção temos que dar um jeito.

- E o que sugere? Acha que se entrarmos em uma loja e comprarmos roupas novas eles aceitarão nosso dinheiro ou nossos cartões?

- Tenho certeza que não!

- E o que faremos?

- Vamos nos afastar das pessoas e torcer para acharmos um varal com roupar e pegá-las para nos trocar.

- Você está querendo roubar as roupas de um varal?

- Tem alguma ideia melhor?

- Pior que não, mas se formos pegos estaremos ferrados, sabe disso né?

- Sei! Então que não sejamos pegos. Vamos ver de achamos alguma coisa assim.

 

Saíram da via principal e caminharam por ruas mais modestas e tudo por ali eram iguais as ruas de São Paulo e Henrique sabia exatamente onde ir e três quadras depois chegaram.

 

Era uma casa térrea que fazia divisa com um terreno baldio que estava prestes a ser construído algo por ali. Entraram nele e Henrique mostrou para Evandro o que procuravam que eram roupas no varal.

 

- Quem vai pular o muro, você ou eu? Perguntou Henrique.

- Você só pode estar louco. De quem é a casa? Sabe quem mora aqui lá do nosso lado?

- Sei sim! Minha tia Aurora, meu tio Artur e meus primos Edvaldo e Rodney.

- Agora você pirou de vez mesmo!

- Porque?

- Vai roubar roupa de sua família?

- Tem uma ideia melhor?

- Pior que não, mas porque não pede para ela ao invés de roubarmos?

- E vou dizer o que para ela, se é que ela que mora aí nesta casa?

- É! Tem razão, mas acho errado roubar.

- Também acho, mas depois devolveremos quando pudermos voltar.

- Tudo bem, mas você pula que eu fico aqui vigiando.

- Sabia que iria dizer isso! Vou lá.

 

Henrique nem esperou para ouvir o que Evandro poderia dizer, pulou o muro e entrou no quintal da casa e como imaginava aquele mundo era de fato um mundo paralelo ao que ele vivia, pois viu sua tia como sempre costurando na antessala da residência e nem se tocou com a invasão do sobrinho da outra dimensão. Foi até o varal e pegou um par de calças e outra de camisas e voltando rapidamente pulou o muro outra vez e entregou uma calça e uma camisa para Evandro pedindo que se trocasse rápido.

 

Se trocaram e saíram dali do terreno que estava sendo limpo para edificar uma casa nova com as roupas que usavam dentro da mochila que estavam carregando e estas pelo menos eram discretas e não havia alusão alguma de um mundo para o outro.

 

- Como sabia que lá era a casa da sua família? Perguntou Evandro.

- Não sabia! Apenas supus que fosse e deu certo e de quebra vi a minha tia desta dimensão.

- Se é assim então temos nossos outros iguais a nós morando aqui.

- Com certeza temos!

- Vai querer nos conhecer também?

- Nem que eu fosse mais maluco do que você pensa que sou, pois aí seria abusar demais.

- O que iremos fazer agora?

- Ver se tem algo tipo jornais, livros, revistas daqui para usarmos de prova deste mundo.

- E depois?

- Depois daremos uma volta rápida pela cidade aqui nas imediações e antes que escureça voltaremos e vamos torcer para que o portal esteja ainda ativado e voltaremos para o nosso lado.

- E se estiver fechado? Perguntou Evandro sempre temeroso.

- Aí estaremos ferrados e teremos que viver por aqui mesmo. Respondeu Henrique sorrindo.

- Engraçadinho!

- Vamos deixar para nos preocupar com isso depois.

- Apenas uma pergunta! Iremos ver se achamos uma banca de jornais e revistas e se acharmos compraremos jornais e revistas, mas com que dinheiro?

- Primeiro vamos procurar por algo que sirva de prova e depois veremos o que faremos, certo?

- Tudo bem, vamos.

 

Saíram de onde estavam e voltaram para as ruas com mais movimento e desta vez ninguém sequer olhou para eles e caminhando encontraram algo melhor que ter que pensar em enrolar com a compra de jornais e revistas. Encontraram uma loja de penhores e Henrique praticamente arrastou Evandro para dentro da mesma junto consigo.

 

- Boa tarde senhor!

- Boa tarde jovens!

- Chegamos a pouco tempo aqui na cidade e ao descer no terminal fomos assaltados e ficamos sem dinheiro. Quero saber de não adquiririam o relógio que foi de meu pai para nos ajudar.

- Posso vê-lo?

- Pode claro! Aqui está. Disse Henrique entregando o relógio.

- Bonito relógio, mas me diga uma coisa. Procurou a polícia para denunciar o roubo?

- O senhor acredita que a polícia iria fazer alguma coisa ou que iria sais atrás do ladrão?

- Pior que não! A polícia daqui na maioria acho que são sócios dos bandidos.

- Isso que é duro! Não muda nada e nem em lugar algum isso.

- Não posso aceitar o seu relógio!

- Porque não? Ele não é roubado.

- Sei que não é e sinto isso, pois bandidos não são educados e cordiais, mas sinto que está escondendo algo.

- Eu escondendo?

- Sim!

- Porque acha isso?

- Porque estão usando tênis que não são e nunca foram feitos por aqui.

- Ah sim! Eles são importados.

- Filho! Eu tenho setenta e cinco anos e já viajei por vários lugares do planeta e posso te garantir que eles não foram feitos nem aqui e nem em lugar algum deste planeta.

- Acha que somos extraterrestres?

- E são?

- Não!

- Também tenho certeza que tem dinheiro no bolso, mas que se eu pedir para pagarem ou me mostrarem eu tenho certeza de que nem são daqui também.

- Caramba! Como pode pensar isso de nós?

- Não posso, mas sinto isso e nunca me engano nas minhas convicções.

- Tudo bem! Não precisa se preocupar. Não vamos mais lhe incomodar.

- Eu não disse que não iria ajuda-los, mas não gosto de ser enganado.

- Não estamos enganando-o senhor!

- Ah não estão?

- Não! De forma alguma.

- Posso saber seu nome?

- Porque?

- Posso saber?

- Tudo bem! Meu nome é Henrique.

- Seria por acaso Henrique Marchiori Puttini?

- Como sabe disso?

- Porque estou lhe vendo na TV ao vivo e se você não for ele, aposto minha alma que veio de algum lugar igual a este que estou vivendo.

 

Atônito tanto Henrique quanto Evandro olharam para a TV e viram ali, ao vivo o seu outro eu dando uma entrevista e ficou sem saber o que dizer.

 

- Vamos começar de novo? Meu nome é Faisal Al Malif. Vim para cá ainda quando era jovem, mais ou menos na idade de vocês fugindo da guerra de meu país e aqui constituí família os quais por uma infelicidade de perseguições de meu país minha esposa e meus dois filhos foram assassinados e ninguém fez nada, mas foi algo que nem fiz, porém me pouparam não sei porque, mas agora me falem de vocês e não mintam por favor.

- Tem certeza que quer saber mesmo? Perguntou Henrique.

- Estou esperando você me dizer.

- Não somos deste mundo!

- São de Marte?

- Não!

- Tudo bem, mas vieram para cá de que forma, em uma nave espacial?

- Também não!

- Não quer me dizer, não é?

- Posso até dizer, mas acho que irá acreditar.

- Tente! Já tenho idade suficiente para saber o que é certo ou não.

- Tudo bem! Viemos de um planeta que é uma réplica deste aqui.

- Réplica!

- Sim! Um país que seria uma cópia deste ou este aqui seria uma cópia do nosso.

- Hum! Tipo um de terceira dimensão?

- Isso mesmo!

- E quer que eu acredite nisso?

- Eu lhe disse que não acreditaria!

- Prove!

- Como posso provar isso assim do nada?

- Não sei, mas prove antes que eu chame algum sanatório para interna-los.

- Não faria isso, faria?

- Filho! Eu estou velho demais. Já passei por um campo de concentração, escapei da câmara de gás, de dois fuzilamentos, quatro assaltos violentos, tive a família toda assassinada e vi vários amigos meus sendo mortos por ditadores, então porque acha que eu não chamaria alguém para interna-los?

- Aqui também teve campo de concentração?

- Claro que sim! A época de ouro dos alemães que tentou aniquilar toda a minha raça.

- Qual o nome deste planeta? Perguntou Evandro.

- Terra, porque?

- Temos como provar sim!

- Tem?

- Sim! Temos.

- Como pode provar Evandro? Perguntou Henrique.

- Com nossos documentos oras. Respondeu.

 

Tirou seus documentos do bolso e sem fazer rodeio mostrou-os para Faisal que pegando nas mãos olhou e ficou surpreso por ver a qualidade dos mesmos e comprovar que eles poderiam estar dizendo a verdade.

 

- Aqui estão os meus! Disse Henrique entregando os dele.

- Documentos de São Paulo?

- Sim! É onde moramos.

- De que lugar de São Paulo!

- Ipiranga!

- Perto do museu?

- Sim! Bem próximo.

- O que fazem lá?

- Trabalhamos em um centro de pesquisas e desenvolvimento do governo federal.

- Fazem o que lá?

- Fazemos parte dos contratados como jovens cientistas.

- E vieram para cá como?

- Através de um portal que já deve estar fechado. Respondeu Henrique.

- Não quero saber onde fica não, mas se vocês têm seus iguais aqui eu também devo ter meus iguais do lado de lá concordam?

- Bem provável, mas o senhor aceitou a nossa conversa assim na boa?

- Filho! Sei conhecer um homem só pelo jeito dele falar e sinto que estão falando a verdade.

- Quer voltar conosco para que provemos o que estamos dizendo?

- Não, mas quero pedir um favor para vocês.

- Que seria o que precisamente?

- Que verifiquem do seu lado se eu estou por lá e como estaria a minha família, se ela estiver viva ainda e a promessa deve vir antes que seu governo saiba da boca de vocês o que descobriram porque depois não deixarão mais ninguém passar.

- Acredito que poderemos passar depois que contarmos.

- O seu presidente lá é democrático?

- Não! Ele é um general do nosso exército.

- General?

- Sim! Desde o ano de mil novecentos e sessenta e quatro os militares assumiram a presidência do país após um período negro do comunismo ter sido ou tentado encampar por lá e eles entraram no poder após a aclamação e pedido do povo se bem que existe quem diga que eles deram um golpe militar.

 - E vocês acham que foi um golpe mesmo?

- Não gosto de discutir política, mas com certeza o país entrou nos eixos e estamos trabalhando lá no centro de pesquisas e desenvolvimento.

- Os dois trabalham lá então?

- Sim! Henrique é meu chefe. Comentou Evandro.

- São amigos a muito tempo?

- Desde que éramos crianças ainda! Contou Henrique.

- Prometem para mim o que pedi?

-Sim! Prometemos. Disseram os dois.

- Então vou lhes fornecer prova de que estiveram do outro lado de algo que se perguntassem ou vocês contassem seriam chamados de malucos internados.

- Prova?

- Sim! Fotos, jornais, revistas e o que vocês acharem que seria bom para mostrar do lado de lá, mas já adianto uma coisa, o governo que temos aqui se descobrirem isso antes de vocês avisarem o seu governo eles darão um jeito de invadirem e destruírem tudo que puderem do lado de lá.

- Nem sei como chegaremos ao general, mas faremos isso com certeza.

- Outra coisa! Não sei onde fica este local que abriu esta porta, mas se der esconda esta passagem da melhor forma que conseguirem. Prometem?

- Sim! Prometemos.

 

Vou fornecer o que desejarem. Me digam o que querem que colocarei à sua disposição.

 

Tudo o que solicitaram Faisal forneceu para eles e mais que isso, forneceu muitas outras coisas que evidenciariam que não era do outro lado e após tudo isso Henrique e Evandro agradecidos saíram rumo ao portal que os levaria de volta para casa e temiam que ao chegarem no local já não mais encontrariam a passagem e teriam que viver por ali clandestinamente, mas felizmente tudo estava da forma que eles haviam encontrado.

 

Retiraram pouca coisa daqueles escombros, passaram e se preocuparam em fazer muito mais para que ninguém acessasse aquele local e chegando onde estava a passagem e com alívio retornaram para o mundo ao qual pertenciam.

 

- Ufa! Estamos de volta, mas o que faremos agora? Perguntou Evandro.

- Vamos procurar o presidente e comunicar isso para ele!

- Sei! Vamos sair daqui, iremos até Brasília e diremos para a segurança ou o cerimonial que desejamos falar com o presidente e sorridente ele nos receberá. É isso que você tem em mente gênio?

- Não! Esqueceu que ele estará vindo aqui no centro de pesquisas depois de amanhã?

- Verdade, havia me esquecido disso, mas como vai se aproximar dele? Não se esqueça que ele é um general e estará cercado de militares. Comentou Evandro.

- Temos que tentar algo, pois isso a meu ver é coisa da segurança nacional.

- Mas como?

- Darei um jeito nisso, fique tranquilo. Respondeu Henrique pensando.

 

Mudaram de assunto e nem voltaram para o centro de pesquisa naquele dia, mesmo porque já era tarde e lá não havia ninguém que pudessem conversar e explicar isso de forma que não caísse na boca de todos e Henrique fez Evandro prometer que não abriria a boca sobre o que vivenciaram naquele dia com ninguém e assim foi.

 

Passou-se o dia seguinte e de forma alguma Henrique quis comentar sobre o corrido e ficou aliviado que Evandro também nada comentaram e apesar da agonia e da ansiedade de ver e tentar falar com o presidente ele sufocou seus sentimentos e naquela noite não conseguiu dormir e a noite pareceu que levou anos para passar, porém a manhã chegou e logo cedo estava no laboratório onde tinha certeza que o presidente iria.

 

Chegou e o movimento por lá estava intenso. Soldados especiais faziam uma varredura e uma jovem que fazia parte do cerimonial a tenente Sarah Vasconcelos Paulino olhava atentamente para tudo que havia ali naquele local de trabalho onde estava Henrique.

 

- Muito trabalho né? Disse Henrique se aproximando dela.

- Nem me fale! Tenho que estar atenta aos detalhes.

- Sou um dos que chamam de cientistas por aqui, mas na verdade acho que sou alguém que gosta de fazer tudo certinho.

- Um cientista? Perguntou Sarah com indiferença.

- Se precisar de ajuda eu posso te dar uma força.

- Obrigada, mas tenho que me virar sozinha. Ossos do oficio.

- Nossa! Dizendo assim parece coisa de militares.

- Tem algo contra os militares?

- Não! De forma alguma. Meu avô fez parte da FAB na 2ª guerra mundial.

- Interessante! Qual era o posto dele?

- Era major do grupo de infantaria.

- Então temos um cientista que é neto de um herói da 2ª guerra mundial.

- Tenho muito orgulho dele! Vovô esteve na vitória em Monte Castello e recebeu a medalha de cruz de primeira classe de combate por bravura em feitos excepcionais em situação de combate.

- Uau! Conseguiu chamar minha intenção. Sou fissurada por coisas de guerra e se não estiver dizendo isso apenas para me chamar a atenção gostaria de conhecer seu avô.

- Veja aqui eu com ele ainda pequeno em uma foto que não desgrudo dela por nada com vovô impecavelmente usando sua farda surrada, mas com todas as condecorações que recebeu. Disse Henrique mostrando a foto para que Sarah a visse.

- Realmente estou impressionada! Meu nome é Sarah Vasconcelos Paulino, ou tenente Sarah no campo militar.

- Muito prazer! Eu sou Henrique Marchiori Puttini, mais conhecido por xereta no meio acadêmico e do centro de pesquisa.

- Xereta!

- Sim! Não me atenho apenas ao que está a mostra, mas sim do que está na sombra da estátua.

- Bem interessante!

- Posso te fazer uma pergunta?

- Pode e responderei se puder.

- A que distância está do presidente?

- Agora em torno de uns dez quilômetros porque ele já está vindo para cá.

- Não! Distância de poder chegar nele e mostrar algo que pode envolver a segurança nacional.

- Hum! Como assim?

- Preciso falar com ele a sós e mostrar algo que descobri.

- Segurança nacional?

- Sim!

- De que forma envolveria a segurança nacional.

- Posso te mostrar e você decide se envolve, envolveria ou seria perda de tempo.

- Eu resolver isso?

- É!

- E porque confiaria em mim em um caso que pode envolver a segurança nacional?

- Digamos que gostei de você, mas não confunda o gostar com o gostar. Respondeu Henrique sorrindo.

- Sei! Mas o que quer me mostrar?

- Isso aqui! Disse mostrando algo que trouxera do outro lado.

- O que é isso?

- Olhe e veja se já viu algo assim.

- Confesso que nunca vi algo assim, ou deste jeito, mas onde encontrou isso?

- Promete que não vai rir?

- Vou tentar não rir! Respondeu Sarah sorrindo.

- Na minha xeretisse atravessei um portal e fui parar em outro mundo igual ao nosso.

- Não posso rir, não é?

- Não porque o que estou lhe dizendo é real e verdadeiro e tenho que mostrar ao general antes que o governo de lá descubra o que descobri e resolva invadir nosso mundo.

- Você está falando sério?

- Sim e a prova disso está nas suas mãos.

- Quem mais sabe disso?

- Apenas eu e um amigo que foi para lá com um medo danado.

- Ele não comentou nada com ninguém?

- Não e nem eu!

- Acho que o general nem vai querer conhecer mais o centro de pesquisa depois que eu avisar sobre isso.

- Acha que consegue que ele fale comigo?

- Posso arrumar isso apenas com uma condição.

- Qual?

- Vai ter que me prometer que vai me apresentar para o seu avô. Apenas isso.

- Isso eu prometo e será só você marcar que te levo em casa para conhece-lo.

- Me aguarde aqui mesmo que já volto! Disse Sarah deixando-o e indo para a porta.

 

Vinte e sete minutos se passaram até que Sarah voltasse e pegando-o pela mão pediu que ele a acompanhasse. Saíram da imensa sala de trabalho de Henrique, pegaram um corredor e cruzaram por outros, pegaram o elevador, atravessaram outro corredor até que chegaram à antessala da diretoria de todo o complexo e um local onde ele jamais estivera antes. Entraram sem bater e Henrique quase enfartou porque diante de seus olhos estava o general presidente do Brasil.

 

- Este é o jovem que me falou dele Sarah?

- Sim senhor!

- Sentem-se os dois por favor! Pediu o general presidente.

- Sim senhor! Responderam os dois se sentando.

- Estão aqui nesta sala além de vocês dois e de mim, meu mais secreto grupo de apoio e o nome deles não importa no momento, porém, a tenente Sarah me disse que você e mais um amigo encontraram a passagem para outro planeta aqui na terra mesmo. É isso?

- Não senhor!

- Não! Exclamou Sarah surpresa.

- Não! Eu e meu amigo não encontramos apenas outro planeta qualquer, mas sim um planeta irmão de nosso planeta terra, ou melhor dizendo, um espelho do nosso em duplicidade.

- Não entendi! Comentou o general sem saber o que dizer.

- Entramos por um portal e saímos em outra dimensão paralela ao nosso planeta.

- Está brincando não é jovem?

- Não senhor e posso provar.

- Como?

- Me permite que eu retire algumas coisas de minha mochila que trouxe comigo?

- Pode colocar sobre a mesa que tem à sua frente jovem.

- Sim senhor!

 

Henrique disse e Foi retirando coisas de sua mochila colocando em cima da mesa que foram sendo olhadas e analisadas pelos que estavam dentro do recinto que se olhavam e se entreolhavam surpresos com o que viam.

 

- Onde fica este local de passagem jovem?

- Aqui na cidade de São Paulo mesmo senhor!

- Você tem ideia do que isso pode causar um rebuliço e mal-estar na população, não sabe?

- Sei sim senhor!

- Fora você e o seu amigo quem mais sabe sobre isso?

- Somente nós dois e vocês agora!

- Acompanharia uma incursão do outro lado deste tal portal com um grupo de fuzileiros?

- Sem problema algum senhor, mas informo que não sou militar!

- Sei disso, mas será necessário que os acompanhe mesmo porque deve ter visto alguma coisa do outro lado que lhe chamou a atenção.

- Teve mesmo! O lado de lá é idêntico ao lado de cá.

- Como pode ter certeza disso?

- Porque vi minha tia na versão de lá e pior, vi a mim mesmo na versão paralela na TV ao vivo.

- Então lá também um eu paralelo, é isso que quer dizer?

- Ter com certeza tem, mas o poder do lado de lá é civil e não militar e poderia dizer que é o lado inverso do nosso.

- O lado de lá está na mesma época que nós aqui?

- Exatamente na mesma época. Dia, mês e ano.

- Civis no poder?

-E pelo que um amigo que fiz do lado de lá, o senhor Faisal, lá é o lado mal do que temos do lado de cá e ele me pediu para que eu alertasse as nossas forças armadas porque teme que se eles descobrirem o portal poderão invadir aqui.

- E o que ele ganhou em alertá-lo sobre isso?

- Porque teve a família toda assassinada e é um sobrevivente do holocausto nazista.

- Eles tiveram o holocausto que tivemos aqui em nosso mundo?

- Segundo ele sim!

- Quando pode partir em uma missão de reconhecimento com a força tarefa militar que iremos preparar?

- A hora que o senhor quiser senhor!

- Se incomodaria se a tenente Sarah os acompanhasse?

- Não, mas sugiro que os que irão não estejam uniformizados a fim de que possamos circular melhor por lá sem levantar suspeitas.

- Concordo com a sua sugestão. Coronel! Quando pode partir?

- Amanhã mesmo senhor!

- Tenente! A partir de agora será os meus olhos nesta missão de reconhecimento e veja tudo que seja necessário com relação aos costumes e vestimentas do lado de lá com o nosso novo adido militar e vocês dois responderão diretamente a mim e a mais ninguém. Entenderam?

- Sim senhor! Responderam.

- Bem senhores! A sorte está lançada e tudo o que poderia haver de importante por aqui se tornou obsoleta porque temos uma situação clara de ameaça a segurança não apenas de nosso país, mas de todo nosso planeta. Boa sorte e voltem vivo e bem do outro lado.

- Obrigado senhor, mas posso pedir duas coisas antes de partirmos?

- Diga jovem!

- Primeiro que quero levar meu amigo junto a fim de conter a sua boca e a segunda é de que coloque forte segurança do lado de cá do portal e que para passar use uma senha de segurança a fim de evitar visitas indesejáveis.

- Perfeito e se continuar assim jovem eu o colocarei no posto de estrategista mor das forças armadas de nosso país. Respondeu o general esboçando um leve sorriso.

 

Nada mais havia a ser dito e se levantando o general presidente saiu da sala novamente cumprimentando Henrique e Sarah que ainda sem sair da sala começaram a traçar estratégias para partirem naquela missão que poderia parecer louca, mas que representava um novo passo para o futuro do Brasil e de todo o planeta.

 

Henrique e Sarah cuidaram de tudo relativo à roupa que seria usada pelos soldados. Ela não era tão diferente das que se usavam por aqui, mas tinham um padrão pouca coisa diferenciada que poderia fazer a diferença do outro lado do portal. Prepararam tudo enquanto o coronel Euclides selecionava os melhores soldados de uma guarnição especial.

 

Tudo estava preparado e logo pela manhã saíram em direção ao local onde Henrique havia encontrado o portal e isso aconteceu quase que sem querer porque ele procurava algo e acabou encontrando uma coisa muito maior.

 

- Onde fica este tal portal Henrique? Perguntou Sarah.

- Em um velho casarão abandonado que tem um imenso terreno ao lado dele.

- Sabe o que era lá quando ainda estava com movimento de pessoas?

- Sei sim! Lá era a propriedade de um milionário que possuía uma empresa de navegação e transportes durante a guerra e que foi a falência e ninguém se aproximava da propriedade porque diziam que ela era fantasmagórica.

- E o que foi fazer lá?

- Como eu te disse sou xereta e acreditei que dentro da propriedade abandonada a anos pudesse haver algo de interesse para estudos.

- Estudos em que sentido?

- Bem a imensa propriedade pertencera ao doutor Simon Johnson que possuía esta empresa de navegação que eu informei e que apostou tudo em seu navio Concórdia e ele estaria voltando dos Estados Unidos da América da cidade de Norfolk no estado da Virginia no dia oito de julho do ano de mil novecentos e quarenta e dois e segundo se soube ele foi afundado por um submarino alemão com vinte e três toneladas de carvão, trinta e quadro passageiros e quarenta e três tripulantes no total com setenta e sete vidas a bordo e isso foi a queda do vasto império construído pelo doutor Simon e por conta das dívidas tributárias o governo federal acabou tomando posse da propriedade e como tudo que ocorre no Brasil nestes casos permanece ou permaneceu abandonado até hoje.

- Não sabia disso! Disse Sarah consternada.

- Pois é! Coisas desta morosidade da máquina administrativa que segue a passos de tartaruga a anos, antes mesmo dos militares no poder.

- É aqui o local? Perguntou o coronel.

- Aqui mesmo! Vamos tentar entrar sem chamar a atenção, se é que isso será possível, trocarmos de roupa e eu os levarei até o portal.

- Então vamos! Respondeu o coronel.

- Evandro será que irá sentir medo desta vez? Perguntou Henrique sorrindo.

- Com todo este aparato militar junto tenho certeza que não. Respondeu.

 

Acessaram a propriedade após forçarem um velho portão na rua lateral da propriedade que tomava quase a metade do quarteirão e logo alcançavam a casa destruída pelo tempo. Entraram e além do grupo que iria com eles naquela missão outro bem maior chegou logo em seguida e estes dariam suporte de proteção e defesa do lado do portal onde estavam naquele momento. Foram até um cômodo lateral, se trocaram e voltaram usando roupas que passaria tranquilamente pela população do outro lado e Henrique acompanhado de Sarah e Evandro desceram a velha escada de carvalho para onde devia ser um porão da imponente e arcaica residência e finalmente estavam diante do portal que permanecia aberta.

 

- Senhores! Aqui está a nossa passagem para o outro mundo. Informou Henrique.

- Dói entrar aí nesta gelatina? Perguntou Sarah.

- Nada que não possa resistir e reforço que se o Evandro não reclamou é porque não dói.

- Engraçadinho! Disse Evandro reclamando.

- Se estão preparados eu vou passar na frente e recomendo que ao irmos nos misturar no meio da população do lado de lá que o façamos separadamente e não em um grupo só.

- Boa ideia! Resmungou o coronel.

 

Henrique esperou que os soldados verificassem as armas, os aparelhos de comunicação, coisa que Henrique, Sarah e Evandro também o fizeram e tudo visto sem esperar mais tempo Henrique adiantou-se e atravessou sem receio algum o seu já conhecido ponto de mudança de lado, ou seja, ultrapassando de um mundo para o outro.

 

Logo após Henrique ter feito isso, desta vez, mostrando que não estava com medo passou logo em seguida seguido pelo coronel Euclides, três soldados, Sarah e depois por oito soldados da força especial de ligação com aquela missão épica.

 

- Criou coragem e veio logo depois de mim meu amigo?

- Achou que eu fosse medroso é? Perguntou Evandro querendo mostrar seriedade.

- Não! Nunca porque sei que é quase um Indiana Jones.

- Você é um palhaço mesmo. Respondeu vendo os outros chegando ao lado onde estavam.

- Senhores sejam bem-vindos à ao planeta terra dois. Disse Henrique.

 

Nenhum dos recém chegados disseram nada, pois todos estavam boquiabertos com a similaridade da cidade de São Paulo daquele lado e da do outro que era o mundo deles e Sarah foi a primeira a romper aquele silêncio comentando sobre as cores daqueles dois prédios que do outro lado era de outra cor.

 

- Já vi muitas coisas que me deixaram de olho arregalado, mas de queixo caído esta foi a primeira vez. Comentou o até então impassível coronel Euclides.

- Aqui parece ser tudo igual ao nosso mundo! Chegou a comentar um dos soldados.

- Como eu lhes disse, a igualidade entre os dois mundos é mínima se por acaso houver algo de diferente. Falou Henrique.

- E agora! O que faremos? Perguntou Sarah.

- Coronel! Se eu puder sugerir deixaria alguns homens camuflados do lado de cá também.

- Olhe para trás e veja!

 

Henrique não havia percebido ou se dado conta, mas enquanto eles olhavam para frente alguns soldados que vieram depois deles já estavam procurando fechar de vez a aparência de que pudesse haver algo por ali e vendo aquilo Henrique sorriu por ver que o coronel não era tão distraído assim.

 

- Bem! Eu assumo daqui a partir de agora. Informou Euclides.

- De acordo, mas se quiser conhecer meu amigo do lado de cá posso leva-los lá.

- A propósito, o que pediu está aqui sobre este tal de Faisal Al Malif!

- Conseguiram?

- Impossível de não tendo todos os dados que passou em mãos! Respondeu Sarah.

- Ele está bem do nosso lado?

- Infelizmente não! Ele faleceu a dois anos atrás, mas a sua família está viva e passa bem. Informou Sarah.

- Como que o do nosso lado morreu?

- Morte natural pelo que fiquei sabendo. Respondeu Sarah.

- Não foi assassinado?

- Não pelo que disseram.

- Podemos ir senhores?

- Sim! Responderam os três.

 

Saíram em duplas ou trios cada um indo por um lado e o objetivo era o se dispersarem entre os habitantes da cidade paralela e procurarem saber mais sobre o cotidiano, porém, Evandro, Henrique e Sarah foram diretamente para a loja de penhores do conhecido que Henrique havia tido ali. Entraram na Faisal e este se alegrou ao vê-los.

  

- Vocês voltaram!

- Eu disse que voltaríamos, não disse?

- É! Disse mesmo, mas quem é esta linda mocinha?

- Uma amiga nossa e trouxemos notícias suas do nosso lado.

- Encontraram o meu eu do outro lado?

- Infelizmente não, mas ele partiu para a outra vida a algum tempo atrás, porém, temos uma boa notícia para lhe dar.

- Qual?

- A família dele, toda a família dele está bem viva e ainda sentindo a falta dele.

- Está brincando, não é?

- Não! Esta informação é cem por cento certa e aqui estão as fotos que tiramos deles.

 

Faisal pegou as fotos que Henrique trazia consigo e ao olha-las seus olhos se encheram de lágrimas e ele teve que sentar devido às fortes emoções que sentiu e se não fosse amparado algo poderia acontecer com os três que esperaram ele se recuperar da surpresa e ainda com os olhos cheios de lágrimas recebeu o convite para acompanha-los para o mundo paralelo de onde vieram.

 

- Não posso!

- Porque não pode? Perguntou Sarah.

- O meu eu do outro lado que eles deviam ter carinho por ele morreu e acredito que eles ficariam felizes por ter novamente o pai e marido de volta. Disse Evandro.

- Disse bem filho! Pai e marido e eu não sou nenhum e nem outro. Não me receberiam bem de forma alguma.

- Fez algo indigno para que eles o repudiassem? Perguntou Henrique.

- Não! Nunca. Jamais. Eu aqui era o que vocês estão vendo e que infelizmente não pude proteger a minha família que acabaram sendo assassinadas por aquilo que trouxemos do passado e me deixaram vivo creio eu para que morresse devagar por causa disso.

  

- Vamos fazer o seguinte! Permaneça aqui que veremos o que eles sentem ou sentiam por você e se sentirmos que há amor e saudades verdadeiras nos sentimentos deles voltaremos para lhe avisar e quem sabe daí você volte conosco. Fechado? Falou Henrique.

- Fariam isso por mim?

- Eu não te prometi que voltaria com notícias?

- Prometeu e cumpriu. Agradeço por isso e se tiver algo que eu possa fazer para retribuir é só pedir que se estiver dentro das minhas possibilidades e da minha idade estou à disposição para o que der e vier.

- Obrigado e acho que tem sim alguma coisa que poderia me ajudar.

- Tipo o que?

- Um outro amigo nosso está aqui perto e pronto para vir aqui assim que o avisemos e ele poderá perguntar algumas coisas.

- Um militar?

- Sim! Ouvi o que disse e consegui falar com o general presidente do meu país.

- Glória! Se quiser pode chama-lo.

- Eu gostaria de saber o que o meu eu daqui faz precisamente?

- Na verdade, ele é o tipo de um cientista também e trabalha como homem forte no governo de nosso país aqui.

- Cientista também?

- Sim, mas pelo que senti ao vê-lo em entrevistas e nas duas vezes que ele veio até aqui em minha loja ele não gosta muito do presidente daqui de nosso país.

- Como assim? Perguntou Sarah curiosa.

- Ele é o tipo de um arqueólogo. Do tipo que gosta de procurar coisas antigas ou do passado e nas duas vezes que veio aqui veio em busca de algo antigo ou que pudesse dar mais atenção ao nosso passado e o que me chamou a atenção é que ele deixou transparecer como se escondesse algo em relação ao governo, o tipo de um desagravo.

- Ele veio aqui antes ou depois de nós termos estado aqui? Perguntou Henrique.

- Muito antes de vocês e se não estiver enganado a uns seis meses atrás e me pediu para que eu o contasse caso recebesse algo aqui bem antigo.

- Tem ideia do que precisamente ele procura? Perguntou Sarah.

- Não, mas sei que ele busca qualquer coisa que faça ligações de um bom tempo atrás e talvez até de antes dele ter nascido.

- E tem algo que seria do interesse dele? Perguntou Henrique.

- Tenho sim! Recebi um objeto bem antigo para não dizer velho e estava para contatá-lo quando vocês chegaram.

 

Henrique ia perguntar o que era ou pedir para que deixassem ver o que era o tal objeto quando o coronel Euclides entrou na loja e Faisal se contorceu todo.

 

- O que houve Faisal? Este é o coronel Euclides que veio conosco. Informou Sarah.

- É que tomei um susto com a entrada dele aqui.

- Conhece por acaso o eu do coronel? Perguntou Henrique.

- Não! Nunca o vi antes, mas me perdoem por eu ter me assustado.

- Se tiver algo a dizer sobre o outro coronel daqui pode nos contar, porque nosso amigo aqui é homem de confiança de nosso presidente general. Informou Sarah.

- Não conheço mesmo, mas com certeza tem um igual do nosso lado.

- Faisal é o seu nome, é isso? Perguntou o coronel.

- Sim!

- Se quiséssemos comprar um imóvel aqui deste lado, qual seria o procedimento?

- Teria que ter dinheiro para pagar pelo imóvel e dinheiro para pagar as propinas.

- Propinas? Perguntaram.

- Sim! Aqui tudo tem um preço. Se quiserem apenas comprar algo tem que ter dinheiro e seguir o tramite legal que é muito burocrático, mas se tiver a propina eles apressam o procedimento e ainda tem a super propina que precisa ter apenas o dinheiro para bancar as duas situações e neste caso eles liberam a venda até da família deles.

- Simples assim? Perguntou Henrique sorrindo.

- Simples assim! Respondeu Faisal.

- E se fosse algo que talvez tivesse enrolado ou que o imóvel fosse do domínio do governo ou estivesse enrolado por qualquer motivo, isso também com a super propina seria liberado?

- Como eu disse, com a super propina eles vendem e liberam até a alma por aqui.

- Estamos falando de quanto? Perguntou Euclides?

- Mais que o dobro do valor do imóvel com certeza.

- E se for paga esta importância qual seria a morosidade?

- Bem simples! Paga-se e na hora que o dinheiro estiver nas mãos dos responsáveis a documentação e a liberação de toda a burocracia é liberada na hora.

- Bela forma de se fazer negócio por aqui, mas é cem por cento garantida isso? Comentou Evandro sorrindo.

- Sim! Vou dar um exemplo. Não tão longe daqui a uma imensa propriedade que é massa falida de uma família que já foi tradicional que está sob o domínio do governo e que só não foi adquirida por dois fatores. Uma é que dizem que ela é assombrada, o que afastou a maioria dos interessados e a outra é que o valor da propina era tão alto que os dois interessados que surgiram desistiram.

- Onde fica esta propriedade? Perguntou Henrique curioso.

- Bem na principal avenida aqui da nossa cidade. Ela toma quase que um quarteirão todo e as duas casas que escaparam da formação do que falta naquela quadra também está à venda.

- Interessante! Replicou Euclides.

- Estão falando da propriedade do Simon por acaso? Perguntou Faisal.

- Está falando do Simon Johnson? Perguntou replicando a pergunta.

- Sim! Ele era um dos milionários daqui e proprietário da Simon Importes que faliu quando seu último navio desapareceu durante a guerra em mil novecentos e quarenta e dois.

- Caramba! Até nisso a história se reprisou aqui. Comentou Henrique surpreso.

- Não estão falando daquela velha e carcomida propriedade, estão?

- Digamos que estivéssemos, veria problema se quiséssemos adquiri-la? Perguntou Sarah.

- Filha! Eu tenho setenta e cinco anos e já vivi muito e foi perseguido porque alegavam que eu havia escondido muito ouro da minha família e por isso vejo o interesse nas coisas apenas em pequenas palavras assim como percebi que estes dois jovens não eram daqui assim que eles cruzaram a mesma porta que vocês cruzaram quando entraram aqui.

- Digamos e apenas digamos que alguém estivesse interessado em adquirir aquela propriedade e pagasse o que eles pedem eles iriam querer saber quem era ou seria o comprador? Perguntou Euclides.

- Nunca! Por dinheiro ou a quantia certa eles venderiam e entregariam até o palácio do governo do estado.

- Digamos que desejássemos comprar a tal propriedade como faríamos para termos documentos deste lado dos dois mundos? Perguntou novamente Euclides.

- Sabe o que este lugar onde estão dentro coronel?

- Sim! Uma loja de penhores.

- E por acaso prestou atenção no que tenho a mostra aqui dentro?

- Várias coisas inclusive vi até obras de arte de pintores famosos do nosso lado.

- E tem ideia do tipo de gente que vem aqui querendo comprar algo ou mais que isso vendendo objetos que não tem origem legal?

- Imagino!

- Tenho clientes do governo que pelo valor certo entrega identidade legal de pessoas físicas e jurídicas em poucos minutos.

- Ou seja, por aqui com o dinheiro se compra de quase tudo?

- Não coronel! Com dinheiro no valor correto aqui se compra até a vida ou a morte se quiser.

- Impressionante, mas diria que o preço da suposta propriedade custaria quanto em ouro?

- Haviam pedido trezentos e cinqüenta quilos de ouro, mas acredito que toda a operação das três propriedades mais a documentação de uma empresa e de um suposto proprietário da mesma giraria em torno de quinhentos quilos e não mais que isso.

- Com esta pesada carga de ouro acha que tudo seria liberado? Tornou a perguntar Euclides.

- Certeza absoluta! Tenho os contatos certos no lugar certo e se desejarem posso providenciar tudo com qualquer um de vocês acompanhando toda a operação.

- Pergunto isso porque este ouro não é nosso e teria que pedir a autorização de meu governo para que liberasse isso e lá se trata de operação com militares. Informou Sarah.

- Estou à disposição de vocês.

- Sarah! Você que tem acesso mais direto com o general não gostaria de comentar isso com ele e ver o que ele acha? Perguntou Euclides chamando-a de lado.

- Tenho certeza que ele concordará, mas acha que daria para acreditar em tudo que Faisal disse para nós?

- Viemos aqui com um objetivo e se não fizermos nada poderíamos dizer que viemos até aqui à toa, concorda?

- Verdade coronel! Poderia me fornecer dois de seus super soldados para me acompanhar até a propriedade?

- Vou mandar o capitão Aldo e o major Leandro com você para que se for necessário o general saiba que mandei os melhores dos melhores te acompanhar.

- Obrigada! Vou até lá, atravesso e volto rapidinho.

- Estarei por aqui! Vá em paz e tome cuidado.

- Tomarei!

 

Euclides chamou Aldo e Leandro pedindo que eles a acompanhassem até a passagem e que a trouxessem em segurança até ali onde eles estavam. Partiram em seguida caminhando pelas ruas como se fossem pessoas normais daquele lado e rapidamente chegaram na propriedade e depois de olharem com atenção passaram pelo portão carcomido onde estava um de seus soldados totalmente camuflado entre os destroços de uma casa que deveria ter servido para moradia de empregados.

 

Se dirigiram em seguida até a propriedade principal onde nem de longe parecia haver ali qualquer entrada ou vestígio de pessoas dentro dela onde encontrava-se postados mais de cinquenta soldados como ela viu por cima espalhados pelas dependências daquela outrora mansão. Desceu até o porão e foi cordialmente cumprimentada como seria um militar. Aproximou-se do portal protegido naquele instante por uma parede com aspecto de estar deteriorada e dando a volta pela lateral se identificou coma senha combinada.

 

- As borboletas azuis estão voando! Disse.

- As azuis e as amarelas formam um belo casal de borboletas! Recebeu de contrassenha.

 

Ultrapassou o portal e viu que eles agiam rápido pois, um verdadeiro aparato militar havia sido colocado do outro lado composto de três tripés de metralhadoras ponto cinquenta e mais uma infinidade de soldados do pelotão de elite das forças armadas.

 

- Tenente! Imagino que deseje falar com o alto comando, estou correto? Perguntou a capitã de comunicações Graciele Auler.

- Não capitã! Na verdade, quero falar com o general presidente.

- Desculpe! Me siga até a outra sala. Pediu a capitã.

 

Entraram e Sarah pediu para que ela se retirasse e fez a chamada e após dois toques o próprio general presidente atendeu a ligação.

 

- Senhor! Aqui é a tenente Sara.

- Aconteceu alguma coisa filha?

- Não senhor, nada de anormal e quero lhe comunicar que temos como adquirir o local do outro lado a um módico preço.

- Já imaginava isso, mas como iremos pagar por isso e as condições, pois o nosso dinheiro como sabe não deve ser igual ao deles.

- Não senhor! Não se trata de dinheiro em espécie, mas sim em ouro. Precisamente quinhentos quilos de ouro em barras.

- Quinhentos quilos?

- Sim senhor!

- Achei que fosse, se fosse em ouro seria uma quantidade maior, mas e as garantias disso. Me fale mais do lado de la, por favor.

- O senhor se assombraria com a semelhança. Poucas coisas divergem do lado de cá, mas até os prédios são uma cópia perfeita de nossa realidade e a ironia é que o terreno onde está a passagem fica exatamente dentro da imensa propriedade de Simon Johnson.

- O magnata que faliu depois que o Concórdia foi abatido durante a guerra?

- Ele mesmo e de quebra virão junto as duas casas que completam a quadra toda do local.

- Coincidência! Disse o general sorrindo.

- O que é coincidência senhor?

- Assumimos a propriedade onde você está agora e as duas residências ao lado dela. Aí será a base de uma, quem sabe, embaixada no futuro.

- Coincidência mesmo, mas o que eu digo para o senhor Faisal?

- Faisal seria aquele que vocês forneceram os dados da sua réplica do nosso lado?

- Ele mesmo!

- Ele vai nos ajudar nisso?

- Disse que sim!

- É confiável?

- O Henrique disse que confia nele, portanto como confio no Henrique vou confiar também.

- Hum! Está gostando do nosso adido militar filha?

- Não senhor! Quer dizer, não é bem assim.

- Calma minha menina! Saiba que eu já tive a sua idade também e estas coisas acontecem ou podem acontecer. Sua mãe ficaria orgulhosa de você se quer saber.

- Eu sei senhor e agradeço por suas palavras, mas o que eu digo para o senhor Faisal?

- Diga que concordei e que faço questão de recebe-lo aqui caso ele deseje passar pelo portal e já te adianto que estarei providenciando o ouro e entregarei na nossa base aí onde você está.

- Acha confiável trazer para cá?

- Temos aí onde você está trezentos e oitenta soldados das forças especiais que matariam e morreriam para defender nossa pátria e que temos mais outro batalhão de seiscentos homens prontos para atravessar a fenda, ou portal como estão chamando se for necessário

- Fico aliviada com isso senhor!

- Apenas para constar a capitã Graciele é uma pessoa tão da minha confiança quase quanto você é! Pode confiar nela.

- Obrigada senhor! Vou voltar para lá e comunicar isso ao senhor Faisal.

- Quanto ao nosso ouro, apenas para seus ouvidos, ele na totalidade estará aí dentro de duas horas.

- Estou voltando para lá senhor e obrigado pela atenção.

- Se eu não desse atenção para a minha sobrinha favorita, sua mãe e minha esposa me trucidariam. Respondeu o general sorrindo.

- Obrigada titio! Agora vou voltar e cuidar de tudo por aqui.

- Como te disse Sarah, você é meus olhos e meus ouvidos ai.

 

Sarah encerrou a ligação com seu tio secreto que nada mais nada menos era o general presidente da República Federativa do Brasil que era o outro lado daqueles dois mundos e raras eram as pessoas que sabiam da ligação familiar entre os dois e ela chegara ao posto ainda de tenente por méritos sendo sempre o destaque nos treinamentos do exército brasileiro.

 

Levantou-se e sorriu feliz, pois sabia que estava realizando um trabalho que jamais seria revelado dada ao sigilo daquilo tudo, mas que a engrandecia como pessoa, como militar que alçava outros patamares na carreira e acima de tudo como uma jovem mulher por estar sendo valorizada pelo que era e não por quem ela seria e ao sair da sala privada encontrou-se com a capitã Graciele e agradeceu a ela por tudo ali.

 

Saiu de onde estava e acompanhada até o porão e lá a tenente Daniela a qual era a assistente da capitã Graciele que nem se atreveu a passar pela barreira criada no local e que era sem dúvida confidencial dada a quantidade de militares que havia ali dentro preparados para tudo. Sarah cumprimentou com saudação militar aos soldados que estavam posicionados diante da fenda e citou a senha esperando a contras senha atravessando aquele tipo de gelatina saindo do outro lado, no mundo paralelo ao seu. Lá o capitão Aldo e o major Leandro a aguardavam e rapidamente voltaram para onde estavam os demais.

  

Chegaram rapidamente e com todo o cuidado de supostos habitantes nativos ou mesmo turistas entraram na loja e antes de dizer qualquer coisa chamou Henrique de lado.

 

- Falou com ele? Perguntou Henrique curioso.

- Sim!

- E o que ele disse?

- Confia mesmo no Faisal?

- Sim! Confio e nem tenho motivos para desconfiar dele, afinal, foi ele quem se deu conta que não éramos daqui deste mundo e que me ajudou no que eu pedi e precisei.

- O general concordou com os termos! Só cuidarmos dos detalhes aqui que ele enviará o correspondente ao pedido.

- Vamos falar com ele então! Disse Henrique.

- Vamos! Respondeu Sarah.

- Já sei! Estão em dúvida se confiam em mim ou não, estou correto?

- Não é bem assim! Respondeu Henrique sem jeito.

- Não estão errados em pensar assim, afinal não me conhecem, não sabem quem sou eu e menos ainda se sou ou seria de confiança, porém, mesmo que não saibam de nada disso o que é compreensivo posso lhes garantir que sou de confiança e vou provar isso para vocês se me permitirem.

- Provar como? Perguntou Euclides.

- Vou chamar aqui um de meus clientes que trabalha para o governo que tem o interesse em adquirir um objeto que alega ele ter pertencido ao seu avô, coisa que eu duvido muito e poderão acompanhar toda a conversa desde o início, porém, se eu for fazer isso será necessário permanecer aqui ao meu lado apenas uma pessoa a fim de que ele não desconfie de nada.

 

Henrique, Evandro, Sarah e Euclides se entreolharam e resolveram que a melhor pessoa para tratar daquele assunto seria Sarah que alegaria ser representante de um investidor e fecharia em nome deste o negócio e tudo seguiria o rumo normal sendo que a empresa e Euclides se apresentaria como o proprietário da nova empresa que seria criada. Todos acharam que seria uma boa ideia e deram prosseguimento ao projeto de montarem algo no novo mundo.

 

- Posso ligar para ele?

- Pode! Autorizaram.

 

Faisal pegou o telefone que estava do lado do velho balcão e ligou com todos atentos ao que ele fazia.

 

- Sandro!

- É o Faisal? Respondeu a pessoa do outro lado.

- Ele mesmo! Tenho aqui o que você procurava.

- Achou?

- Digamos que um cliente veio até minha loja e trouxe algo que pode ser o que estava interessado.

- Mas irá pedir caro por isso e estou, digamos, meio desprovido de dinheiro no momento.

- Podemos resolver isso também!

- Como meu amigo? A vaca da minha mulher me largou e limpou minhas contas e nem pude denunciá-la porque não havia origem da grana.

- Como?

- Posso te ajudar, mas terá que vir aqui porque não dá para falar isso por telefone.

- Quando quer que eu vá aí?

- Está onde no momento?

- Na Consolação, porque?

- Que tal vir aqui agora? Se vier ligo para a pessoa interessada em lhe ajudar, ou que poderia lhe ajudar.

- Hum! Será que esta pessoa poderia me tirar deste mar de abandono que estou?

- De repente poderá, mas aí já dependerá de você e não de mim, concorda?

- Com certeza! Me dê uma meia hora que estarei aí.

- Estou aguardando! Desligaram.

- O que acha? Perguntou Henrique.

- Ele virá e se estiver falando a verdade agirá da forma que vocês desejam, mas preciso que se escondam e você modinha saia da loja e volte quando for necessário.

 

Fizeram o que Faisal disse. Henrique, Evandro e Euclides se esconderam dentro da loja de um lugar que poderiam ver tudo sem serem vistos e Sarah saiu para a rua e vinte e sete minutos depois Sandro chegou e entrou meio entristecido.

 

- Boa tarde meu amigo!

- Boa tarde Sandro! É verdade o que disse da esposa?

- Infelizmente é! Ela se mandou com o amante dela.

- Nossa, mas se não me engano você também tinha uma amante ou estou enganado?

- Tinha não! Ainda tenho, mas ela se mandar com o amante dela por mim eu nem ligaria, mas levar toda a grana que eu tinha aí já foi um abuso e o pior é que nem posso denunciá-la porque não tinha origem.

- O que você tinha estava tudo nos bancos e em espécie?

- Pois é! Fui burro e com isso dancei.

- Vamos tentar consertar isso! Veja se é isso que estava procurando. Disse Faisal colocando sobre o balcão o que Sandro buscava.

- Caramba! Você conseguiu encontrar.

- Encontrei e é o original se deseja saber.

- Não vou ter como te pagar por isso agora.

- Acho que vai sim e de repente você fica bem de novo.

- Como? Faço qualquer coisa para não ficar do jeito que estou, ou seja, quebrado.

- Sabe o terreno assombrado?

- Sei! O que tem ele?

- Conseguiria liberá-lo sem complicações?

- Liberá-lo é fácil, mas ninguém quer aquilo lá.

- E se eu lhe disser que conheci certa pessoa, jovem ainda, que veio aqui em busca de algo e conversando com ela me perguntou sobre aquele terreno e que seu patrão estava interessado nele e eu lhe disse que poderia ver isso para ela.

- Está falando sério?

- Sim! Muito sério.

- A liberação pagando as despesas e as taxas que sabem que tenho que honrar com os demais se o valor for aquele que sabe qual é a liberação sai na hora.

- Só que ele não é daqui do nosso país e quer montar uma empresa para adquirir sem levantar suspeita.

- Uma empresa legal, com tudo documentada e estas coisas?

- Sim!

- Sem problemas! Conheço quem pode resolver isso e ele quiser colocar na empresa alguém como nome fictício também poderemos dar um jeito.

- Quanto sairia o serviço completo e com tudo cem por cento em ordem?

- Bem! Devido a burrice que cometi não quero mais saber de dinheiro em espécie e prefiro o pagamento de tudo em ouro e sei que meus parceiros irão querer da mesma forma.

- Poderá falar com a representante do interessado, mas pensa em que valor?

- Você sabia que aquelas duas casas do lado da casa assombrada também estão à venda e os proprietários estão vendendo a preço de nada, pois sabem que elas também serão tomadas pelo governo. Porque não o pacote todo?

- Você poderá dizer isso para a jovem, mas por quanto sairia tudo?

- A casa mal-assombrada, as duas casas e os documentos da empresa e do nome fictício?

- Isso!

- Sabe o valor que estava sendo vendida antes de apresentarmos as propostas das, digamos, incentivo aos profissionais mal remunerados, não sabe?

- Sei sim!

- Então! Como estou quebrado e meus dois sócios e parceiros estão desesperados querendo arrumar algo de qualquer forma daria para fazer por quatrocentos e cinquenta quilos de ouro. Será que eles pagariam isso?

- Quer que eu chame a jovem aqui? Pelo que eu sei ela estava de viagem marcada para ir embora hoje à tarde.

- Está indo embora?

- Sim!

- De onde que ela é?

- De Hamburgo!

- E ela voltará?

- Pelo que ela disse acredito que não e ela apesar de ser jovem é linha dura, ou seja, uma palavra que ela não goste e ela aborta a negociação e vai embora.

- Não! Precisamos vender algo e urgente. Tem jeito de contatá-la?

- Vou ligar para ela! Um momento por favor.

- Tudo bem! Respondeu Sandro ansioso e apreciando o que ele queria.

 

Faisal pretextou fazer uma ligação e hipoteticamente falou com a jovem que ele mencionara. Sarah por outro lado que estava do outro lado da rua atenta a tudo lá dentro viu o sinal combinado e se preparou para atravessar a rua.

 

- Ela vem vindo para cá, mas presta atenção, ela é uma jovem intragável e deve ser por isso que é a representante de um magnata que colocará a empresa no nome de algum laranja. Estou sendo claro?

- Claríssimo!

- Se ela colocar alguma condição e você por algum motivo a contradizer ela virará e irá embora sem olhar para trás.

- Tudo bem! Preciso mesmo fazer alguma coisa e aquela propriedade vai salvar a minha pele e de meus sócios parceiros.

- Tudo bem! Ela vem vindo. Só aguardar um pouco que ela estava aqui perto.

- Vamos aguardar e se der certo terei uma imensa dívida de gratidão para com você.

- Que é isso! Somos amigos e amigos servem para isso.

- Obrigado por estar me ajudando.

- Ela vem vindo! Já está atravessando a rua com seus seguranças.

- Mas vou falar com ela apenas com você do lado tá!

 

Sandro ficou preparado para tudo. Precisava de dinheiro e seus parceiros mais ainda. A fome de ganhar alguma coisa em cima de esquemas era grande entre eles e por conta disso eles liberavam tudo o que era solicitado sem se importar com o que poderia acontecer, se bem que, as costas deles eram grandes e somente um caos poderia leva-los à prisão.

 

Certa vez, a muitos anos atrás Sandro até fora um homem digno e decente, porém, certa vez se perguntou se era ele o errado ou o sistema é que era errado e pensando nisso foi que apareceram seus os que se tornaram sócios e parceiros nas artimanhas as quais se não fosse ele e eles a fazerem outros o fariam e fizeram tantas que por uma daquelas jogadas do destino os três acabaram nos mais altos graus no patamar da hierarquia dos estado e sabendo afastar os que ambicionavam os postos foram se firmando e já estavam ali a quase vinte anos.

 

Vendo que a corrupção corria solda e a impunidade era uma constante e até os mais altos graduados nas esferas municipais e judiciária acabaram se acercando daquele pequeno grupo e de uns seis anos até o momento a competição de qualquer tipo de oposição terminou, mesmo porque, acharam melhor se unir aos poderosos do que acabarem sendo despejados em alguma vala rasa.

 

- Senhorita Abigail! Esta é a pessoa que lhe falei.

- Boa tarde senhor! Meu nome é Abigail Lopes Santilena e sou a representante de uma grande corporação internacional que tem interesse em investir em vosso país.

- Muito prazer senhorita Abigail! Meu nome é Sandro Felysardo Santos e faço parte do governo e meu amigo Faisal me informou que sua empresa tem interesse em adquirir três propriedades no ponto nobre da capital, é isso?

- Sim e eu já estou com a viagem confirmada para o voo das 23:57 e voltando para casa.

- Mas eu posso lhe ajudar nesta situação se desejar e te garanto que amanhã mesmo caso cheguemos a um acordo até o final da tarde tudo já estará legalizado.

- Está ciente que meu empregador não quer ver o nome dele ligado à operação?

- Já sim! Faisal já me orientou sobre isso.

- Que bom, mas recapitulando antes de falarmos de valores precisamos abrir uma empresa documentalmente e dentro da legislação fiscal e tributária de seu país além de termos que criar um novo documento para a pessoa que assinará por ela como um pseudo proprietário. Consegue isso cem por cento dentro da lei?

- Sem problema algum! Só vou precisar de um nome e uma foto para inserir nos documentos e estes serão compostos de registro de identidade, cartão de contribuição dos impostos, carteira de motorista e passaporte.

- Somente isso e mais nada?

- Não! Apenas isso e é obvio o nome da empresa.

- Já tenho os dados da pessoa que poderá vir aqui se chegarmos a um acordo e também o nome da empresa que será New Directions Bank S/A.

- Novo Rumo em português?

- Exatamente isso, mas o nome tem que ser em inglês.

- Sem problemas e o nome da pessoa qual será?

- Phillip Andersen! Ele é búlgaro, mas nasceu em Londres no ano de mil novecentos e quarenta, no dia 12 de julho e os dados da mãe e do pai dele estão aqui neste envelope junto com as três fotos, mas isso só lhe entregarei se chegarmos ao acordo.

- Claro! O que mais deseja saber?

- O custo de toda esta operação.

- Algum problema em o pagamento ser em barras de ouro?

- Não! Meu empregador até acha melhor assim e está disposto a fecha isso hoje ainda.

- Bem! Toda a documentação pessoa física, jurídica e escrituras sairão em valor arredondado de quatrocentos quilogramas de ouro 99,9%.

- Está muito caro e te faço uma contraproposta! Meu empregador pagará no máximo trezentos e cinqüenta quilogramas.

- Posso fazer um outra contraproposta?

- Senhor Sandro quero que saiba que não sou muito de perder tempo e com isso costumam dizer que sou ignorante ou intragável, mas como gostei da sua conduta aumento o valor para trezentos e sessenta quilogramas.

- A senhorita é uma simpatia e quem diz isso é porque não sabem que é uma profissional de verdade e que defende aos interesses de quem a contratou e rogo apenas que faça por trezentos e setenta quilogramas.

- Fechemos por trezentas e sessenta e cinco quilogramas em barras de ouro 99,9% e não se fala mais nisso. Será pegar ou largar e irei embora para Hamburgo hoje à noite.

- Tudo bem! Fechamos então em trezentas e sessenta e cinco quilogramas de ouro com pagamento de cinqüenta por cento agora e cinqüenta por cento na entrega de toda a documentação, mas ressalvando que o senhor Phillip terá que assinar os documentos.

- Fechamos em eu lhe entregando uma barra com dez quilogramas agora e o restante amanhã quando entregar a documentação. É isso ou encerramos aqui a conversa.

- A senhorita é dura na queda mesmo, mas está correta. Fechamos assim então. Quando ele poderá vir assinar os documentos? Disse Sandro desesperado para não perder o negócio.

- Assim que estiverem prontos, ou na hora mesmo que tudo estiver cem por cento em ordem e documentado. Pode ser assim?

- Pode sim! Amanhã onde quer receber os documentos e o senhor Phillip ir para assinar?

- Por mim sem problema algum! Quer que façamos isso lá em seu gabinete?

- Não! Nunca, mas se eu sugerir entregar tudo aqui na loja de meu amigo Faisal haveria algum problema?

- Desde que ele esteja de acordo por mim não há problema algum. Pode ser senhor Faisal?

- Por mim sem problemas! Respondeu Faisal quase rindo da cara de Sandro.

- Combinado então! Amanhã às quatorze e trinta tudo estará pronto e as quinze horas trarei tudo para cá e receberei o que foi combinado. De acordo senhorita?

- Combinado e aproveite para checar se a barra que te entreguei é verdadeira, pois todas elas serão iguais e da mesma procedência.

- Pode deixar! Quer alguma garantia pela entrega da barra de ouro?

- Não precisa, porque se é amigo do senhor Faisal e ele está confirmando que é esta é a minha maior segurança. Bom final de tarde! Disse Sarah saindo da loja de Faisal.

- Nossa! Que moça dura na queda. Falou Sandro.

- Eu quando você forçou estava vendo que ia melar o seu negócio!

- Falei sem pensar e quase estraguei mesmo e se quer saber fiquei com o maior medo de perder este negócio que estava certo.

- Ficou bom para você e seus parceiros?

- Ficou sim e há de convir que não teremos que declarar nada mesmo porque isso não será depositado em instituições bancarias e bem guardadas não haverá filha da puta nenhuma que me roube. Disse Sandro aliviado.

- Só não pise na bola, porque o conglomerado por trás desta mocinha é muito poderosa.

- Não tem nada de pisar na bola e o que iremos receber estará de ótimo tamanho para nós. Vou correr aqui porque quero urgência na composição de tudo que foi acordado e depois falaremos sobre o que arrumou para mim. Até amanhã. Disse Sandro saindo rapidamente.

- O que acharam? Perguntou Faisal logo após ver Sandro saindo.

- Achei que ele estava desesperado para fazer negócio e senti que ele deu uma tremida quando eu me dispus a cancelar a negociação. Disse Sarah.

- Também o vi desta forma e deu para sentir que ele está quebrado e enquanto estavam falando pedi para checar e realmente a esposa lhe deu o pé no traseiro. Informou Euclides.

- Acham que ele pode nos dar nó ou forjar alguma situação? Perguntou Sarah.

- Tenho certeza que não! Faisal você botou pavor nele dizendo verdadeiramente que o investidor era poderoso e como dizemos em nosso mundo, quem tem com certeza tem medo e sei que ele medrou. Falou Euclides.

- O que achou de tudo isso Henrique? Perguntou Faisal.

- Que deu para perceber e ver que ele está desesperado e que precisa fazer negócio nem tenho dúvida disso. Que ele possa ser honesto e entregar o que foi pedido, apesar dele ser uma pessoa que venderia e entregaria até a mãe nem tenho dúvida disso e acredito que o risco de fazer algum negócio com ele seria, a meu ver, cem por cento confiável.

- Pensa assim também Evandro? Perguntou Sarah.

- Como disse meu amigo e irmão Henrique ele está desesperado e precisando se reerguer e vejo as coisas de uma forma diferente que não pensaram. Ele irá pegar sua parte e mandar irem atrás da ex esposa dele e tenho dó dela porque sei que ele não será alguém que perdoaria ou perdoará a traição que cometeu e não por ter fugido com outro, mas sim por tê-lo roubado. Este tipo de pessoa pode deixar muita coisa para lá, mas se mexer no bolso poderá se confrontar com um escorpião dentro ou este mesmo escorpião, depois de ter deixado tirar o que estava lá dentro irá querer picar a pessoa de qualquer forma.

- Caramba! Falou tudo e concordo com você. Falou Henrique.

- Bem! Agora será apenas esperar para ver as coisas acontecerem amanhã e se permitir deixarei dois soldados protegendo-o aqui hoje. Falou Euclides para Faisal.

- Não haveria necessidade, mas agradeço por isso coronel.

- Então vamos e saiamos discretamente para não chamarmos a atenção, caso ele tenha deixado alguém de olho aqui na sua loja. Replicou Euclides.

- Tenho uma porta nos fundos que dá acesso a um beco que raramente é usado.

- Obrigado! Disse Sarah.

 

Todos foram se retirando e o ponto de reencontro seria próximo de onde ficava o terreno. Entrariam novamente na vela mansão da família Johnson e dormiriam naquela noite do outro lado, em seu mundo.

 

Nem bem chegaram na mansão do outro lado se deram conta que lá estavam trabalhando com agilidade, pois se depararam com vários operários que trabalhavam com formigas em um formigueiro reformando tudo dentro da propriedade e já tinham preparado locais para que eles e os soldados se alojassem confortavelmente. Nem Evandro, nem Henrique e muito menos Sarah quiseram comentar sobre aquilo, mas esta procurou Graciele que fez questão de que ela fosse até a varanda da propriedade o que deixou Sarah de olhos arregalados, pois toda a quadra estava sendo cercada com folhas de zinco com aproximadamente quatro metros de altura.

 

- Nossa! Nunca imaginei ver isso em tão pouco tempo!

- O general falou comigo pessoalmente e disse que tinha pressa na execução da restauração e mandou três engenheiros do exército para verificar o que seria edificado aqui, mas pelo que ele disse, iriam preservar a mansão, porém, ao lado do antigo levantariam um enorme prédio moderno em padrões inovadores até pelos padrões de nossa época.

- O passado com o nosso futuro juntos na mesma quadra? Perguntou Sarah surpresa.

- Sim e toda a infra-estrutura inicialmente será coordenada dentro da mansão. Depois serão transferidas para o prédio moderno.

- De onde vieram estes operários, são militares?

- São pessoas comuns, civis na verdade e os militares estão aqui à paisana.

- Mas aqui dentro tem operários e muitos soldados.

- Aqui sim tem operários que são militares e os civis não tem autorização ou permissão para entrarem nas dependências do casarão. Informou Graciele.

- E o material como entra aqui?

- São trazidos até o depósito montado ali do outro lado e que é fechado, aliás, toda a área ao redor da mansão será fechada até amanhã.

- Você me disse que o prédio será um marco futurista na cidade e se assim for e por eles localizado exatamente na principal avenida da cidade, como será a infraestrutura para se entrar aqui seguramente sem parecer que é um simples prédio, digamos comercial?

- Os três engenheiros que montaram o projeto já planejaram os detalhes e haverá uma entrada discreta e subterrânea partindo da alameda Santos, a qual descerá em caracol por dezoito níveis de andares do futuro prédio.

- Quantos andares deverá ter este prédio? Perguntou Sarah cada vez mais empolgada.

- Vinte andares para cima e dezoito para baixo, no total de trinta e oito!

- Uau! Tudo isso?

- Sim!

- E fizeram este projeto tão rápido assim! Como?

- Posso lhe fazer uma pergunta Sarah? Perguntou Graciele.

- Pode sim!

- Você profissionalmente é o que mesmo?

 - Sou tenente do exército brasileiro, porque?

- Não tenente! Nós somos militares e militares sabe bem que planejam um futuro rápido.

- Verdade! Foi mal, mas que o projeto saiu rápido, isso saiu. Respondeu Sarah sorrindo.

- Realmente! Bem rápido mesmo!

- Bem, se me der licença capitã, vou usar a sala para falar com o general. Tenho a sua permissão?

- Sabe que tem! Fique à vontade.

- Obrigada! Disse Sarah indo para a sala que dava acesso direta ao presidente.