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Título   Mensagens Gênero   Drama
 
     
     
     
     
 

 

Título original: Mensagens do futuro

Romance / Drama

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

 

Maycon era um jovem com apenas vinte e seis anos e poder-se-ia dizer até que era um jovem normal, porém, o que ele não sabia que a sua normalidade estava prestes a ser alterada.

 

EMEB ARI LACERDA RODRIGUES
Esta obra contém texto carregado de erotismo

 

 

 

São Paulo, 16 de janeiro de 2021.

 

 

- Vou precisar de você amanhã Maycon! Posso contar com isso?

- Eu tinha um compromisso agendado, mas se precisa de mim pode contar sim.

- Você sabia que a matriz estava para mandar o vice-presidente do grupo para cá, não sabia?

- Sabia sim, mas pelo que saiba ele chegaria somente no final do mês que vem.

- Pois é! Ele mudou a sua agenda e chegará amanhã às seis e dez da manhã.

- Nossa! Bem cedo, mas do que o senhor precisa de mim?

- Preciso que vá buscá-lo no aeroporto, o leve até o flat que ele costuma ficar lá nos Jardins. A suíte já fica reservada para ele e depois levá-lo para onde ele desejar.

Maycon não gostou daquele pedido de última hora. Tinha compromisso agendado com sua namorada para irem viajar. Também não gostou de ter que servir de Office boy daquele burocrata alemão, mas como almejava algo mais dentro da empresa na qual trabalhava acabou concordando. Depois conversaria com sua namorada e ela entenderia com certeza a situação. Tinha planos de se casarem logo e aquilo seria bom para os dois. - Tudo bem senhor! Pode contar comigo.

- Não se incomoda em fazer este serviço de mero serviçal?

- A empresa necessita disso?

- Na verdade eu poderia mandar alguém menos qualificado para fazer este trabalho, mas não sei se poderia confiar na pessoa e sei que você dará o melhor de si.

- Tudo bem senhor. Sem problemas. Eu cuidarei do vice-presidente.

- Tem certeza de que não está chateado?

- De forma alguma senhor. A empresa em primeiro lugar.

- Tudo bem então. Autorizarei para que fique com o melhor carro da empresa e com um cartão corporativo para eventuais despesas. A propósito o nome dele é Herman.

- Tudo bem senhor. Ficarei à disposição.

Maycon mesmo chateado concordara e acabou saindo da sala. Não gostava do seu superior e sabia que este não morria de amores por si. Na verdade, ele fazia de tudo para prejudicar Maycon sempre que podia, mas isso não o afetava, pois almejava mais que ser um mero assistente de direção naquela unidade do poderoso grupo empresarial no qual trabalhava.

Nem bem saiu da sala Valdir, seu superior pegou o telefone e ligou para um número da sua agenda.

-Está tudo bem. Já consegui que o imbecil sirva de babá para o vice-presidente e teremos o final de semana todo apenas para nós.

- Nossa que noticia maravilhosa meu amor. Enfim terei você todinho no final de semana só para mim, respondeu uma voz feminina do outro lado da linha.

- Prometo que farei este final de semana ser mais especial do que você poderia imaginar.

- Sei que fará! Não vejo a hora que chegue amanhã então.

- Não começará amanhã. Se prepare porque sairemos para viajar ainda hoje.

- Hoje?

- Sim! Vou lhe dar inclusive a noite de hoje de presente.

- Nossa! Terei que correr aqui e avisar a minha família e a todos que sumirei nestes dias. Respondeu sorrindo feliz.

- Faça isso. Te pego às vinte e uma horas naquele lugar só nosso.

- Estarei esperando.

Desligaram o telefone e Valdir sorriu satisfeito. Iria ter um prazeroso final de semana e faria com que ele fosse muito especial, mas muito mais especial para ele do que para sua amante e a providencial chegada do vice-presidente lhe daria a folga para se livrar de sua esposa asquerosa por pelos menos três noites e dois dias. Sorriu feliz ao pensar no que faria.


Ainda chateado Maycon foi até sua sala e ficou pensando no que diria para sua namorada. Sabia que ela não iria gostar por saber daquela inesperada situação, mas teria que entender, pois como ele já falava sobre casamento, tudo seria em função do futuro deles. Discou.

Um toque e caiu direto na caixa de mensagens. Não quis deixar recado. Discou novamente e a ligação foi direta para a caixa postal. Tentou outra e outra vez e ai o telefone chamou. Um toque. Dois toques. Três toques. Quatro toques. Cinco toques e atendeu.

- Oi amor! Sou eu. Disse Maycon.

- Oi!

- Liguei e estava ocupado o telefone.

- Ah desculpe. Eu estava falando com a minha prima Raquel.

- Está tudo bem com ela?

- Está mais ou menos. O meu tio passou mal e está no hospital.

- Nossa! O que houve? Perguntou Maycon preocupado.

- Parece que foi AVC, mas ele já está no hospital.

- Quer ir lá vê-los?

- Não! Nós já programamos o nosso final de semana e quero lhe dedicar muito amor nestes dois dias, porque você merece e eu não tenho lhe dado nenhuma atenção.

- É sobre isso que quero conversar com você meu amor.

- Sobre eu lhe dar muito amor, ou por eu não lhe ter dado o amor que você merece?

- Não é nada disso. Acredito que me dê de amor o que eu mereço e se acha que não me dá mais é porque eu não tenha merecido.

- Para! Você é o homem mais maravilhoso do mundo.

- Obrigado, mas te liguei porque fui convocado para trabalhar neste final de semana e seremos obrigados a adiar este nosso passeio.

- Como! Não vamos mais sair?

- Meu amor entenda que eu almejo uma promoção aqui na empresa e isso seria bom para o nosso futuro, nossa futura família, para a minha esposa querida e para os nossos filhos.

- Maycon! Nós temos programado isso há meses e você sempre arruma uma desculpa para que não possamos ir e depois você ainda reclama que não lhe dou a devida atenção.

- Entenda meu amor que se não posso ir desta vez é porque o vice-presidente do grupo virá para cá e o meu diretor, o Valdir me pediu para que cuidasse dele.

- Agora você virou babá?

- Não é nada disso. Ele tem compromissos familiares e pediu porque confia em mim e já que não vamos viajar, porque não aproveita e vai ver seu tio que está doente.

- Bela proposta a sua. Eu ia lhe dar amor, carinho, atenção e até, prazeres dos quais nunca te dei e você diz para eu ir ver um doente no hospital?

- Meu amor não é isso. Eu apenas sugeri e assim você não ficaria em casa sem ter o eu fazer.

- Não posso ir com você servir de babá?

- Claro que não né! Alemães são complicados e não acho que seria uma boa ideia.

- Acho que por eu não lhe ter dado a devida atenção você vai querer se ver livre de mim por uns dias. Respondeu Júlia emburrada.

- Nada a ver. Você sabe que eu te amo mais que amo a mim mesmo e que jamais pensaria em ter algo com alguém do que com a mulher que quero e desejo que seja a minha esposa e a mãe de meus filhos.

- Hum! Sei não.

- Faça isso. Vou cuidar do vice-presidente e você vai para Pompéia na casa de sua prima e veja seu tio.

- Maycon! Você sabe que lá o sinal do telefone é ruim e ficará louco se não conseguir falar comigo.

- Eu entenderei se o sinal ficar ruim e não falar comigo.

- Ainda acho que está querendo sair com outra porque estou em dívida com você.

- Se quiser, volto na sala do Valdir e digo que não poderei fazer o que ele me pediu.

- Não faça isso. Você tem trabalhado duro para conseguir alcançar o seu lugar aí na empresa e não serei eu quem iria atrapalhar o seu futuro. Só fico triste porque eu tinha me preparado par lhe dar tudo o que merece, mas entendo que esta pode ser sua chance de crescimento e será bom também para nós quando nos casarmos.

- Que bom que entende amor. Te ligo depois então e não será tarde porque tenho que estar no aeroporto logo as cinco da manhã.

- Tudo bem. Eu aguardo a sua ligação, mas acho que vou pegar um ônibus e vou para Pompéia agora no começo da noite. Vou ligar para Raquel e dizer que estou indo para lá.

- Está bem. Tento falar com você depois então. Beijos e não se esqueça que eu te amo muito.

- Eu sei que ama. Até depois então.

Maycon desligou o telefone mais sossegado. Achou que Júlia ia brigar, mesmo porque já haviam marcado outras três viagens e todas acabaram dando errado, mas não se recordava se fora por culpa sua, porém ficou mais em paz. Amava demais Júlia e acara ficando chateado pelo que ela acabara de dizer que naquele final de semana ela iria se liberar para ele, porque Júlia sempre fora seca com ele com relação a carinho, amor, atenção e ainda mais em sexo, o qual sempre se recusava a fazer. Este era o preço eu teria que pagar.


Terminou seus afazeres e às dezessete horas. Trancou suas gavetas e a porta de sua sala. Pegou o elevador e desceu até a garagem. Lá se encontravam os carros privativos dos diretores e os da empresa.

- Boa tarde doutor Maycon! Saudou-o José, o encarregado da garagem.

- Boa tarde José! Tem um carro reservado para eu sair com ele aqui?

- Carro? Tem aquela máquina voadora ali. Serve doutor?

Maycon olhou para o lado e viu aquele impecável e maravilhoso automóvel inglês. Raramente soube de alguém que saísse com ele e diziam que aquele veículo era reservado apenas para ocasiões especiais e pertencia ao mito.

- Tem certeza de que é este aqui?

- Ordens diretas do doutor Valdir para entregá-lo apenas para o senhor.

- Uau! Uma máquina maravilhosa.

- Estou aqui há doze anos e até hoje desde que ele chegou só foi usado uma vez. A quilometragem deve estar ainda em quinhentos quilômetros. O senhor é um privilegiado doutor. Se quiser pode guardar o seu aqui dentro e sair com este aqui. Falou José.

- Posso guardar meu carro aqui dentro? Perguntou surpreso Maycon.

- Se tem autorização para sair com o número um, com certeza pode sim.

- Isso não irá lhe causar problemas José?

- Não se preocupe. O doutor Valdir autorizou isso. Respondeu José sorrindo.

Ambos sorriram, Maycon saiu e logo em seguida voltou com o seu carro e depois de estacionar saiu dirigindo aquela aeronave em forma de automóvel. Era perfeito. Impecável. Tinha opcionais de fábrica que nem em sonhos ele imaginou ter em um carro seu. Pensou em levar Júlia para casa, mas como ela disse que iria viajar logo deixou para lá. Dirigiu-se para sua casa.

- Sinto muito maninho, mas nesta noite você terá que levar seu carro para outro lugar. Pensou sorrindo.

Ao chegar à sua casa ligou para Júlia e esta ao atendê-lo disse-lhe que estava tomando banho para ir viajar. Pegaria o ônibus às vinte horas e trinta e que seu pai a levaria até a rodoviária. Desligou sem se despedir.

Maycon estranhou. Júlia era seca, mas se despedia mandando-lhe ao menos um beijo, porém entendeu ou preferiu pensar que ela por estar com pressa para não perder o ônibus agira daquela forma e foi tomar banho, porém antes disso ligou seu computador e foi banhar-se.

Estava cansado e chateado, mas mesmo assim deveria se apresentar bem para o vicepresidente do conglomerado. Fez a barba com extrema atenção. Depois tomou um banho demorado e ao sair da toalete separou uma roupa bem discreta. Depois disso trajando apenas enrolado na toalha foi até a mesa onde estava o seu computador.

Puxou a cadeira e sentou-se diante dele. Abriu sua caixa de mensagens. Havia ali várias delas. Muitas delas de propaganda, algumas de amigos, mas havia uma em especial que desconhecia o remetente.

Curioso abriu-a primeiro e olhou quem lhe mandara a mesma. Não sabia quem era ou deveria ser, porém era um tal de “myfut”. Não havia anexos e era apenas uma mensagem normal, ou parecia ser normal. Abriu-a e nela vinha descrito o texto:

- Olá Maycon! Boa noite. Sei que deve estar curioso com esta mensagem, pois sempre fui cuidadoso com as mensagens que aparecem no seu computador, mas saiba que sou uma pessoa do bem e se lhe escrevo é porque além de gostar muito de ti, quero lhe preparar para o dia de amanhã.

Maycon não entendeu nada, mas a curiosidade o levou a responder a mensagem.

- Boa noite desconhecido. Você com certeza deva ser algum amigo que sabe como sou cuidadoso ao extremo nas minhas coisas, mas fiquei curioso sim com sua mensagem cordial e citando o preparar-me para o dia de manhã. O que quer dizer com isso e quem é você?

Mandou e nem esperava retorno. Deixou o computador ligado e foi terminar de arrumar as coisas para o dia seguinte. Teria que acordar às quatro da manhã e por conta disso tinha que acordar e se arrumar para sair de madrugada em pleno sábado. Passou por um instante diante do computador e viu que havia nova mensagem. Rapidamente foi olhar quem havia enviado e surpreso viu que era daquele desconhecido e sentou-se para ler.

- Olá Maycon! Pode ter certeza de que eu poderia ser considerado o melhor amigo que você poderia encontrar e sei tanto de você, que talvez, nem a sua mãe ou alguém que conviva contigo no seu dia a dia saiba e gostei por ter demonstrado curiosidade, coisa esta que até eu mesmo não sabia que possuía.

Não havia mais nada fora isso e acreditando que aquele brincalhão estava conectado sentou-se e digitou o retorno.

- Tudo bem espertinho. Acredito que esteja de gozação comigo e se não disser quem é nem vou mais perder meu tempo lendo suas mensagens mesmo porque amanhã terei que acordar de madrugada para servir de babá, coisa obvia que você já deve saber, se realmente sabe tudo na da minha vida.

Maycon estava de fato cansado e começava a perder a paciência com aquele bate e volta de mensagens inúteis. Foi terminar de arrumar as coisas e se preparar para se deitar, mas não desligou o computador.

Terminou de arrumar tudo e voltou a fim de desligar o computador e olhando para a tela viu que havia outra mensagem do desconhecido. Abriu para lê-la.

- Meu quero Maycon! Por hora prefiro que me conheça apenas por “myfut”, mas saiba que vai ficar surpreso eu conter sua ansiedade e moderar a sua falta de paciência, coisa normal em você, mas vou lhe adiantar algumas coisas de que lhe ajudará muito na mudança de sua vida. Leia a próxima mensagem que estou redigindo.

Quanto mais Maycon lia aquela mensagem mais ficava irritado, mas nem bem havia terminado de lê-la, nova mensagem chegou. Abriu-a.

- Que bom que não desligou e vamos ao que eu estava citando acima. Sabemos bem que o Valdir, seu superior não morre de amor por ti, mas isso não é tão segredo assim, pois alguns amigos pessoais seu sabe disso, mas uma coisa eles não sabem e somente você, o Valdir e Júlia sabem do que se trata que é a chegada do vice-presidente Herman amanhã de manhã. Estou enviando nova mensagem. Leia-a.

Maycon estava lendo a mensagem e se surpreendendo com o que lia. De fato, somente ele, Julia e seu chefe sabiam daquilo e não mencionara o nome do alemão para Julia, portanto só poderia ser Valdir querendo gozar da sua cara, porém lembrou-se que ele não conhecia aquele seu email. Nova mensagem chegou e Maycon estava ansioso para lê-la. Abriu.

- Continuando e sei que está curioso. Logo de manhã você acordará e irá até o aeroporto, porém não dirija pela faixa da esquerda da rodovia e sim pela da direita. Não tenha pressa e vá com calma porque pouco antes de sair da rodovia Dutra, se estiver do lado esquerdo acabará sofrendo um acidente por conta de um motorista bêbado que estará em alta velocidade e que iria bater na traseira do automóvel que estiver dirigindo e o acidente será gravíssimo, portanto, não dirija pelo lado esquerdo e vá pelo lado direito, mesmo porque, neste horário o trânsito estará tranquilo. Estou mandando nova mensagem.

Maycon estava lendo e quando chegou ao acidente tremeu só de pensar naquilo, pois fora lhe dado a confiança de estar com o automóvel que era o xodó da empresa, mas aquilo já não era mais mensagem normal e sim uma previsão. Ia mandar o “myfut” para as favas porque no mínimo ele estava querendo gozar da sua cara quando nova mensagem chegou. Ansiosamente abriu-a.

- Deve estar pensando que estou querendo gozar da sua cara, mas saiba que não estou. Também não sou vidente e nem um desocupado, mas continuando você chegará ao aeroporto, estacionará o veículo e irá para o saguão de desembarque. No caminho passará por você uma moça morena de olhos verdes e de corpo estonteante e que você saberá quem é posteriormente. Não perca tempo olhando-a como se ela fosse a maior maravilha da natureza. Foque no que estará indo fazer.

- Este cara deve ser doido. Morena estonteante? Pensou Maycon, mas continuou lendo.

- O vôo de Herman chegará exatamente às 5:59 horas da manhã e ele é um homem alto, cabelos negros como a noite, olhar de águia e é muito rigoroso com relação à horário, porém é muito inteligente e fala português fluentemente. Você se apresentará à ele com toda educação e o levará para o flat. Detalhe. Ele não irá querer sentar no banco traseiro e sim sentar-se ao seu lado no banco dianteiro do passageiro. Não estranhe e o trate com educação. Não se acanhe e puxe conversa. Pergunte se ele fez boa viagem e se já conhecia São Paulo.

- Quem será este cara que está escrevendo estas mensagens para mim? Pensou Maycon intrigado. Nova mensagem chegou. Abriu-a.

- Ao sair do aeroporto, ainda na marginal ele pedirá para você deixá-lo dirigir o automóvel. Seja cordial com ele e deixe. Estacione no posto de combustível e troque de lugar com ele. Ele dirige muito bem e já conhece São Paulo. Apenas indique o caminho para que ele vá até o flat.

Quanto mais Maycon lia aquelas mensagens mais curioso ficava. O mensageiro estava dizendo o que iria acontecer no dia seguinte e ou o cara era doido ou era ele mesmo que estava endoidando. Nova mensagem acabara de chegar.

- Você deve estar pensando que eu sou doido ou que você está enlouquecendo, mas não é nem uma coisa e nem outra e vou dar prova disso agora para você. Em dois minutos ouvirá sirenes ai na sua rua e se for olhar através da janela verá que é uma perseguição policial com três viaturas atrás de um carro sedã preto.

- Só pode estar de gozação este cara. Perseguição policial aqui na rua tranquila da minha residência. Só pode ser doido. Pensou Maycon.

Nem bem pensara isso ouviu barulho na rua. Rapidamente levantou-se e aproximou-se da janela. Viu um automóvel preto passar a toda velocidade e atrás dele três viaturas de polícia o perseguiam com suas sirenes enlouquecidas. Ficou de boca aberta e correu para ver nova mensagem.

- Agora acho que estamos nos entendendo, portanto vamos continuar. No caminho Herman lhe convidará para tomar café com ele e indique o caminho para que ele se dirija até aquela casa de pães nos Jardins. Ele ainda não conhece aquele local e irá adorar. Sente-se e o acompanhe no seu café. Não se surpreenda, pois ele come bem. Após isso não deixe que ele pague a conta. Pague você. Depois irão para o flat e ele te convidará para ficar por lá. Não se preocupe porque ele é hetero. Fique por lá e descanse, porque às doze horas ele irá querer ir almoçar e para sua surpresa irá querer comer feijoada. Leve-o naquele restaurante que você conhece bem e que tem a melhor feijoada da capital.

- Hum! Gostei desta mensagem. Bem suculenta. Pensou sorrindo Maycon. Nova mensagem acabou chegando.

- Sei que riu desta mensagem, porque falei de coisa boa, mas tome cuidado para não engordar. Seu futuro lhe agradecerá, mas vamos adiante. Herman pelo tratamento que irá receber de você lhe perguntará tudo de sua vida e lhe confidenciará que a matriz não está contente com a forma de trabalho do Valdir. Na verdade,e existem suspeitas que ele esteja lesando a companhia e lhe perguntará sobre isso. Não diga de antemão que também suspeitava disso, mas você irá levá-lo no domingo para a empresa e acessando o servidor da área comercial cuja senha é “antopov-356” vocês descobrirão uma verdadeira bomba ali descrita.

- Endoidou agora. Eu não tenho acesso aos servidores. Pensou Maycon e nova mensagem acabara de chegar. Abriu-a.

- Não se preocupe porque não somos loucos. Sou o seu mensageiro virtual e o Herman tem poderes para entrar onde ele quiser e fazer o que desejar dentro da empresa, pois Valdir, comunicou a segurança da empresa que ele talvez fosse querer ir até lá no final de semana e já determinou que ele ficasse à vontade para olhar o prédio todo se desejasse, pois nunca imaginaria que Herman fosse querer olhar computadores e se pensasse nisso, não teria as senhas para ver o que era confidencial.

- Espertinho este mensageiro. Estou gostando dele. Pensou Maycon e nova mensagem.

- Deve ter pensado que eu seja inteligente ou esperto e também pelo que te conheço acho que está gostando de mim, mas acesse o servidor da área comercial e depois acesse o servidor do financeiro e lá a senha é ¨bruaca39¨ e a senha do Valdir é “juiet112” e aqui deve ter ficando encucado com esta senha não foi? Te conto daqui a pouco o porquê desta senha. Vou deixar você pensar um pouco.

De fato. Ao ler aquela mensagem e ver a senha ficou pensando. Um de doze era o dia no aniversário da sua namorada Julia e aí ficou ainda mais encucado. Juliet112. Seria por acaso o nome de sua amada Julia e os números da data de seu aniversário? Impossível isso, mesmo porque Valdir não conhecia Julia. Nova mensagem.

- Garoto esperto! Gostei de saber que você imaginou que seria uma tremenda coincidência ser o nome da Julia mais a data de seu aniversário e tem explicação para isso. Tem ideia do que é?

Maycon pensou, pensou, pensou e não via ligação de sua amada Julia com Valdir. Não tinha sentido o que pensou e arrepiou-se por pensar mais se não fosse coincidência. Não, não pode ser isso.

- Infelizmente o que pensou é verdade meu querido Maycon. Vai doer em ler estas palavras descritas nesta mensagem, não há coincidência nisso, mas isso eu te conto depois, porque se olhar no relógio agora verá que são quase uma hora da madrugada e você tem apenas três horas e meia para dormir.

- Como ele sabe a hora certinha? Pensou Maycon. Nova mensagem. Abriu-a.

- Deve ter se perguntado como sei a hora exata, mas isso é porque estou lhe mandando em tempo real ao seu. Agora vá dormir e faça tudo o que lhe disse para fazer. Cuidado primeiramente com a rodovia na ida e não se atenha na morena estonteante. Cuide bem do Herman porque o seu futuro está em jogo. Concentre-se apenas nisso e não pense em mais nada. Amanhã lhe mando novas mensagens e não deixe que nada, mas nada mesmo mude o seu futuro a não ser você mesmo. Bom dia e boa sorte.

Maycon estava boquiaberto. O que ele quis dizer sobre sua amada Julia e que isso só seria revelado por ele no dia seguinte, ou melhor, dizendo, à noite, mas naquele momento não podia se ater a estes fatos, pois se tinha uma coisa que possuía era sua tremenda responsabilidade e mesmo achando muita loucura o que estavam descritos naquelas mensagens foi se deitar e nem bem encostou a cabeça no travesseiro, acabou adormecendo.


Precisamente às 3:30 da madrugada o telefone o despertou. Acordou assustado. Dormira com aquelas mensagens na cabeça e achava que fora apenas um sonho. Levantou-se, ligou o computador e foi tomar um banho rápido. Olhou para o rosto e viu que a barba estava bem-feita. Tomou banho e voltou enrolado na toalha.

Antes de trocar-se, enquanto se enxugava olhou para o computador e constatou que as mensagens não eram mera imaginação. Elas estavam lá e havia uma nova. Abriu-a rapidamente, mas não teria tempo de ficar lendo outras se chegassem porque senão se atrasaria.

Bom dia Maycon! Mandei esta mensagem apenas para lhe desejar que seu dia seja perfeito e ele será se seguir as minhas recomendações e ressalto que apenas as siga e sua vida começará a mudar a partir de hoje. Só tome cuidado na rodovia Dutra com aquele carro dirigido por um bêbado e com a morena estonteante. Com relação ao carro do bêbado mesmo vendo o que acontecerá à sua frente de forma alguma pare. Vá direto para o aeroporto. Em relação à morena te conto depois. Tenha um excelente dia.

Curta, grossa e objetiva a mensagem. No fundo não acreditava muito naquilo, mas depois das viaturas à noite ele preferia agir com prudência. Trocou-se e nem comeu nada. Saiu e ali estava aquele imponente automóvel.

No pára-brisa havia um papel com uma mensagem de seu irmão dizendo que ele era muito folgado, mas só pelo luxo do automóvel nem iria reclamar. Acionou o controle remoto da garagem e saiu. Dirigiu com calma. Aquele automóvel pedia para que fosse ao limite, mas tinha que tomar cuidado.

A manhã estava fresca. Uma brisa suave cruzava o ar, mas Maycon não sentiu nada disso, pois estava com o ar condicionado ligado. Ruas e Avenidas ele cruzou e logo acessou a rodovia Presidente Dutra. Lembrou-se das recomendações de seu mensageiro e conduziu o veículo pelo lado direito e ficou atento no fraco movimento daquele horário. Não demorou muito percebeu através do espelho retrovisor dois faróis que vinham a uma velocidade acima dos limites. Percebeu que o mesmo vinha fazendo zigzag na pista e acautelou-se. Diminuiu ainda mais a velocidade saindo para o acostamento e em poucos segundos aquele alucinado passou por ele.

Continuou dirigindo e não demorou mais que dois minutos para que visse aquele carro ir de encontro à proteção da pista e depois disso rodopiar uma, duas, três, quatro, cinco vezes parando de rodas para o ar. Aproximou-se, mas lembrando das mensagens passou direto.

Logo chegou ao aeroporto. Estacionou o automóvel e olhou para o relógio. Marcava cinco horas e oito minutos. Ainda era cedo, mas não poderia vacilar. Havia muita coisa em jogo de acordo com as mensagens. Cruzou o espaço do estacionamento e logo acessava a área interna do aeroporto internacional de Guarulhos. No caminho pensava naquelas mensagens malucas, mas que até então precisamente tudo estava acontecendo.

 

- Quem será este mensageiro? Um vidente, ou um viajante do tempo, ou um anjo querendo me informar de coisas para mudar minha vida? Pensou enquanto caminhava.

Das três alternativas sabia que nenhuma delas seria viável. Maycon não era uma pessoa bitolada ou maluca. Muito pelo contrário. Era uma pessoa com uma inteligência acima da média e que se sentia injustiçado em seu trabalho e agora estava, por exemplo, servindo de babá para um executivo da matriz.

Caminhava em direção ao desembarque internacional com os pensamentos perdidos e de repente acabou tropeçando em uma pessoa e acabou derrubando sua bolsa e alguns papéis que mantinham nas mãos no chão.

Apressou-se em ajudá-la e quando a viu detalhadamente assustou-se. Ali, diante de seus olhos estava uma moça de rara beleza. Seu rosto parecia ter sido esculpido à mão. Seus olhos eram de um verde profundo, indescritível. Maycon segurando os pertences daquela linda jovem levantou-se e ela seguiu seus movimentos.

Não sabia o que dizer. Estava petrificado com tanta beleza. Ao vê-la em pé diante de si não conseguiu deixar de olhar para aquele corpo deslumbrante. Tudo nela era perfeito e em completa harmonia.

- Me perdoe. Acho que estava no mundo das nuvens. Respondeu seu jeito.

- Tudo bem. Não tem problema. Respondeu ela séria.

- Me perdoe mesmo por isso, mas estou com pressa. Respondeu Maycon saindo rapidamente em direção ao desembarque.

Maycon temia chegar atrasado e as mensagens eram claras. Não desvie sua atenção por nada. Chegou ao saguão do desembarque. Olhou para o painel. O voo estava no horário e o avião já iria pousar. Olhou para o relógio. Eram cinco e trinta e oito da manhã.

Por um breve instante sua mente voltou-se para aquela morena de rosto de porcelana e corpo escultural. De fato, ela era estonteante. Uma mulher com a qual se poderia fazer amor, com amor e por amor e pensando nela sua mente voltou-se para sua amada Julia e foi aí que se lembrou que ela não havia lhe telefonado.

- Há esta hora minha amada deve estar dormindo nos braços de Morfeu. Pensou.

Olhou novamente para o painel na parede e nele informava que o avião que trazia Herman estava taxiando. Em pouco tempo ele sairia pelo portão. Pegou aquela plaquinha idiota e se plantou diante do cordão de isolamento da saída de passageiros.

 

- Ai amor! Você não sossega? Disse sussurrando Julia.

- Você me leva a loucura doce menina. Respondeu Valdir.

- Tudo bem, mas sossega um pouco senão eu não aguento.

- Você me excita e me deixa completamente louco de amor e de tesão.

- Está bem, mas vá devagar senão eu não aguento. Respondeu Julia sorrindo.

- Quero fazer amor com você hoje o dia, a noite toda, de madrugada e amanhã o dia inteiro. Disse Valdir agarrando Julia e rolando na cama com ela.

- Nem vem. Pensa que ela é de borracha é? Disse Julia se sentindo amada.

- Aquele idiota não faz isso com você?

- Não me lembre dele. Maycon é gente boa, mas não tem este fogo que você tem.

- Ele é mesmo um idiota.

- Deixe ele para lá e vamos nos curtir. Quero mais. Venha me deixe louca de tesão e de vontade.

- Nem precisa pedir mais. Vou te deixar maluca e virar você no avesso.

- Hum! Delicia. Vem e me faça novamente toda sua.

Longe dali Maycon sentiu algo em seu peito e não soube o que poderia ser. Nem de longe imaginaria que Julia, sua amada Julia naquele momento estava se entregando com prazer e luxuria aos desejos carnais de seu diretor.

O portão do desembarque abriu-se e os passageiros começaram a passar por ele. No meio de todos eles um se sobressaiu. Era Herman e seria impossível não o reconhecer. Alto. Forte. Traços bem definidos de um alemão legítimo. Para quem não o conhecia, tal qual Maycon, Herman parecia ser uma pessoa que deveria ter uma pedra no lugar do coração. Olhar astuto e que parecia prestar atenção em tudo e em todos.

Não era velho ao contrário do que Maycon imaginava. Não deveria ter mais que uns quarenta anos e ao ver Maycon erguendo a placa com seu nome aproximou-se sorrindo.

- Abaixe esta placa idiota moço. Disse ele para Maycon em português fluente.

- Precisava dela para que me identificasse senhor.

- Nada de senhor jovem e eu já sabia quem você era.

- Como assim senhor?

- Nada de senhor. Meu nome é Herman. Respondeu.

- Desculpe Herman. Força do hábito para com um superior hierárquico.

- Acha que eu viria para cá sem saber como era a pessoa que viria me buscar no aeroporto?

- Acredito que não.

- Rapaz esperto. Pedi para que o Valdir viesse me buscar, mas alegando compromissos de família disse que mandaria o melhor funcionário da unidade São Paulo.

- Nossa! Ele falou isso?

- Na verdade não, mas eu imaginei que ele não mandaria qualquer motorista para me buscar aqui. Disse Herman sorrindo.

- Obrigado! Podemos ir Herman?

- Claro que sim. Estou morrendo de vontade para rever São Paulo.

Caminharam rumo à saída e de lá para o automóvel estacionado a poucos metros após o prédio do aeroporto. Herman olhou detidamente para ele e sorriu. Maycon o olhou sem entender e Herman lhe disse do por que.

- Sabia que fui eu quem comprou este automóvel?

- Não tinha a menor ideia.

- Quando estive em Londres passei diante de uma concessionária e vi este monumento de automóvel lá dentro. Não resisti e entrei para olhá-lo e fiquei surpreso com os detalhes do mesmo. Reparei também que apesar de ser na Inglaterra, este aqui possuía o volante do lado que eu havia me acostumado a dirigir, nos padrões internacionais e após fazer um teste drive não resisti e o comprei.

- Interessante, mas você mora na terra da matriz de vários automóveis. Porque um inglês?

- Aí que está o detalhe. Lá temos marcas que se esparramam e são conhecidos pelo planeta todo, mas este aqui nem se comentam dele lá na Alemanha e por isso o comprei.

- E porque não o deixou lá para usá-lo e o trouxe para cá?

- Boa pergunta, mas é simples isso. O complexo empresarial no qual trabalhamos, não sei se você sabe, também detém ações de algumas empresas de automóveis alemães e de outros países e sabia que me olhariam de lado se eu o usasse por lá e por isso, como fiquei por quatro meses aqui em São Paulo, mandei-o para cá.

- Agora entendi porque ninguém chega perto deste automóvel lá na empresa. Respondeu Maycon sorrindo.

- Me responda uma coisa Maycon. Você foi que horas o buscar lá na empresa?

- Me autorizaram a levá-lo para casa ontem à tarde. Por quê?

- Vou te falar uma coisa Maycon. Ou Valdir confia muito em você, ou queria te prejudicar.

- Porque diz isso?

- Quando voltei para a Alemanha dei ordens expressas de que ninguém deveria sequer manobrar ele dentro da garagem. Deveriam apenas mantê-lo limpo, abastecido e que dessem partida nele todos os dias. Nada mais que isso.

- E ele me autorizou a levá-lo ontem assim do nada?

- Na verdade ele sabia de minhas ordens e se o fez ou é porque confia muito em você, ou ele quis de fato te prejudicar.

- Não entendo os motivos que ele teria para fazer isso.

- Você se incomodaria se eu fosse dirigindo?

- Claro que não. De forma alguma. Respondeu sorrindo Maycon.

- Obrigado! Você já tomou café?

- Não! Ainda não. Sai muito cedo de casa e nem deu tempo para isso.

- Tem alguma recomendação para tomarmos um café decente?

- Tenho sim. Lhe indico o caminho.

- Quer sentar-se no banco traseiro senhor? Perguntou Herman sorrindo.

- Imagine só. Era só o que faltava eu ir sentado aí atrás.

- Nada demais. Se quiser pode sentar-se lá atrás. Respondeu sorrindo Herman.

- Prefiro lhe fazer companhia no banco da frente mesmo. Sorriu Maycon.

Herman assumiu a direção do imponente automóvel e Maycon sentou-se ao seu lado no assento ao lado. Saíram do estacionamento e logo acessaram a rodovia Hélio Smidt para em seguida entrarem na rodovia Presidente Dutra, a qual, curiosamente estava com movimento abaixo do normal na via que levava para a capital.

Não haviam rodado mais que dois quilômetros e, Herman olhou curioso para ver o acidente na outra via e comentou que em São Paulo acidentes começavam a acontecer logo de madrugada. Maycon preferiu se calar e nada dizer sobre aquele caso do qual fora alertado pelo seu mensageiro virtual e agora começava a entender do porque da mensagem. Pouco depois já se encontravam na avenida marginal.

- Herman! Siga direto pela via expressa e na outra marginal, a Pinheiros sairemos para irmos a um lugar que acredito que não conheça e acho que surpreenderá com o café que servem lá.

- Estou ao seu dispor doutor. O senhor manda e eu obedeço. Sorriu Herman.

Maycon sorriu e estava surpreso com a simpatia daquele homem. Na verdade, quando recebeu a missão de ser babá dele acreditou que seria um porre ter que paparicar um alemão no final de semana todo e para sua surpresa ele era muito gente boa. Em silencio agradeceu a Valdir por isso, pois apesar da saudade de sua namorada a manhã começara muito bem.

Longe dali Julia sem sequer lembrar que Maycon existia rolava na cama nos braços de Valdir que não sossegava em dar-lhe paz amando-a de todas as formas e maneiras.

Alheio a tudo isso Maycon estava prestando atenção em Herman que dirigia com extrema responsabilidade e eficiência. Estava de fato surpreso com ele e indicando o caminho logo chegaram ao seu destino.

- É aqui Herman. Espero que goste da sugestão.

Entraram no estacionamento e Herman fez questão de estacionar o automóvel, coisa que desagradou ao manobrista, porém diante do olhar fechado que Herman fez para ele, o mesmo saiu de fininho e não houve qualquer problema.

Entraram no recinto e Herman se surpreendeu com a variedade de coisas que havia a venda naquele local. Maycon pediu para que ele o acompanhasse e foram para o andar superior e Herman olhou deliciado para o que viu. A fartura de alimentação era surpreendente.

- Estou surpreso. Não conhecia este local maravilhoso.

- Obrigado Herman. Vim aqui uma duas vezes com a minha namorada. Fique à vontade para se servir

- Ah você namora então?

- Sim! Tenho uma quase esposa. Estava me preparando para nos casarmos.

- Então devo ter estragado o seu final de semana ao lado de sua amada?

- Imagine só. Ela aproveitou e foi visitar o tio no interior que foi internado ontem.

- Interessante isso. Não querendo ser inconveniente este tio dela já estava doente?

- Não! Na verdade,e eu fiquei sabendo disso na hora que lhe comuniquei sobre que teria que trabalhar hoje e amanhã.

- E ela não brigou ou reclamou?

- Cheguei a ficar surpreso. Acreditava que ela daria um show, afinal havíamos combinados um programa especial para este final de semana e ela até que aceitou em uma boa.

- Tudo bem. Desculpe por ser curioso. Disse Herman cortando o assunto.

- Imagine! Não tem problema. Respondeu Maycon.

- Podemos nos servir?

- Claro! Vamos lá.

Longe dali naquele momento Julia levantara-se e foi tomar um banho. Estava quebrada de tanto que Valdir usara e abusara dela durante a noite toda. Sentia dores pelo corpo todo e ainda mais nas partes intimas, mas estava tão delicioso ser amada daquela forma selvagem por seu amante que as dores que o prazer compensava a dores.

Acordando e olhando dos lados e vendo que Julia não estava ali ao seu lado Valdir levantou-se e foi até a toalete e a viu ali tomando banho a sua amada vadia. Entrou e foi para junto dela e como já estava nu a segurou junto ao seu corpo e a beijou como se estivesse devorando uma presa.

Julia sentiu o impacto daqueles beijos selvagens e mesmo sentindo dores entregou-se ao prazer. Sabia que tinha muito a ganhar com aquele diretor que era o presidente da unidade de uma grande multinacional. Valdir sem se preocupar com os pensamentos dela fez com que ela se abaixasse e que lhe proporcionasse prazeres orais. Depois disso com força a levantou, virou-a de quatro e a penetrou com força. Julia soltou gritos misturados entre dor e prazer quando ele fez com ela novamente sexo anal. Ela ainda sentia a perda da rompida virgindade naquele final de semana.


Acordou assustado quando ouviu batida na porta que permanecera aberta.

- Já descansou dorminhoco? Perguntou Herman sorrindo.

- Nossa! Apaguei. Desculpe-me.

- Que isso jovem! Fez bem. São onze e dez da manhã. Podemos ir à empresa e depois almoçar?

- Claro que sim. Me dê apenas uns minutos para eu me recompor. Disse Maycon.

- Estarei na sala aguardando.

Pouco tempo depois Maycon já recomposto encontrou-se com Herman. Desceram, entraram no automóvel e foram em direção à empresa. Maycon estava dirigindo o veículo e conduziu-o até a entrada da garagem privativa.

Ao ver aquele veículo que era uma relíquia na empresa se aproximando do portão o segurança aproximou-se e reconhecendo Maycon abriu o portão. Entraram e foram até a vaga exclusiva para aquele veículo. Nela encontrava-se o seu carro.

- Quem colocou meu carro nesta vaga? Perguntou ao segurança que os acompanhou.

- Acho que foi o senhor José.

- Esta vaga deveria ser intocada. Disse sem querer Maycon.

- Ah doutor isso eu já não sei. Sou só segurança aqui na empresa.

- Obrigado! Este senhor aqui é o doutor Herman, o vice-presidente da empresa.

- Nossa! Que surpresa.

- Por quê? Perguntou Herman que se mantinha ao lado de Maycon.

- Porque o senhor é como uma lenda aqui. Respondeu.

- Lenda eu? Sorriu Herman.

- Sim doutor. Sempre falaram que o dono deste automóvel era um mito, uma lenda.

- Qual é o seu nome filho?

- Jonas doutor. Jonas de Carvalho.

- Jonas de Carvalho eu não sou lenda. Sou gente igual a você e aos demais.

- Bem doutor foi um prazer lhe conhecer. Agora vou trabalhar.

Jonas sob o riso de Herman e de Maycon virou-se e saiu dali sorridente. Maycon pegou as chaves e tirou seu carro da vaga e colocou em uma vaga desocupada ao lado, pois depois iriam embora com ele para almoçar.

- Vamos ver a empresa meu jovem?

- Vamos sim e depois irá comer a melhor feijoada que eu conheço aqui de São Paulo.

- Se for ruim eu faço você pagar a conta. Respondeu sorrindo Herman.

Sorrindo rumaram até os elevadores e foram direto para o décimo oitavo andar daquele edifício de vinte andares onde se localizava a diretoria administrativa. Os dois últimos estavam localizados o setor de treinamento, recursos humanos e um amplo auditório.

Herman foi até uma das amplas vidraças laterais e olhou para fora. Ficou ali olhando para fora. Era alemão, nascera em Berlin, mas amava a cidade de São Paulo. Maycon o deixou ali olhando para fora sem lhe incomodar.

- Amo esta cidade. Disse de repente Herman.

- Eu também. Respondeu Maycon sorrindo.

- Conhece a Alemanha meu jovem?

- Não! Nunca sai do meu país.

- Nunca? Vamos dar um jeito nisso logo.

- O que deseja ver ou olhar de fato aqui na empresa Herman? Perguntou Maycon.

- Na verdade eu gostaria de encontrar algo que me faz ter suspeitas de irregularidades.

- Caso haja, isso poderá ser encontrado na área comercial, financeira e na sala de Valdir.

- Porque diz isso?

- Não sei! Quem sabe intuição. Respondeu Maycon enigmático.

- Interessante isso! E o que diz a sua intuição?

- Minha intuição diz que tem coisa errada aqui na empresa.

- Você sabe de alguma coisa? Perguntou Herman

- Sinceramente não, mas também acredito que haja algumas coisas erradas por aqui.

- Se fosse começar a procurar por onde começaria?

- Eu começaria pela ordem pelo comercial, depois iria para o financeiro e finalizava no computador do Valdir.

- Porque por esta ordem? Perguntou Herman curioso.

- Mera suposição. Respondeu Maycon sorrindo.

- Faremos do seu jeito e pela sua seqüência, mas os computadores devem ter senhas. E aí como faremos? Tem alguma sugestão?

- Digamos que eu tenha facilidade para descobrir senhas.

- Para com isso meu jovem. Você é vidente agora?

- Infelizmente não sou, pois se fosse iria querer saber agora o que Julia estaria fazendo?

- Esqueça esta moça, pois sinto que irá se machucar. Respondeu Herman sério.

- Bem! Vamos lá para o departamento comercial que fica no quinto andar. Disse Maycon cortando o assunto.

Foram até o elevador e desceram para o andar correspondente. Pela cabeça de Maycon passava a imagem de Julia, sua amada e querida namorada. Amava demais aquela moça e acreditava que morreria se ficasse longe dela.


- Puta que pariu! Que delicia meu amor. Disse Valdir em sussurros.

- Está bom assim ou quer melhor? Respondeu Julia sorrindo.

- Consegue fazer melhor do que fez? Você quase me matou de prazer.

- Hum! Então é sinal que gostou.

- Gostei? Eu amei. Você é deliciosa. Que boca.

- Gostou da minha boquinha é?

- Nossa! Que boca. Que língua. Que tudo.

- Se eu melhorar o que é que eu ganho? Perguntou Julia maliciosamente.

- Nem precisava melhorar. Do jeito que fez eu já lhe darei o mundo.

- Hum! Dará é?

- Não prometi para você?

- Prometeu e me dará o que? Pode me dizer?

- Apartamento onde você quiser. O carro que você quiser. Joias e dinheiro.

- O carro que eu quiser e o apartamento que eu escolher? Perguntou Julia sem parar de fazer carícias.

- Sim! Te darei tudo além de joias e muito dinheiro. Ai! Que delícia.

- Para isso o que quer é que eu seja sua?

- Minha puta. Minha vadia. Minha safada. Aiiii.

- Serei isso tudo para você. Só valorizar o que tem nas mãos.

- Então diz para mim. O que você é minha? Perguntou Valdir quase desmaiando de tanto prazer que estava sentindo.

- Sou sua puta, sua vadia, sua safada, sua quenga, sua prostituta particular e exclusiva. Disse Julia completamente excitada.

- Quero trepar com você todos os dias e em todas as horas que der.

- Quer é? Perguntou Julia.

- Quero sim. Respondeu Valdir gemendo.

- Então venha e foda comigo. Quero te sentir toda dentro de mim. Estou molhadinha e louca para sentir suas penetrações.

Valdir não vacilou. Sabia que ia gozar e virando Julia na cama macia foi por cima dela e a penetrou de uma vez só. Gozou ao sentir seu membro penetrando-a por completo e parou um pouco naquela posição. Julia sabia que o tinha nas mãos e quando voltassem iria terminar com Maycon.

- Para que continuar com aquele sonhador, se terei meus sonhos realizados daqui a dois dias? Pensou Julia sem escrúpulo nenhum.

Julia naquele momento não tinha sentimento algum. Pensava apenas em se dar bem na vida. Queria luxo, conforto, presentes, joias, dinheiro e com Maycon jamais teria isso. Assim pensando e vendo que Valdir ao gozar virara de lado não lhe deu trégua. Beijou a na boca e desceu com ela deslizando pelo corpo do homem que iria realizar seus sonhos levando-o novamente à loucura. Estava sendo paga para isso e diga-se que muito bem paga, portanto iria valorizar o que estava recebendo para fazer e ser. Uma perfeita puta.

Alheio a tudo isso Maycon e Herman chegavam ao quinto andar. Maycon pediu para que Herman o acompanhasse e foram até o servidor da área comercial.

- Tem que ter uma senha para acessar isso. Por acaso o vidente sabe qual é? Perguntou Herman sorrindo.

- Bem me deixe pensar. Disse Maycon com ar de suspense.

- Videntes pensam? Perguntou Herman sorrindo.

- Agnaldo, que é o diretor da área comercial sempre disse que era descendente de russos e vivia falando isso para todos. Eu arriscaria a senha “antopov”.

- Porque “antopov”? Perguntou Herman curioso.

- Não sei. Mas quem sabe dá certo? Respondeu Maycon sorrindo.

- Bem vamos ver se dá certo vidente.

Herman sentou-se diante do computador do servidor da área comercial e ligou-o.

Rapidamente a tela se abriu e pediu a senha de acesso. Herman digitou “antopov”.

- Gênio! Deu erro de senha. Disse Herman para Maycon.

- Agnaldo tem três filhos. Uma menina de seis anos, um garoto de cinco e a caçula de três. Eu arriscaria de trás para frente. Ou seja, “antopov356”.

- Oh! Simples né? Ele não seria tão otário em colocar a idade de seus filhos.

- Tente e veja se dá certo. Disse Maycon sorrindo.

Herman mesmo achando que era perda de tempo digitou a senha que Maycon lhe passara e para sua surpresa abriu-se a tela. Herman olhou para Maycon com cara surpresa e começou a ver que várias pastas de arquivo se abriam. Aleatoriamente abriu uma delas e seus olhos viram algo que desconfiava, mas que não tinha certeza de ser verdade. Ali, apenas naquela pasta continha dados que deixavam claro que havia desvio de dinheiro na empresa.

- Estou pasmo por ver isso. Olhe só meu jovem. Disse Herman para Maycon.

Maycon se abaixando viu que em apenas uma pasta constava dados de desvio de alguns milhões. Seus olhos se arregalaram e olhou para Herman que estava olhando para ele.

- Posso te fazer uma pergunta séria Maycon? Perguntou Herman.

- Claro que pode. Fique à vontade.

- Promete ser sincero e honesto na resposta?

- Prometo sim. Pode perguntar.

- Você tem envolvimento nisso aqui ou sabia de algo?

- Nem uma coisa e nem outra. Juro por tudo que é mais sagrado na minha vida.

- Acredito em você, mas como sabia a senha?

- Apenas intuição.

- Só intuição?

- Só! Respondeu Maycon omitindo as mensagens virtuais que recebia.

- Sua intuição acaba de mostrar um esquema de desvio de milhões dos cofres da empresa. Disse Herman após abrir outras duas pastas.

- Eu não tinha a menor ideia disso. Respondeu Maycon com sinceridade.

- Até que horas é servido o almoço lá onde você disse que tinha a melhor feijoada da cidade?

- Até as quatorze horas, mas aí só tem o que sobrar.

- Que horas são agora?

- Hora de irmos para lá se quiser comer feijoada boa. Respondeu sorrindo Maycon.

- Então vamos embora e depois voltaremos aqui. Tenho que fazer cópias e aproveito para comprar alguns pens derives.

Herman ainda boquiaberto com o que acabara de ver desligou o servidor e foram para a garagem. Estava estarrecido com o que vira, mas estava com fome e a fome falou mais alto. As informações não sumiriam de lá até voltarem. Chegaram à garagem e foram direto para o carro de Maycon.

Tem certeza de que irá comigo em meu humilde carro? Perguntou Maycon.

Ele anda?

Anda não, mas ele funciona. Respondeu Maycon sorrindo.

- Então vamos embora.

Saíram e meia hora depois entraram no restaurante de aparência humilde. Herman duvidou que aquele local pudesse servir uma comida boa, mas pela segunda vez naquele dia ficou surpreso. A feijoada era coisa dos céus. Divina.

- Meu jovem estou impressionado. Esta feijoada é a melhor que já comi em toda a minha vida.

- Eu também. Respondeu Maycon sorrindo.

- Simplesmente fantástica. Eles servem em separado para levar para casa?

- Com certeza.

- Como descobriu aqui?

- Passei por aqui com a Julia era em torno de treze horas e vi a placa. Resolvi entrar para experimentar. Ela não queria porque achou aqui uma espelunca, mas a feijoada lhe calou a boca.

- Você está com ela direto na cabeça, não está?

- Sim! Direto. Ela não me sai da cabeça.

- Vou te fazer um desafio. Ligue agora para ela e veja se ela atenderá.

- Claro que ela irá atender.

- Ligue.

Maycon pegou seu telefone e digitou. Um toque, dois toques, três toques, quatro, cinco, seis, sete e caixa postal.

- Tente de novo meu jovem. Pediu-lhe Herman

 

Novamente Maycon ligou. Um toque, dois toques, três toques, quatro, cinco, seis, sete e caixa postal. Ligou outra vez e nada. Ela não atendeu.

- Como eu lhe disse ela deve estar ocupada. Disse-lhe Herman.

- Ela está com o tio doente e deve estar no hospital.

- Conhece o tio dela?

- Conheço sim. Já estive com ela lá na casa dele.

- Tem o telefone dele?

- Tenho o da filha dele, por quê?

- Ligue para ela.

- Porque para ela?

- Ligue e pergunte como está o pai dela e se a Julia está por lá.

- A Julia irá ficar possessa com isso.

- Por quê? Você só quer falar com ela, não é?

- Claro que quero.

- Então ligue. Insistiu Herman.

Mesmo sem desejar fazer, Maycon procurou entre seus contatos e ligou. Um toque. Dois toques.

- Alô!

- Oi! É a Raquel?

- Sim! Quem é?

- É o Maycon. Namorado da Julia.

- Oi! Tudo bem com você Maycon?

- Tudo e com você?

- Eu estou bem também. O que houve para me ligar? Aconteceu algo com a Julia?

Não! Está tudo bem com ela e seu pai está bem? Respondeu Maycon.

Ele está mais forte que eu. Vendendo saúde. Disse Raquel sorrindo.

Que bom. Fico feliz por vocês estarem todos bem.

- Mas me diga. Sentiu saudades de mim para me ligar? Perguntou sorrindo.

- Acho que apertei o botão sem querer aqui.

- Ah que pena. Achei que estava com saudades de mim.

- Na verdade senti mesmo estes dias. Mentiu Maycon.

- A bruxa da Julia te mata se souber que falou isso.

- Porque bruxa?

- Ela não te contou?

- Contou o que?

- Que brigamos feio estes dias?

- Não! Ela não me falou nada.

- Nem falaria. Aquela bruxa não te falaria nada porque eu estava te defendendo.

- Como assim?

- Faz mais ou menos uns dois meses e meio. Eu liguei para ela e conversa vai conversa vem perguntei de você.

- E? Ela ficou com ciúmes? Perguntou Maycon sorrindo.

- Que nada. Falou um monte de coisas de você e eu briguei com ela por causa disso. Desculpe por te contar o que ela disse, mas ela falou que você é um sonhador e que vai ser eternamente um bosta na empresa em que trabalha e ela quer mais que isso. Quer um homem que lhe dê segurança, mordomias e que a pegue de jeito.

- Ela disse isso?

- Disse e eu lhe perguntei sobre o amor e carinho. Falei para ela que adoraria ter um homem como você que me desse atenção, amor e carinho e ela me disse que eu era otária e sonhadora igual a você. Que iria viver na merda e que conheceria um merda igual a você e iria viver ainda mais na merda.

- Você está brincando né?

- Não estou não. Pergunte para ela olhando nos olhos dela. Sabe que quando ela mente, ela baixa a cabeça não sabe?

- Sei sim.

- Então. Faça isso e verá que não estou mentindo. Quem me dera você ser apaixonado por mim.

- Não creio que ela disse isso. Falou Maycon atônito.

- Maycon! Vou te contar uma coisa. Eu sempre vi o amor e carinho que você tem por ela e por gostar de você eu vou lhe dizer. Afaste-se dela porque a Julia não presta.

- Presta sim e eu a amo.

- Vou lhe dizer de novo. Afaste-se dela, porque ela não vale nada. Ela não presta mesmo.

- Vou pensar sobre o que você disse. Obrigado por suas palavras.

- Só uma coisa. Caso você descubra que ela não vale nada quero que saiba que apesar de sermos primas não sou igual a ela e estarei aqui esperando uma chance.

- Está bem. Sei que você é gente boa.

- Se mal pergunto. Hoje vocês não estariam naquela viagem que ela tinha me falado que tinham programado?

- Infelizmente eu tive que trabalhar.

- E ela está onde e fazendo o que agora?

- Acho que está na casa dela.

- Duvido, mas ligue para ela e para a casa dela e duvido que ela vá atender.

- Farei isso obrigado.

- Lembre-se que eu estou aqui tá! Disse Raquel e desligaram.

Maycon estava aturdido. Julia mentira descaradamente e ainda metera a boca nele. Onde ela estaria naquele momento era algo que passava por sua cabeça. Ao seu lado Herman calado o olhava pensativo. Já havia passado por aquilo e sabia como doía.

- E aí? Ela está lá?

Não, e o pai de Raquel está ótimo de saúde.

Tenta ligar para ela de novo.

Não sei se quero fazer isso.

- O que disse a prima dela para você?

- Que o pai dela está ótimo e que Julia meteu a boca em mim. Chamou-me de bosta e que irei viver na merda.

- Liga para ela de novo.

- Posso te pedir um favor?

- Claro que pode.

- Poderia ligar na casa dela e perguntar se Julia está lá?

- Claro que posso. Dê-me o número.

Maycon passou o número para Herman e este ligou para a casa dela. Um toque. Dois toques. Três toques e atenderam.

- Alô!

- Boa tarde. Eu poderia falar com a Julia?

- Quem está querendo falar com ela?

- É Alberto. Amigo dela e do Maycon. Mentiu Herman.

- Ah sim! Ela não está.

- E poderia me dizer onde ela estaria?

- Claro! Ela foi viajar com o Maycon.

- Ah é verdade. Eu me esqueci. Quem está falando?

- Renata! A mãe dela.

- Obrigado dona Renata. Boa tarde. Desligou o telefone.

Herman fez a ligação e deixou em viva voz. Maycon ao seu lado estava estarrecido. Julia pelo que percebia planejara tudo. Primeiro disse para ele que iria passar o final de semana no interior porque seu tinha havia tido AVC. Depois mentira para a sua mãe dizendo que iria viajar com ele.

- Que vadia! Disse Maycon em voz alta.

- Ligue de novo para ela e veja se ela irá lhe atender.

- Acho que não quero fazer isso, estou enojado.

- Ligue.

Mesmo sem vontade Maycon ligou novamente para Julia. Um toque, dois toques, três toques, quatro, cinco, seis, sete e caixa postal. Tentou de novo e o mesmo ocorreu. Novamente e outra vez e nada dela atender. Desistiu e com dor no estomago. Levantou-se e disse para Herman que iria tomar um pouco de ar. Herman respeitou aquele momento e pediu para que preparassem a comida para ele levar. Pagou a conta e saindo viu que Maycon estava pálido. Esperou que passasse aquele efeito que já sentira há algum tempo atrás.

Longe dali Julia fazia Valdir delirar de prazer. O telefone tocava sem parar e Valdir perguntou se Julia não iria atendê-lo.

- É aquele merda do Maycon. Disse Julia.

- E não vai atender?

- Quer parar de trepar e de receber carinho para que eu o atenda? Perguntou Julia.

- Claro que não, mas pode ser urgente.

- O Maycon que se foda. Ele é grudento e não quero parar de curtir estes nossos momentos. Você fode muito gostoso. Não vai me penetrar de novo? Quero de quatro agora. Quero que me arrebente e me faça urrar de prazer.

- Claro que vou. É para já. Respondeu Valdir colocando-a de quatro.

Julia já não sentia mais prazer. Agora já fazia sexo apenas para cumprir o seu papel de puta. Sabia que tinha Valdir nas mãos e iria aproveitar-se disso. Quanto ao Maycon na segunda feira lhe meteria o pé na bunda e terminaria tudo, afinal iria sugar o que pudesse de Valdir e sabia que ele cumpriria com o que lhe prometera. A mente de Julia pareceu-se transformar de um instante para o outro e já pensava arrumar outro amante enquanto sugava o que pudesse de Valdir. Já não sentia mais dores, apenas sentia o gosto do dinheiro e do poder que estava prestes a conseguir.


- Ela é muito mentirosa. Uma vadia mesmo e só agora que estou vendo isso. Exclamou Maycon com ódio.

- Tenha calma meu jovem. Quando ela disse que voltaria da casa do tio dela?

- Amanhã à noite.

- Faça o seguinte. Mais tarde tente falar com ela de novo. Tente a noite e amanhã também. Se ela atender não a deixe perceber que falou com a prima dela e que eu falei com a mãe dela. Haja naturalmente como uma pessoa apaixonada.

- Será difícil agir desta forma.

- Vou lhe dar um conselho de quem já passou por isso. Haja naturalmente. Se ela atender, diga que está morrendo de saudades e não diga mais nada. Alegue a ela que quer vê-la na segunda e aí faça o que achar melhor, mas de forma alguma brigue ou a agrida moral ou fisicamente.

- Não tenho estomago para isso.

- Me responda uma coisa. Você gosta de transar?

- Muito.

- E com ela, tem transado muito?

- Não. Ela corta o meu barato e diz que quer se guardar para depois que casarmos.

- Mas já transou com ela alguma vez?

- Duas tentativas, mas ela não deixou que eu penetrasse nem a cabeça.

- Culpa sua ou dela?

- Ela me conteve e disse que não achava certo isso.

- Segunda você vai fazer uma coisa. Vai sair com ela e vai levá-la ao melhor motel da cidade. Lá mesmo que ela berre você vai usá-la como se ela fosse uma puta. Faça tudo que tiver vontade com ela e depois lhe meta o pé na bunda e termine tudo.

- Acho que não vou conseguir. Estou com ódio dela.

- Deixa o ódio para depois. Primeiro use-a e depois a despache.

- E se ela tiver ido a algum lugar que era sério e não quis me contar?

- Você sinceramente acredita nisso? Perguntou Herman com pena de Maycon.

- Não! Eu não acredito.

- Vou te ajudar em algumas coisas. Que carro que ela gosta ou gostaria de ter?

- Uma picape SUV importada.

- Aqui em São Paulo tinha uma rua que só tinha concessionárias. Ainda tem esta rua.

- Tem sim. Fica lá nos Jardins. Não é tão longe do flat.

- Vamos até lá então.

- Para que?

- Não pergunte. Vamos até lá.

Sem entender nada Maycon conduziu seu carro até a rua que Herman pedira. Lá chegando ele perguntou que marca ela gostaria de ter um automóvel SUV. Maycon lhe disse a marca da montadora e foram para lá.

- Que cor ela gostaria de ter um destes veículos? Perguntou Herman.

- Preto. Ela adora carros desta cor.

- Então deixa comigo agora.

Herman se afastou de Maycon e foi falar com um vendedor. Curioso Maycon foi atrás e ouviu-o dizer para o vendedor.

- Você tem deste modelo preto e completo disponível para venda aqui na loja?

- Tenho sim senhor. Respondeu o vendedor.

- Este veículo está com todos os opcionais que poderia ter.

- Está sim senhor.

- Maycon me fala uma coisa. Você gosta também deste modelo e marca de automóvel?

- Gosto sim. Era meu sonho antes de ser o dela e só não comprei porque não tinha dinheiro para pagar. Respondeu.

- Quero ver o automóvel. Tem ele e ele está mesmo aqui nesta loja?

- Está sim senhor.

Foram até o pátio e de fato o automóvel estava lá. Imponente. Completo com todos os opcionais. Na verdade, haviam dois deles por lá.

- É este mesmo Maycon?

- É sim, mas não tenho dinheiro para comprar um destes.

- Este não é problema. Deixe isso comigo.

Voltaram para a loja e Maycon não estava entendendo nada e nem tinha idéia do porque Herman queria comprar um automóvel que era dos seus sonhos e não dos dele com certeza. Maycon viu Herman falando com o vendedor e logo depois falou com outra pessoa e outra mais até que o viu tirar um cartão de credito e efetuar pagamento. Aproximou-se novamente.

- Este jovem aqui lhes fornecerá os documentos e virá buscá-lo já licenciado amanhã em torno das treze horas. Está bem para os senhores assim?

- Claro doutor Herman. Se quiser vir buscar antes deste horário o veículo já estará sendo liberado. Vou mandar fazer as revisões e lavá-lo agora mesmo.

Maycon, por favor, forneça a eles os seus documentos.

- Meus documentos Herman! Para que?

- Porque não vou colocar o automóvel no meu nome uma vez que estou lhe dando de presente.

- Como! Dando-me de presente?

- Vai rapaz. Forneça logo os seus documentos para não perder tempo.

Ainda sem ter noção do que estava acontecendo Maycon forneceu seus documentos para logo depois saírem da concessionária.

- Onde tem um shopping aqui por perto? Perguntou Herman.

- Tem vários por aqui. Aonde quer ir precisamente Herman?

- Onde tem um que tem roupas exclusivas e é o shopping mais caro da cidade?

- Já sei aonde quer ir.

Rumaram para lá e caminharam pelas lojas. Pararam em uma que possuía roupas mais para jovens e de marcas importadas. Entraram e uma jovem veio atendê-los.

- Em que posso ser útil senhores?

- Jovem! Você entende de moda masculina?

- Mais ou menos senhor, por quê?

- Você tem bom gosto? Perguntou Herman sério.

- Acredito que sim, por quê?

- Vou confiar em seu bom gosto. Imagine que este jovem aqui fosse seu namorado e você quisesse vê-lo muito bem vestido. O que escolheria para ele?

- Até que valor senhor?

- Você recebe por comissão?

- Recebo sim.

Aqui está meu cartão. Você decide o quanto ama o seu namorado e o quanto amaria ganhar de comissão.

- Meu amor é menos intenso do que eu amaria ganhar uma boa comissão senhor. Respondeu sorrindo a jovem vendedora.

- Então faça a sua parte. Sem limites de gastos.

- Sem limites?

- O limite estará no que deseja ganhar de comissão. Respondeu Herman sorrindo.

A vendedora praticamente arrastou Maycon para dentro da loja. Maycon não estava entendendo nada. Estava atônito. O que Herman estava fazendo ou o que estaria planejando nem lhe passou pela cabeça, porém a vendedora não lhe deu tempo para pensar e mostrou-lhe sob os olhares atentos de Herman o que tinham de mais belo e mais moderno na loja.

Quase duas horas depois nada mais tendo para mostrar ela parou e disse que naquela loja nada mais havia que seria do seu agrado para mostrar. Herman sorriu com a sinceridade dela e mandou fecharem a conta e foi o que ela mandou fazer.

Pouco tempo depois estava tudo separado, embalado e nas sacolas daquela bela loja a vendedora apresentou a conta para Herman que sem olhar para o valor mandou passar o seu cartão. Pagou e saíram da loja onde a vendedora sorria feliz pela venda realizada de mais de duzentos e cinquenta mil.

- Para que tudo isso Herman? Não sou gay e nem saio com gay heim. Disse Maycon sorrindo.

- Não terminamos ainda. Vamos cuidar do seu cabelo. Está muito feio. Vamos cuidar disso agora.

Foram até um salão de remarca e lá Herman pediu para que chamasse o melhor cabeleireiro deles. Logo este se apresentou e fez uma obra de arte no cabelo de Maycon. Ao sair dali Maycon estava se sentindo a pessoa mais maravilhosa do mundo. Não estava entendendo nada, mas Herman prevendo isso lhe disse...

Como lhe disse Maycon eu nunca tive filhos. Estou ficando velho e não sei por que, ou talvez até saiba está me saindo melhor do que um filho que nunca tive e que nunca terei e você passa hoje por uma situação que eu passei há alguns anos atrás e eu quero que na segunda quando for se encontrar com Julia ela o veja poderoso e bem cuidado. Ai sim ela se entregará para você sem pensar e será a sua hora de meter-lhe o pé na bunda. Entendeu?

- Entendi sim e lhe agradeço por isso.

- Não tem que me agradecer. Muitas coisas ainda acontecerão durante estes dias e será coisa boa para você. Agora vamos comprar pen drives e depois voltaremos para a empresa. Temos muitas copias para fazer ainda.

Maycon começava a entender as palavras de Herman e só tinha a lhe agradecer de tudo que ele estava fazendo por si, mas antes disso tinha que ser grato aquele desconhecido amigo virtual que lhe alertara sobre muitas coisas e que lhe proporcionara aquela mudança em sua vida.

Do nada ele conhecera Herman e só chegara a conhecê-lo por ter prestado atenção nas recomendações daquele amigo virtual. Em poucas horas sua vida mudara do comodismo para um mundo melhor e bem real. Herman lhe dera não apenas um automóvel e roupas caríssimas, mas sim lhe dera algo que nem sabia se tinha que era a dignidade e a vontade de mudar tudo em sua vida.


Chegaram ao suntuoso prédio da empresa e rapidamente a porta do estacionamento fora aberta. Agora os seguranças estavam cientes de Herman e já conheciam o carro de Maycon. Entraram e foram direto para o quinto andar e acessaram o servidor do computador de lá. Herman havia comprado 30 pens drives de 64 megas. Inseriu o primeiro dele e começou a copiar.

- Maycon, por favor. Anote alguns valores.

Sentado ao lado de Herman Maycon se prontificou a anotar. Os pens drives iam se enchendo na medida em que Herman ia abrindo as pastas. Milhões constavam daquelas planilhas muito bem elaboradas. Passava das vinte e duas horas quando terminaram de baixar todos os arquivos do comercial e praticamente os pens drives estavam carregados. Teria que comprar mais.

- Você chegou a ver o quanto deu aí em dinheiro Maycon?

- Passa de bilhões.

- Tudo isso?

- E de muitos bilhões. Respondeu Maycon.

- Por isso que a unidade Brasil só fecha no vermelho. Canalhas. Disse Herman.

- Ainda resta o financeiro e o do Valdir para vermos. Comentou Maycon.

- Teremos que comprar mais pen drives.

- Podemos também fazer diferente. Baixar o conteúdo destes pens drives em computador e formatá-los.

- O seu tem capacidade para tudo isso?

- Com certeza não. Respondeu Maycon sorrindo.

- Então teremos que comprar mais pen drives mesmo, mas isso só amanhã. Vamos embora e amanhã voltaremos mais cedo e com tempo. Disse Herman.

Saíram e foram para a garagem. Lá pegaram o automóvel de Herman e foram para o flat. Lá Maycon o deixou e disse que teria que ir para casa. Herman ainda insistiu, mas alegando algumas coisas que teria que fazer em sua casa e marcou de estar ali no dia seguinte as nove e trinta da manhã.

Na verdade, Maycon queria trocar mensagens com seu amigo virtual, mas antes disso iria tentar falar com Julia. Não demorou a chegar e teve que fazer seu irmão tirar o carro dele da garagem para que ele guardasse aquele imponente veículo inglês. Chiando, mas rindo seu irmão tirou e ele correu para o seu quarto. Ligou o computador e foi tomar banho.

Tomou rapidamente e voltou ansioso para ver se havia mensagens e havia uma. Abriu-a rapidamente.

- Boa noite Maycon! Pelo que sei você seguiu todas as indicações que lhe dei. Parabéns e por isso começou a mudar o rumo da sua vida. Agora antes da próxima mensagem que estarei lhe escrevendo você irá ligar para a Julia. Faça-o agora.

Sem pestanejar Maycon pegou o telefone e ligou. Um toque. Dois, três, quatro, cinco, seis, sete e caiu na caixa postal. Tentou de novo e novamente caiu na caixa postal. Ficou irritado e pensou onde e com quem estaria aquela vadia. Nova mensagem chegou. Abriu-a.

- Você ligou e ela não atendeu. Liga de novo e outra vez se ela não atender. Te mando nova mensagem logo.

Pegou o telefone de novo não atendeu. Ligou outra vez. Um toque, dois, três, quatro, cinco e ela atendeu.

- Alô!

- Oi Julia!

- Quem é? Respondeu com voz sonolenta.

- Maycon oras.

- Oi! Desculpe. Eu estava dormindo. O dia hoje foi puxado.

- Eu que lhe peço desculpas, mas liguei várias vezes e você não atendeu. Fiquei preocupado.

- Baixei o som do telefone porque passei o dia todo no hospital para que a família descansasse um pouco.

- E como está seu tio?

- Mal. Muito mal. O médico disse que não sabe se ele estará vivo amanhã.

- Nossa! E você como está se sentindo?

- Cansada e a bateria está no final. Se cair a ligação foi por culpa dela.

- Hospital cansa mesmo. Alô! Alô! Caiu a ligação.

Maycon se mordeu de raiva e de nojo. Tinha certeza de que ela desligara de propósito. Dissera que seu tio estava quase morrendo e Raquel lhe dissera que ele estava forte feito uma rocha. A mãe de Julia dissera que ela sairá para viajar consigo e era só mentira em cima de mentira. Deu-lhe vontade de esganar ela. Olhou para o computador e nova mensagem chegara. Abriu-a.

- Bem! Você já deve ter percebido que Julia além de ser mentirosa ao extremo também é ardilosa e interesseira. Herman lhe sugeriu uma coisa e recomendo que a faça.

Encontre com ela na hora do almoço na segunda feira e convide-a para sair com você.

A mensagem parara ali. Acreditou que seu amigo virtual queria seu retorno e como é que ele sabia o que Herman lhe dissera? Mandou a mensagem e logo chegou outra.

- Arrume-se da melhor maneira possível, ou seja, se vista bem e passe aquele perfume que ela adora. Na segunda você não irá trabalhar. Herman te dará o aval. Vá se encontrar com ela na saída do seu horário do almoço, mas faça-o porquê depois será ela quem irá querer lhe meter o pé na bunda. Ela lhe verá chegando ao carro dos sonhos dela, bem vestido e bem arrumado. Não demonstre esta raiva e nojo que está sentindo agora. Desça e abra a porta para ela entrar e nem pergunte nada. Leve-a direto para o motel. Ela não se negará a ir. Lá faça tudo o que faria com uma mulher paga, ou seja, uma prostituta. Use e abuse dela. Não tenha pressa e sei que tem fogo ai dentro de você para usá-la por horas se for necessário, mas faça-o.

Nova mensagem chegou. Abriu-a.

- Questiona-se se ela irá querer trepar com você e saiba que ela irá sim, pois lhe verá mudado. Escolha aquele motel bem caro que tem lá perto de onde ela trabalha, pois ela gosta de luxo. Pegue a suíte presidencial para impressioná-la ainda mais e faça-a fazer de tudo com você. Oral, vaginal e anal. Ela não se recusará, pois não vai entender o que está acontecendo de mudança na sua vida. Não deixe que ela o domine e domine-a você. Pegue-a com pegada de macho.

Maycon lia e acabou se excitando. Só de pensar no que poderia fazer com Julia que até então ela não o deixara fazer lhe dava vazões para sua cabeça revoltada. Nova mensagem chegou. Abriu-a.

- Sei que só de ler o que escrevi e pensar no que fará com ela deve ter ficado bem excitado aí e saiba que irá fazer mesmo tudo o que teve vontade neste tempo todo em que está com ela e que ela te cerceou o direito de fazer. Saiba que neste momento ela está com um cara passando o final de semana e fazendo de tudo na cama porque ele prometeu dar a ela o mundo e com certeza dará muito do que ela deseja, porque tem nojo da mulher rica dele, mas não lhe direi ainda quem é ele. Ela irá fazer o que você quiser de verdade. Oral, anal e vaginal, por isso lhe digo saia e abuse dela como se ela fosse a pior de todas as putas safadas.

Maycon estava pasmo. Havia de fato lhe passado pela cabeça que ela estivesse com outro, mas daí a fazer vaginal, oral e anal era algo que lhe dera ainda mais raiva e a vontade de foder violentamente com ela aumentou em sua cabeça. Ela merecia ser bem castigada. Nova mensagem.

- Nem precisa usar camisinha se não quiser, porque ela só estará em seu período fértil, na quinta e ela poderá ficar grávida do outro otário que irá lhe encher de bens, mas se ela te procurar você deverá pedir o teste de DNA e se livrará do problema. Não se preocupe quanto a isso e saiba que o amante dela é limpinho. Não tem perigo.

Quanto mais lia, mas Maycon pensava em maldades sexuais com Julia. Teve apenas outra namorada antes dela e ela era uma vadiazinha e não regularia nada, mas ela era menor de idade e temeu ser preso por pedofilia e caiu fora e logo depois conheceu Julia por quem se apaixonou e Julia com ele, era o oposto da outra. Regulava e dizia que só transaria com ele depois de casados e por duas vezes até que conseguiu encaixar a cabeça dentro, mas ela cortou o barato dele logo e com isso a vontade e o desejo só aumentou e agora iria colocar para fora aquele desejo contido. Nova mensagem chegou.

- Sei que por sua cabeça passou de arrebentar com ela, mas ela já chegará arrebentada. O amante dela está trepando sem dó nem piedade dela. Está pagando bem para ter uma puta na cama dando para ele só que você vai levar vantagem. O seu membro é bem maior e mais grosso que o dele, portanto arrebente-a com ira, com raiva, com o desejo contido e acima de tudo selvagemente. Ela gosta disso. Adora tapa na cara e na bunda. Não tenha receio disso. Quanto mais bater, mais ela vai gostar e não duvide que depois ela se apaixone por você, mas não caia na dela. Trepe o que der e mais de uma vez se desejar, mas somente na segunda e na terça. Não arrisque de quarta em diante, porque daí o filho poderá ser seu. Abuse dela e depois meta-lhe o pé na bunda. Ela virá lhe procurar e se desejar, depois que desistir dela saia mais uma ou duas vezes. Não lhe recomendo, mas aí já será com você e lhe direi quando ela não estiver nos dias férteis.

Maycon acabou rindo do que lera. Aquele amigo virtual era uma figura. A vontade de trepar com Julia sem compromisso até fez diminuir a sua ira e raiva. Iria mesmo seguir os conselhos daquele amigo e de Herman na próxima segunda feira. Nova mensagem. Abriu-a

- Esta é a última mensagem de hoje. A senha que falta do financeiro é “bruaca39”. Tenha uma boa noite e até amanhã à noite.

Estava cansado. Foram muitas coisas para um dia só até acreditava que fosse um sonho, mas se fosse iria dormir de novo e acordar depois para saber. Mal encostou a cabeça no travesseiro adormeceu. Acordou quando eram oito da manhã. Levantou-se. Tomou banho e desceu. Foi ver seu pai que vegetava sobre uma cama. Beijou-o na testa e viu que o café estava posto na mesa. Como sempre sua amada mãezinha preparara tudo.

- Bom dia mamãe!

- Bom dia meu filho. Nem vi você chegar ontem.

- Cheguei tarde. Fiquei trabalhando e vim para casa quase onze da noite.

- Nossa! Filho, não ia viajar com a Julia neste fim de semana?

- Ia mamãe, mas o dever me chamou e foi um dia muito proveitoso.

- Você trabalha demais filho. Precisa descansar um pouco e ser mais valorizado.

- Estou sendo mamãe e terá uma surpresa quando eu voltar à noite.

- Então nem vou dormir hoje só para te esperar. Cortou o cabelo?

- Cortei para mudar um pouco a cara. Te ligo mais tarde para dizer que horas chego. Agora tenho que ir. O dever me chama.

Saiu correndo e nem deu tempo para ouvir sua mãe dizer algo. Tirou o automóvel da garagem e foi para o flat onde estava Herman. Por ser domingo o transito estava ótimo. Um pouco frio, mas fora isso tudo estava em paz. Não demorou muito e estava no flat. Herman lhe esperava na recepção.

- Bom dia jovem! Dormiu bem?

- Dormi mais ou menos e você?

- Dormi bem.

- Pensei muito no que você me disse ontem sobre a Julia.

- E vai sair com ela e trepar como devia ter trepado antes?

- Vou sim e usando a inteligência, mas preciso de sua ajuda.

- Só pedir. O que precisa?

- Vou vê-la amanhã na hora do almoço e preciso que me dê o seu aval lá na empresa para que não me prejudiquem.

- Só isso?

- Sem problemas. Você até por lei tem direito a um descanso por ter me suportar nestes dois dias.

- Imagine. Está sendo uma experiência única na minha vida a sua companhia.

- Obrigado, mas me diga uma coisa. O que pensa em fazer com sua namorada amanhã?

- Pegá-la na hora do almoço e levá-la para o motel e trepar alucinadamente.

- Não pode ser qualquer motel. Tem que ser O motel. O mais caro de todos.

- Eu sei. A levarei em um que só de passar na frente já se paga pedágio. Respondeu Maycon sorrindo.

- Sei que não ganha grande coisa, mas mais uma pergunta. Isso custa caro e você tem dinheiro para pagar um motel destes?

- Na verdade não, mas vou tirar da minha poupança.

- Não vai fazer nada disso. Você está com o cartão corporativo da empresa?

- Estou sim. Vou devolvê-lo amanhã.

- Não vai devolvê-lo e vou lhe dar uma importância em dinheiro para que não precise usá-lo. Vamos passar em um caixa eletrônico que vou tirar uma importância de lá e lhe entrego. Pressão em cima deste tipo de mulher é a chave da mina.

- Não precisa Herman. Obrigado.

- Obrigado nada. Faço questão disso e vou lhe pedir algo para que guarde para uma emergência.

- O que?

- Vou lhe dar um telefone de última geração e lá na suíte do motel você o coloca filmando e filme tudo que der para usar contra ela no futuro. Sei que irá precisar e faça isso por você e não por mim. Nem quero ver o filme depois.

- Tudo bem. Não vou recusar. Obrigado de novo.

- Vamos lá ao shopping comprar mais pen drives e depois vamos trabalhar.


Foram para o shopping e depois de comprarem os pens drives Herman preferiu ir até a concessionária buscar a SUV, pois depois não teriam que sair para buscá-la. La chegando tiveram que esperar pouco mais de meia hora para retirá-la, mas ela estava impecável. Limpa, arrumada, documentada e acima de tudo com o tanque cheio.

- Quer levá-la Herman?

- Claro que não. Ela é sua.

- Mas foi você quem pagou.

- Vou querer andar nela depois, mas com você dirigindo.

- Ela também é automática. Pode ir com ela.

- Não meu filho. A primeira vez tem que ser com você. Respondeu Herman sorrindo.

- Então tudo bem. Vamos?

- Vamos e ao chegar lá vou mandar abrir o portão para que guarde seu automóvel novo lá dentro.

- Vão chiar e não sei se irão deixar-me guardar outro lá dentro.

- Não se preocupe com isso. Se lhe negarem isso mando quem não deixar embora.

Riram e foram para a empresa. Herman chegou à frente de Maycon e ao chegar o portão foi aberto imediatamente. Herman ao chegar ao lado do segurança comunicou-lhe que Maycon iria estacionar o outro veículo na garagem. O segurança nada disse e Maycon entrou tranquilamente com uma saudação do segurança que sorriu para ele.

Estacionaram e Maycon olhou para o seu velho carrinho. Ficou com pena dele que a partir de então seria trocado pelo potente veículo que recebera de presente de Herman. Pegaram o elevador e foram direto para o décimo oitavo andar onde ficava a diretoria e a diretoria financeira. Primeiro foram para a sala do servidor do diretor financeiro.

- Não entendo porque tantos servidores independentes. Comentou Herman.

- Não sei se é por isso, mas devido aos valores desviados acredito eu que cada um deva querer dar golpe nos outros e cada um tenha um controle. Respondeu Maycon.

- O que você quer dizer é que talvez o rombo seja maior ainda?

- Muito maior. Muito maior acredito eu. Respondeu Maycon.

- Bem vamos lá.

Herman ligou o servidor e lhe foi pedido a senha.

- Tem alguma dica para a senha gênio?

- Tenho sim.

- E qual seria?

- Fábio costuma chamar a esposa dele de “bruaca” e deve ser esta a senha.

- Bruaca? O que é isso?

- E uma forma degenerativa de ofensa a alguém aqui no Brasil.

- Vamos tentar.

Herman digitou e deu erro de senha.

- Gênio não deu certo. Tem outra ideia?

- Tenta então “bruaca” com a idade da esposa dele que é trinta e nove anos.

- Você quer dizer “bruaca39”?

- Isso mesmo.

Herman digitou e a tela abriu-se na hora e várias pastas apareceram na tela.

- Maycon olhe aqui. Tem muito mais pastas neste aqui do que no do comercial.

- Eu imaginava isso que tivesse mesmo, bem como acredito que no do Valdir tenha mais que aqui.

- Como assim?

- Aqui é o Brasil Herman. É ladrão roubando ladrão e um departamento está acima do outro, portanto vá lá saber o que terá aí.

- Por favor. Pode ir anotando pasta a pasta.

Herman inseriu o primeiro pen drive no local e passou o valor para Maycon. Uma a uma das pastas foram sendo copiadas e sendo anotados os valores das planilhas e quando mais anotavam mais surpresos ficavam. Maycon ia conferindo as novas listas com as do departamento comercial e eram claro as diferenças. De fato, era ladrão roubando ladrão.

Terminaram de copiar Herman desligou o computador. Foram para a sala de Valdir, porém esta estava trancada.

- E agora? Não vamos poder ver o da sala dele. Disse Herman desanimado.

- Tem jeito sim.

- Como? Arrombando a porta?

- Não! Basta pedir a chave para o segurança. Tem chaves reservas de tudo aqui e você é o vice-presidente do grupo e tem poderes para isso.

- É verdade. Qual é o número.

Para sorte nossa o segurança que cuida desta parte das câmeras e da segurança geral é meu vizinho e meu amigo. Deixe que eu ligue para ele e você pede, está bem?

- Você está saindo melhor do que eu poderia querer. Respondeu Herman sorrindo.

- Onofre! Aqui é o Maycon. Você por favor, poderia falar com o doutor Herman?

- O todo poderoso?

- Ele mesmo. Respondeu Maycon sorrindo.

- Espere um pouco que vou pentear o cabelo.

- Para de ser besta. Vai falar com ele por telefone.

- Ah! É verdade. Respondeu sorrindo.

- Bom dia senhor Onofre. Estou aqui vendo as salas da empresa e a doutor Valdir está trancada. Será que poderia me emprestar a cópia da chave da sala dele?

- Bom dia doutor. O doutor Valdir não permite que a chave da sala dele seja entregue a quem quer que seja e temos ordens claras sobre isso.

- Só quero ver e fazer uma surpresa para adaptações, pois acredito que a minha sala deva ser igual à dele, pois ficarei no Brasil por uns dois anos, portanto, serei o superior dele aqui.

- Desculpe doutor, mas se ele souber que forneci a chave me mandará embora.

- Vamos fazer o seguinte. Você me empresta a chave. Olho, lhe devolvo e faremos de conta que isso nunca aconteceu.

- Hum! Ficaria em segredo isso?

- Um segredo só nosso. Você não conta e nem eu e nem o Maycon contaremos.

- Faremos isso. Posso ir aí levar a chave para o senhor?

- Pode, mas seja rápido para não deixar seu posto sozinho por muito tempo.

- Já estou chegando doutor.

De fato, não demorou nada e em menos de quatro minutos Onofre estava ali diante do mito. Ficou sem saber o que dizer e Herman sorriu e o agradeceu por ter levado a chave. Onofre saiu tropeçando nas pernas de tão feliz que estava. Falavam tanto do Herman na empresa que todos o temiam e Herman demonstrava ser uma pessoa do bem.

Abriram a porta e entraram. Herman puxou a cadeira e sentou-se diante daquele computador. Olhando para Maycon pediu a senha.

- Deixe-me pensar. Respondeu sorrindo.

- Vou deixar, mas pensa rápido. Disse Herman sorrindo.

- Tente aí “juiet112”.

- Porque está senha? Perguntou Herman curioso.

- Deve ser de Julia e a data do aniversário dela.

- Ué! O Valdir a conhece?

- Pelo que eu saiba não, mas lá saber. Respondeu Maycon.

- Será que é ele que estaria com ela?

- Acho que não. Ela nunca gostou de homens mais velhos.

- Pura coincidência?

- Deve ser. Tente aí e vamos ver se dá certo.

Herman digitou e conseguiu acessar. A tela se abriu e Herman ficou surpreso. Ali havia arquivos de forma diferente dos outros computadores. Era muito mais organizado. Elaborado em planilhas coloridas. Abriu a primeira e havia dados de nomes, esquemas, senhas, apelidos, datas e contas bancárias.

- O que será isso? Perguntou Herman para Maycon.

- Parece ser esquemas de propinas isso aí.

- Como propinas? O que é isso? Perguntou Herman curioso.

- Propina é igual a dar dinheiro para órgãos públicos.

- Mein Gott! Wie kann es? Verbrechen auf Verbrechen.

- Não entendi nada. Disse Maycon sorrindo.

- Desculpe por ter falado em alemão. Eu quis dizer... Meu Deus. Como pode isso? É crime em cima de crime.

Agora entendi. Respondeu Maycon.

- Bendita hora que resolvi vir investigar isso e foi Deus quem colocou você no meu caminho para me ajudar.

- Acho que deve agradecer ao Valdir por ter me enviado até você, mesmo achando agora que ele queria foder-me, fodendo com a minha namorada.

- Triste verdade, mas tem horas que você pensando em estar fodendo com alguém, acaba sendo fodido por ter saído para foder com quem era ligado ao que estaria sendo fodido. Entendeu?

- Bela filosofia. Eu deveria estar chorando com a minha tragédia emocional, mas só você mesmo Herman para me fazer rir com toda esta desgraça e nem sei se é com ele que Julia está. Respondeu gargalhando Maycon.

- E depois dizem que alemães são secos e que não sabem fazer as pessoas sorrirem.

- Você deve ser o único a fazer isso Herman.

- Última pasta dos arquivos. Respondeu Herman em retorno.

- O que vai fazer com isso tudo? Posso saber?

- Claro que pode. Vou fazer cópia disso tudo e entregar para o conselho e, além disso, vou entrar aqui assumindo a unidade administrativa Brasil do grupo e promovê-lo.

- Me promover?

- É! Não quer?

- Claro que quero, mas promover a que?

- Pensei em presidente júnior. O que acha?

- Espera aí. Presidente Junior? O que é isso?

- Isso quer dizer que eu assumo a unidade e o coloco ao meu lado como presidente e como vou treiná-lo. Será o primeiro presidente Junior do conglomerado. O que me diz?

- Você quer dizer que eu assumirei o controle administrativo de todas as empresas do grupo aqui no Brasil?

- Resumidamente sim.

- Parece loucura. Quantos anos precisaria ter uma pessoa para ser presidente de uma unidade e qualquer país?

- Geralmente mais de quarenta e cinco anos.

Eu tenho apenas vinte e seis anos. Nunca aceitarão isso na matriz.

 

- Não se esqueça de que sou o segundo maior acionista do grupo e foi você quem me ajudou a desvendar este rombo de bilhões e isso pesa e pesará muito. Terá meu aval e minha indicação.

- E se não aceitarem?

- Compro mais ações, junto com a dos meus irmãos e assumo a presidência do grupo e aí o conselho terá que aceitar o que eu disser.

- Bem prático. Respondeu Maycon sorrindo.

- Maycon olhe bem nos meus olhos. Vou falar sério agora. Na verdade muito sério. Está prestando atenção.

- Estou sim.

- Como eu lhe disse estou beirando os sessenta anos e não tenho filhos. Gostaria de tê-los tido, mas na minha vida cruzei com uma Julia também e dei mal.

- Ela também se chamava Julia?

- Quase isso. O nome dela era Juliet e aí vieram às coincidências da senha do Valdir. Ela me traiu como a sua Julia o está traindo, mas você é novo ainda e tem tempo para se recompor e pode contar comigo como amigo. Já eu quando soube perdi o chão e quase morri, mas cá estou eu revendo o meu passado.

- Sinto muito pelo que te aconteceu.

- Os meus herdeiros são dois irmãos vagabundos e uma sobrinha vadia, mas vadia mesmo e se eu morrer eles que herdarão todo o meu patrimônio e não quero deixar isso para eles porque não valem nada.

- Nem sei o que dizer para você Herman. Disse Maycon de cabeça baixa.

- Portanto vou comprar as ações de meus irmãos que as venderão sabendo que são meus herdeiros e que se darão bem quando eu morrer e vou fazer algo para mudar meu testamento, mas preciso que seja muito honesto no que irei lhe perguntar.

- Pode perguntar e lhe prometo que sempre irei ser sincero em tudo que eu disser, falar e prometer.

- Maycon! Nada nesta vida acontece por acaso. Até estes dias eu nem sabia que você existia e quando pedi para que me mandassem os dados de quem iria me buscar no aeroporto eu fui te pesquisar e analisei bem o seu dia a dia.

- Como assim? Perguntou Maycon curioso.

Não se sinta ofendido, mas quando vi a sua foto senti algo estranho dentro de mim. Foi como se eu estivesse vendo o filho que não tive e por isso quis saber detalhes de você e vi, desde o começo que era um jovem honrado, inteligente, de família, sonhador, trabalhador, integro e acima de tudo com grande vontade de vencer, mas estava sendo cerceado este direito seu por culpa de superiores medíocres.

- Nossa! Viu tudo isso em mim? Perguntou Maycon surpreso.

- Vi mais que isso. Vi eu mesmo em você quando tinha a sua idade e eu arrisquei muito para ter o que tenho hoje e de nada adianta ter muito dinheiro se não tem a tal de felicidade, mas isso dará para você buscar e lhe darei dicas para que a alcance.

- Nem sei o que falar Herman.

- Quando o Valdir resolveu foder com você para poder sair e foder, quem sabe, com a sua namorada, se é que é ele o amante dela, ele estava simplesmente abrindo a porta que abriria o seu futuro e é dele que eu quero ajudar a cuidar e quero saber se poderei investir em você e que você acatará o que te pedir?

- Herman! Fiquei emocionado com tudo o que me disse e acredito que não mereça isso. É muita areia para o meu caminhão, mas se realmente acredita que eu seja merecedor desta sua confiança pode contar comigo mais que um amigo ou um patrão. Pode contar comigo como o filho digno que sonhou ter e que não teve e que se veio até você foi por obra divina.

- Obrigado jovem por suas palavras. Confio em você e muito me envaidece por ser seu pai, mesmo que não tenha ajudado a te gerar. Que horas são?

- Dezessete e vinte, por quê?

- Primeiro vamos embora e temos que levar o seu carro velho embora e temos outro problema.

- Qual?

- Somos dois e temos três carros para tirar daqui da empresa hoje.

- Isso é simples. Peço para o Onofre levar o meu carro velho para a minha casa.

- Ele é de confiança?

- Ele é mais que um irmão para mim.

- Então vamos embora. Tudo que tinha que pegar para mudar os rumos da sua vida e da empresa no Brasil já está copiado. Agora vamos cuidar das outras coisas para começar a mudar o seu futuro.

 

Saíram da sala de Valdir e a trancaram. Foram até o setor de segurança e lá estava Onofre preocupado, pois estava em seu horário de saída. Sorriu ao vê-los lhes entregar as chaves da sala de Valdir.

- Onofre! Você vai para casa direto? Perguntou Maycon.

- Vou sim. Hoje tenho que chegar logo em casa.

- Está com a sua habilitação aí?

- Estou sim, por quê?

- Ela não venceu?

- Oxê! Claro que não.

- Então me faça um favor. Pode levar meu carro para casa por mim?

- Sério?

- Muito sério.

- Claro que posso e posso até guardá-lo na garagem da minha casa se quiser.

- Pode fazer isso?

- Claro que posso. Você é meu amigo e meu irmão. O que precisar pode contar comigo.

Então pode levá-lo. Obrigado.

Onofre saiu feliz da vida. Tinha o aniversário da sua filha que seria comemorado naquele dia, só que ele não chegaria antes, a tempo de ver cantar os parabéns e agora isso já era possível. Nem sabia como agradecer aquele presente dos céus, pois sua filhinha queria porque queria a sua presença por lá na horda das velinhas.

- Maycon! Você pode me acompanhar até o flat?

- Claro que posso.

- Na verdade estou com fome. Passamos o dia todo copiando arquivos e nem me dei conta de comer algo. Não está com fome?

- Fome eu não estou, mas o estomago acho que pede algo. Respondeu Maycon.

- Eu tenho daquela feijoada maravilhosa lá no flat, mas vamos comer outra coisa.

- Comer outra coisa por quê? Acha que ela está velha?

- Não! Porque vou comer ela sozinho. Disse Herman sorrindo.

- Aonde vamos ou o que iremos comer?

- Que tal irmos lá onde me levou tomar café?

- Ótima ideia, mas vamos com os dois automóveis?

- Claro que não. Vamos deixar o seu lá no flat e vamos com o meu. Quero ver se o segurança vai invocar de novo.

- Acho que não vai não. Respondeu Maycon.

Passaram no flat e deixaram a SUV de Maycon e foram no automóvel de Herman. Lá chegando ele simulou deixar o automóvel e o segurança rapidamente arrumou uma vaga longe das demais para que ele estacionasse. Entraram e jantaram com prazer. Quase duas horas depois saíram e voltaram para o flat. Herman estacionou e pediu para que Maycon o acompanhasse até a recepção.

- O eu você acha deste prédio Maycon?

- Bonito. Confortável. Bem arrumado. Organizado e caro.

Não perguntei sobre o caro e sim do prédio. Você moraria aqui? Disse Herman rindo.

- Moraria sim se eu tivesse dinheiro, mas como não tenho eu venho visitá-lo.

- Poderia me chamar o gerente? Pediu Maycon para a recepcionista.

Poucos minutos depois o gerente veio até a recepção e vendo que era Herman quem estava ali se desdobrou em atenção.

- Desculpe doutor. Não sabia que era o senhor. No que posso lhe ser útil?

- Maycon andar alto ou baixo? Frente para a rua ou para trás?

- Bem! Se eu fosse comprar eu gostaria de um andar alto e virado para trás, pois tem vista para o parque.

- Muito bem! Você tem apartamentos em andar alto e virado para o parque?

- Andar alto só tem os que são virados para a rua e tem a cobertura que pega os dois lados.

- Quantos dormitórios têm a cobertura?

- Seis dormitórios, todos são suítes e um escritório, além de sala, cozinha, lavabo, vaga para três automóveis e varanda dos dois lados e a área é no andar todo no primeiro piso. No segundo possuía escritório, ofurô, jardim de inverno e piscina.

- Podemos vê-la?

- Claro doutor. Vou pegar a chave.

Voltou em instantes e subiram. O apartamento da cobertura era simplesmente perfeito. Era duplex. Tinha pouco uso, pois raramente alguém se sujeitava a pagar o alto valor de locação. Herman e Maycon.

- O que acha do apartamento Maycon?

- Achar! Um sonho que jamais poderia realizar. Respondeu Maycon.

- Está disponível para venda? Perguntou Herman para o gerente.

- Acredito que o proprietário venda sim. Está ficando velho e o apartamento só lhe dá prejuízos.

- Veja isso e me avise o mais rápido possível. Se demorar vou comprar no prédio da frente.

- Vou ver isso agora mesmo doutor. Fique à vontade para olhá-lo com mais atenção e depois eu pego a chave.

Saiu e deixou Maycon com Herman ali.

- Se não soubesse que você não é tarado e nem gay eu ia achar que estava a fim de sexo comigo. Disse Maycon.

- Como eu lhe disse, você está virando meu herdeiro e o próximo presidente Junior da empresa e tem que morar bem e perto de onde trabalha. Nada demais, afinal dinheiro foi feito para ser gasto mesmo e sexo você fará amanhã com a Julia.

- Você está falando sério mesmo sobre o apartamento?

- Tem alguma dúvida?

- Não! Se você diz eu só tenho que acreditar.

Estavam na varanda ainda olhando o prédio da frente quando o gerente voltou.

- Doutor! Acabei de falar com o proprietário por telefone e ele disse que poderia estudar propostas para vender o imóvel.

- Quanto vale este apartamento?

- Em torno de quinze milhões - Dólar ou Reais?

- Reais.

- Diga a ele que pago sete e meio da moeda local e pagarei convertido em dólar e a vista. Pegar ou largar.

- O senhor está oferecendo a metade do preço de mercado doutor.

Mercados não compram imóveis e sim vendem alimentos. É pegar ou largar.

- Não pode melhorar a proposta?

- Sete e meio, senão vou procurar em outro lugar e me mudo daqui também.

- Tudo bem doutor. Vou falar com ele de novo.

- Aqui não tem telefone funcionando?

- Tem sim senhor, por quê?

- Então ligue daqui e resolvemos já isso, senão vou começar a procurar outro agora mesmo. Não gosto de perder tempo e pelo que vejo há uma cobertura no prédio da frente.

O gerente sem graça pegou o telefone, discou e uma voz atendeu do outro lado da linha e colocou em viva voz.

- Senhor! Estou aqui em seu apartamento como o interessado na compra por ele.

- Ele fez uma proposta para a compra?

- Fez sim senhor.

- De quanto?

- Sete milhões e meio.

- Ele é doido?

- Não senhor. Ele é uma pessoa séria.

- Manda ele ir pra merda com uma proposta cretina desta ai. Quem ele pensa que é para fazer uma proposta tão cretina.

Não aguentando ouvir aquilo Herman aproximou-se do aparelho e disse...

- Não sei quem você é, mas eu sei quem eu sou e fiz uma proposta. Se quiser fazer negócio a minha proposta é esta, senão quiser tudo bem. Eu não preciso de você, mas você tem um imóvel que não aluga e também está difícil de vender, pois o país está em crise e ninguém tem dinheiro...

- É pegar ou largar e não sou obrigado a ouvir você falando merdas achando que todos são iguais a quem você conhece.

Houve um breve silencio do outro lado e de repente o telefone de Gerson, o gerente tocou a tendendo sem graça disse que sim. Deve ter perguntado quem era o comprador, pois Gerson disse quem era ele. A voz voltou no telefone fixo.

- Perdoe-me pela falta de educação, mas é que aparecem dezenas de compradores todos os dias para o meu apartamento e nunca aparece quem tem dinheiro para pagar, mas como o Gerson acabou de me dizer o senhor é uma pessoa responsável e que tem dinheiro para pagar o que me ofereceu.

- Tudo bem. Fiz a proposta e tenho mais o que fazer. Como o Gerson disse sou vicepresidente internacional de um dos maiores conglomerados empresarial do planeta e por conta disso não tem tempo para ficar perdendo com negociações e como eu disse antes é pegar ou largar. Pagarei em dólar e em espécie amanhã mesmo se quiser fazer negócios. Caso não queira vou logo cedo amanhã mandar uma corretora encontrar outro pra mim e sei que encontrarei e você ficará pagando imposto e despesas por longo tempo. Muito obrigado pela atenção.

- Pague pelo menos nove milhões que fecho.

- Tenha uma boa noite. Não vou mudar minha proposta.

Herman disse isso virou de costas e saiu acompanhado por Maycon. Não chegou a cruzar a porta quando Gerson o chamou e disse que o proprietário aceitava a sua proposta.

- Providencie os documentos amanhã logo pela manhã e me procure. E não são sete milhões e meio de dólares e sim o valor de dinheiro do Brasil. Tenha uma boa noite. Saiu e foi embora.

Já no elevador olhou para Maycon e sorriu. Maycon começava a aprender com aquele homem que estava mudando a sua vida de que na vida as coisas devem ser daquela forma. Quem tem compra e quem não tem que guarde para si o que não quer vender.

- Viu só como se negocia com brasileiros?

- Vi sim. O homem tremeu do outro lado da linha. Respondeu Maycon rindo.

- Agora vamos comigo no banco do outro lado da rua que tenho que sacar dinheiro e preciso de um guarda costas. Disse Herman sorrindo.

Atravessaram a rua e foram até o caixa eletrônico da agencia. Entraram e Herman colocou seu cartão na máquina e colocou lá cinco mil. Maycon que estava do seu lado sem querer viu o valor que ele colocava no terminal e riu porque não se liberava mais que mil por saque e para sua surpresa a maquininha começou a jorrar dinheiro. Herman foi pegando e entregando para Maycon. Terminada a operação ele disse...

- Agora você conta para ver se está certo, por favor.

Maycon foi para canto da agencia e temeroso foi separando as notas de cem, fez cinco pacotinhos e constatou que estavam corretas. Dobrou os pacotinhos e foi entregar para Herman e este retrucou...

- Este valor dá para amanhã ou precisa de mais?

- Isso foi para mim?

- Claro! Eu não preciso de dinheiro. Tenho o meu cartão.

- É muito dinheiro. Muito mais do que ganho por mês.

- Muito mais do que você ganhava por mês. Sua vida mudou jovem. Tudo mudará a partir de manhã. Este valor dá ou precisa de mais?

- Dá e sobra e também não acredito que consiga sacar mais um centavo da máquina.

- Porque diz isso? Perguntou Herman.

- Porque elas nunca liberam mais que mil por operação por dia.

- Não liberam para os cartões normais, mas para cartões Black não são tão frescas assim. Respondeu sorrindo Herman.

- Vivendo e aprendendo. Retrucou Maycon.

- Bem meu jovem você está liberado por hoje e amanhã também. Obrigado por tudo que fez por mim e pela empresa e depois de amanhã quando nos vermos de novo terei várias coisas de novidades para você.

- Nem sei como lhe agradecer Herman!

- Não tem que agradecer, mas vou lhe sugerir algo.

- O que?

- Sugiro que eu te leve até a sua casa ou que pegue um taxi e deixe o seu automóvel novo aqui no flat. Amanhã você vem com o seu outro carro e saia com o que estará aqui para ir encontrar a sua amada.

- Boa ideia. Melhor eu segurar ainda e nada contar para a minha família. É muita informação para passar para eles e prefiro ir devagar. Farei isso mesmo que me sugeriu.

- Quer que eu te leve até lá?

-Te agradeço, mas prefiro ir de táxi, mesmo porque poderá se perder no caminho e não será incomodo nenhum eu ir de táxi até lá.

- Você quem sabe.

- Obrigado por tudo o que está fazendo por mim Herman.

Não tem de que. Bem vou subir e começar a preparar os relatórios. Amanhã será um dia corrido e só vou fazer algo quando falar com você de novo depois de amanhã. Boa noite jovem e divirta-se amanhã.

Herman subiu para o seu apartamento e Maycon ficou ali parado olhando para o prédio ainda alguns minutos. Não conseguia acreditar no que ocorrera em apenas dois dias. Só podia ser coisa dos céus mesmo. Aquilo tudo parecia um conto de fadas e nem em novelas vira uma coisa daquela forma.

Em dois dias um desconhecido vindo da Europa mudara a sua vida. Lhe dera um automóvel zerinho. Roupas. Mudou seu visual. Dinheiro. Estava praticamente um apartamento de cobertura nos Jardins e poderia acabar virando único herdeiro de uma fortuna que nem tinha ideia do montante. Era muito para a sua cabeça de homem humilde e trabalhador.

Saindo de seus pensamentos virou-se para a rua e viu que um taxi vinha descendo. Deu sinal e pegou-o. Não demorou a chegar em casa. Pagou, desceu e entrando em sua casa deu um beijo em sua mãe e em seu pai acamado. Estava feliz e eles notaram isso.

- Chegou cedo hoje maninho? Perguntou seu irmão.

- Trabalhei até agora a pouco e vim para casa direto. Estou um caco.

- Desde jeito vai acabar virando sócio lá da empresa. Disse eu irmão sorrindo.

- É! Quem sabe maninho quem sabe. Respondeu sorrindo.

Deu um beijo novamente sem seus pais. Um abraço no pescoço de seu irmão e subiu para seu quarto ligou o computador e foi tomar banho. Queria ver se havia mais mensagens de seu amigo virtual e tão breve voltou do banho notou que havia uma. Abriu-a.

- Boa noite Maycon! O dia foi bem proveitoso e amanhã será o seu dia da vingança. Amanhã você irá se encontrar com aquela vadia e já sabe o que fará, não é? Ela ao ver você chegando todo arrumado, com o carro dos sonhos dela e diferente do bicho do mato que era até anteontem vai se encantar e ainda mais quando você a convidar para ir almoçar com você. Quando você parar no melhor motel da cidade e pedir a suíte presidencial ela lhe dará o que você desejar e aproveite isso no máximo. Use e abuse assim como ela usou e abusou de você. Trepe com ela e não faça amor, porque ela gosta disso. Ela não gosta de carinho, ela gosta de apanhar e ser tratada como puta, que na verdade ela acaba de se tornar. Faça tudo o que tem reprimido dentro de você com ela que ela lhe liberará tudo. Não perca a chance de usá-la como desejar. Amanhã nos falamos novamente. Boa noite.

Maycon desligou o computador e foi se deitar. Ansiava pelo dia seguinte, mas antes disso tentou falar com Julia, mas a ligação foi direta para a caixa postal. Tentou ainda mais duas vezes, mas a mensagem de telefone desligado ou fora da área de cobertura foi o que veio de resposta.

Se fosse antes ficaria chateado, mas nem se importou. No dia seguinte ela pagaria por isso e com estes pensamentos na cabeça encostou a cabeça no travesseiro e dormiu.

Maycon programara o relógio para despertar às oito da manhã, mas muito antes disso já se encontrava acordado. Dormira muito bem a noite e não se recordava de ter tido algum sonho, mas acordado começou a planejar o que faria um pouco mais tarde.

Julia saia pontualmente às doze horas e ele teria que estar lá, diante do prédio que ela trabalhava naquele horário. Tinha ainda muito tempo, mas não poderia se atrasar e resolveu levantar e fazer a barba para depois tomar um banho e se trocar. Iria para o flat buscar seu carro novo as dez e ai esperaria calmamente para que Julia saísse do trabalho. Ligou o computador a fim de saber se tinha alguma nova mensagem.

Foi para o banheiro. Fez a barba calmamente e calmamente tomou um demorado banho. Terminou e ao se enxugar sentiu-se vivo como jamais se sentira antes na sua vida. Aquele seria o dia da vingança por tudo que Julia aprontara com ele. Ela sentiria na pele o mesmo desprezo com o qual lhe tratou naqueles anos de namoro e enrolação.

Saiu do banheiro e voltou para seu quarto. Pegou as roupas que havia separado na noite anterior e achou que era a perfeita para aquela ocasião. Vestiu-se. Tudo era novo. Calça, camisa, cueca, meias e sapatos.

 

Olhou-se no espelho e o que viu lhe agradou, sorriu ao lembra-se de Herman tendo-o chamado de bicho do mato e achou que era bem aquilo mesmo como ele era até dois dias atrás. Aproximou-se do computador e havia uma nova mensagem. Abriu-a.

- Bom dia Maycon! Hoje é o grande dia e não o desperdice. Faça tudo que tem e que teve de vontade de fazer durante este tempo todo em que ela com a desculpa de se guardar para depois do casamento lhe cerceou o direito de ser feliz ao mesmo tempo em que saia para transar com outro. Não se esqueça de que ela gosta de tapa na cara e na bunda. Gosta que a maltrate na cama. De todas as putas existentes ela é a pior delas, pois as outras fazem para ganhar a vida, mas Julia faz por interesse, dinheiro e prazer, mas o prazer dela é o de pegada pesada. Leve-a para aquele motel que você já sabe qual é e lá ao chegar e depois de fechar a porta agarre-a com furor e beije com sofreguidão. Ao fazer isso a jogue sem dó na cama. Não seja carinhoso. Seja grosseiro. Estou mandando nova mensagem.

Enquanto lia aquela mensagem nova mensagem chegou e estava tão atento a primeira que mal terminou de ler a primeira abriu a segunda.

- Não rasgue a roupa dela a não ser que lhe leve outra, mas se comprar outra para ela arranque a roupa dela como se fosse um animal querendo devorar a presa. Não se preocupe porque ela vai amar isso e delirar na hora em que você o fizer e nem irá se preocupar com a roupa, pois irá querer apenas sexo. Na cama suba por cima dela e a beije muito. Ela vai adorar os beijos na orelha. É o ponto fraco dela e nem o amante que ela arrumou descobriu isso. Enquanto estiver por cima dela tire a camisa e ao baixar a calça mande-a agir como uma puta. Ela estará tão excitada que fará tudo o que você desejar. Use, abuse e a lambuze com seu gozo. Esqueça do tempo, pois agindo assim ela vai se esquecer de tudo também. Tome cuidado para depois do ato sexual ela não te enrolar e apenas a queira, se quiser para ser sua escrava sexual. Vá lá e boa sorte. Você tem justiça para fazer e desejo que faça esta justiça com fúria sexual. Boa sorte. Nos falamos a noite.

Maycon leu toda a extensão daquela mensagem e excitou-se só de imaginar o que faria. Teria que se controlar para ser diferente do que era, mas Julia o tornara assim. Herman e aquele amigo virtual o aperfeiçoaram. Julia que o aguardasse, porque naquele dia ela não escaparia.

 

Levantou-se. Desligou o computador e passou levemente o perfume que Julia adorava e saiu. Não iria com seu carro velho, pois não queria preocupar-se com ele na volta. Chamou um táxi e rumou para o flat onde estava o seu veículo novo.

Apesar de ser segunda feira o trânsito até que fluiu bem e não era ainda dez horas quando chegou ao flat. Pagou a corrida, desceu e encaminhou-se para a entrada de veículos do prédio. Foi até o seu veículo que se encontrava estacionado e no pára-brisa havia um bilhete de Herman.

- Jovem! Hoje é o seu dia. Não se esqueça do que ela fez contigo. Não ache que será vingança o que fará, mas sim justiça pelo que ela te fez durante este tempo todo. Aproveite bem cada segundo e não se esqueça de gravar tudo. Tenha um excelente dia e nos vemos amanhã. Papai.

Leu e releu o que Herman lhe deixara escrito e sorriu ao ver como assinatura “papai”. Na verdade Herman estava sendo para ele muito mais que um pai e agradeceu novamente aos céus por tudo o que estava acontecendo na sua vida.

Entrou, deu a partida e saiu. Não era longe de onde Julia trabalhava, mas preferiu chegar bem antes de seu horário de saída. Antes disso ainda passou em um shopping e comprou roupa nova para Julia. Vinte minutos depois estava diante do prédio que ela trabalhava. Deu sorte e encontrou um local para estacionar o seu automóvel bem diante do prédio. Seria impossível ela sair sem vê-lo ali com o veículo estacionado. Após isso ficou esperando-a sair para o almoço.

O tempo foi passando e por sua cabeça passou que talvez ela não tivesse ido trabalhar naquele dia. Era cedo ainda, mas começou a impacientar-se por pensar desta forma. O relógio marcou onze horas. Onze e trinta. Onze e quarenta e cinco e ele estava ficando agoniado. Não queria ficar aflito e nem demonstrar isso para ela caso o visse. Onze e cinquenta e cinco e o coração batia descompassadamente.

Enquanto Maycon aguardava Julia sair ela recebeu uma ligação de Valdir. Atendeu de imediato, pois ele era a sua galinha dos ovos de ouro no momento.

- Oi amor! Disse ao atender ao telefone.

- Amor? Uau! Adorei isso.

- Gostou é seu safado? Respondeu Julia sorrindo.

- Amei! Você está bem?

- Estou toda quebrada. Você me arrebentou seu safado, mas amei o final de semana.

- Foi bom para você? Perguntou Valdir.

- Bom! Foi maravilhoso. Quero mais.

- Hoje vai ser difícil de eu te ver, porque tenho compromissos de família com aquela criatura que é a minha esposa, mas estarei abrindo uma conta em seu nome no banco, onde o gerente é meu amigo e parceiro. Farei um depósito para você deverá passar por lá a fim de assinar tudo e poder movimentar a sua conta.

- Jura?

- Não te prometi isso?

- Prometeu, mas achei que fosse apenas promessa de cama. Sorriu.

- Não era e quero que seja mesmo minha puta exclusiva. Você será?

- Não serei. Já sou sua puta e o serei por quanto tempo você quiser. Preste atenção no que vou lhe dizer. Sou apenas e unicamente sua. Mentiu Julia.

- Nossa! Já fiquei excitado aqui.

- Amanhã você não irá trabalhar. Você deve ir ver apartamentos e escolha um de seu agrado. Se desejar eu te mando uma corretora minha amiga para te ajudar, já com uma relação de excelentes apartamentos para você escolher um deles.

- Adorei a ideia. Pode marcar e mandar ela me pegar perto de casa, lá no nosso local às nove da manhã?

- Posso! Já vou lidar para ela e se você tiver tempo veja o carro que deseja que vou na loja e compro para você até quarta-feira.

- É sério isso meu amor?

- Claro que é. Para a minha putinha querida darei o mundo.

- Você sabe qual é a marca e o modelo do carro que eu quero e preto tá!

- Gosta de um negão é? Perguntou sério Valdir.

- Que negão o que. Eu amo é você.

- Me ama?

- Você me fez te amar com seu jeito de ser.

- Vou deixar um pacote com o gerente do banco e você amanhã pega lá com ele. É um presente meu para você.

- Presente para mim! O que é?

- Surpresa, mas garanto que irá amar. Agora tenho que desligar. Tenho reunião com o vice-presidente internacional.

- Ah! O que o idiota do Maycon serviu de babá?

- Ele mesmo e por falar em Maycon falou com ele depois que chegou?

- Não falei, mas irei marcar para falar com ele hoje à noite, já que o meu amor estará ocupado e meterei o pé na bunda dele. Cansei de aturar aquele bundão e agora eu tenho dono.

- Tem dono é? Perguntou Valdir todo cheio de si.

- Claro que tenho e, você sabe disso.

- Posso saber quem é ele?

- Você seu bobo. Respondeu Julia sorrindo.

- Nossa! Depois desta merece outro presente. Haverá dois pacotinhos lá com o gerente agora.

- Dois é?

- Sim, mas agora tenho que ir. Adorei este final de semana com você e saiba que conquistou meu coração. Estou morrendo de vontade de trepar de novo com a minha putinha.

- É só marcar e combinar meu amor. Mesmo quebrada estou a sua disposição.

- Até mais tarde. Beijos. Desligaram o telefone.

Valdir desligou todo excitado. Estava casado com uma idiota ignorante e de repente conseguira comprar uma putinha novinha que seria só sua para sempre. Tinha dinheiro para bancar este seu luxo e o bancaria com prazer. Iria comprar o apartamento para Julia e pensava em todos os dias arrumar um tempinho para ir lá trepar com ela.

 

Já Julia ao desligar o telefone ficou pensando em Valdir. Era um executivo poderoso. Na cama sabia como tratá-la, coisa que Maycon nunca soube fazer e apesar de ser bem mais velho que ela Valdir que apareceu do nada em sua vida de repente se tornou em sua melhor oportunidade de um futuro de luxo e fartura.

Sabia que Valdir estava apaixonado por ela e usaria isso o máximo que pudesse a seu favor. Apesar de Valdir ser um canalha e safado na cama passou por sua cabeça arrumar outro ou quem sabe até outros para poder ajustar a sua vida. Era novinha ainda e sabia que era gostosa e a primeira coisa que iria fazer seria ligar para Maycon e terminar com ele. Pegou novamente o telefone a fim de ligar e marcar para encontrá-lo.

Alheio a tudo isso Maycon estava pensando e refletindo. Tinha amado muito Julia e tinha medo de fraquejar quando a visse, se a visse. Doze horas e nada dela aparecer. Doze e cinco e nada. Já estava acreditando que ela não havia ido trabalhar naquele dia. Doze e dez. Resolveu ir embora e estava dando a partida no automóvel quando a viu aparecendo pela porta do prédio. Sorriu feliz. Foi um misto de alegria e de prazer por antever o que viria a seguir. Seu telefone novo tocou. Atendeu. Era Julia.

- Oi Maycon! Sou eu, Julia.

- Oi! Tudo bem com você?

- Estou um pouco cansada da viagem, mas estou bem. Queria marcar para conversarmos.

- Sério! Quer conversar comigo?

- Estou sim e uma conversa séria a qual não sei se irá gostar. Pode ser hoje ainda?

- Pode sim, a que horas? Respondeu Maycon sorrindo por vê-la vindo praticamente ao seu encontro.

- Pode ser à noite?

- Que tal agora?

- Agora não dá. Estou indo almoçar e não daria tempo de você chegar aqui a tempo.

- Olhe para frente. Respondeu Maycon.

- Olhar para frente?

- Sim o que vê diante de você na entrada do prédio?

- Vejo o automóvel dos meus sonhos.

- E ao lado dele?

- Vejo um rapaz todo arrumado e.... É você?

- Sou e estava a sua espera.

Julia parara de falar. Estava boquiaberta. Diante dela encostado ao automóvel dos seus sonhos estava Maycon parado com a porta aberta, mas aquele não era e nem podia ser ele, pois ele era tudo certinho e relaxado a ali estava um deus grego. Sem sentir, pois parecia um robô programado Julia continuou caminhando não querendo acreditar que era ele. Maycon jamais sairia no horário do almoço para ir a qualquer lugar. Era bitolado em trabalho, mas era ele. Aproximou-se.

- Oi Julia! Você está bem?

- Maycon! É você mesmo?

- Ué! Sou por quê?

- Não pode ser. Você não é tudo isso que estou vendo. Respondeu com um sorriso sem graça.

- Resolvi mudar um pouco.

- Um pouco? Você se reinventou.

- Estou bem assim?

- Nossa! Está maravilhoso.

- Vamos almoçar? Perguntou Maycon se deliciando com a reação dela.

- Tenho pouco tempo para o almoço.

- Esqueça o tempo. Vou te levar almoçar em um local especial.

- Onde? Cadê seu carro?

- Está aqui. Vamos?

- Espere um pouco. Você está dizendo que o carro dos meus sonhos é seu?

- É sim e de papel passado.

- Não creio? Disse Julia boquiaberta.

- Olhe aqui o documento dele.

- Meu Deus! O que você está fazendo? Acertou na loteria?

- Depois te conto isso. Vamos almoçar? Respondeu Maycon segurando a porta para ela entrar.

- Vamos! Respondeu Julia automaticamente e de boca aberta.

Julia entrou no automóvel e Maycon após fechar a porta deu a volta e entrou do lado do motorista. Julia estava ali boquiaberta. Estava dentro do automóvel que era o seu sonho ao lado de uma pessoa que pretendia meter o pé na bunda. Aquilo devia ser um pesadelo e não um sonho.

Maycon sorria intimamente. Realmente a mudança causara um impacto em Julia que nem ele poderia imaginar. Colocou o cinto de segurança e ia dar a partida quando Julia se virou para ele e sem dizer nada colou seus lábios aos seus e lhe beijou com ardor. Maycon recebeu dela um beijo que nem em seus melhores sonhos com ela sequer chegou perto de receber.

- Hum! Mudado. Reestilizado, usando o perfume que eu amo e dentro do carro dos meus sonhos. Só pode ser um sonho meu Deus. Disse Julia em sussurros.

- Sonhos seus eu realizarei daqui a pouco. Podemos ir?

- Vai realizar meus sonhos?

- Quem sabe. Respondeu sorrindo Maycon.

Deu a partida no automóvel e saíram dali. Ruas e Avenidas foram cruzadas e de repente embicou o na porta do motel. Julia olhou para Maycon surpresa, pois Maycon nunca a levara a um motel e ainda mais naquele que era o melhor da capital.

- Suíte presidencial, por favor. Pediu Maycon

A recepcionista entregou-lhe a chave e o portão foi aberto. Entraram. Julia estava literalmente impressionada. Aquilo só podia ser um sonho e resolveu o deixar seguir seu rumo para ver até onde iria. Aquele não era o seu namorado idiota. Jamais ele a levaria a um lugar como aquele.

Chegaram diante da suíte e desceram. Julia ainda estava aturdida com o que pensava ser um sonho. Maycon abriu a porta e Julia entrou. Ele entrou logo atrás. Fechou a porta e colocou o telefone em posição de filmar apontado para a cama e a partir daquele momento Julia se surpreendeu muito mais ainda com ele.

Maycon a agarrou com força e colou seus lábios aos dela beijando-a com furor. Julia sentiu aquele beijo de forma intensa como jamais sentira até então na sua vida. Nem Valdir que era safado e experiente a pegara daquele jeito.

Maycon deslizou suas mãos formes por todo o corpo de Julia e arrancou seu vestido praticamente rasgando-o. Surpresa Julia nem se importou. Entregou-se aquele gesto que sentia como se fosse um sonho. Maycon desceu com a boca por seu pescoço e seios devorando como se fosse alimento para um faminto.

Ato seguinte jogou-a sobre a cama e foi por cima dela. Julia via e não acreditava que estava sendo dominada por uma pessoa que julgava um estorvo. Maycon tirou a camisa e Julia delirou. Ele possuía um corpo perfeito que ela nunca dera conta disso antes. Forte, sarado e musculoso. Tirou a calça e dando tapas na cara dela ordenou...

 

- Você é minha puta e como puta vai me saciar.

Julia estava tão surpresa com tudo aquilo que fez muito mais com Maycon do que fizeram com Valdir em dois dias e meio. Beijou-o todo e sentiu prazer em fazer aquilo. Estava amando proporcionar prazer aquele homem que até então julgava ser um moleque sem ação. Maycon adorou o que sentia, pois nunca em todo o tempo em que estavam juntos ela passara de beijos curtos.

Julia beijou, sugou, se esfregou toda no corpo de Maycon e excitada como estava implorou para ser penetrada e Maycon assim o fez. Com rispidez virou-a de quatro e sem dó algum penetrou em seu ânus. Julia deu um berro em uma mistura de dor e de prazer.

Maycon socou com tanta força que chegou a ferir Julia e nem se importou. Alternou entre anal e vaginal e fez com que Julia gozasse várias vezes sem parar. Os minutos e as horas foram passando e Maycon sem se importar com ele castigou de Julia. Deu-lhe tapas na cara, na bunda, além de dar em Julia uma surra com seu membro duro. Quando resolveu parar Julia estava acabada. Nunca fora usada e fodeu como naquele dia. Nem Valdir chegou perto do que acabara de fazer e a ironia foi que só arrumou um amante porque achou que Maycon era muito mole e lerdo na cama.

Sem se preocupar com Julia que deixou largada na cama, Maycon levantou-se e colocou a hidro para encher. De lá ficou olhando para Julia que parecia desfalecida sobre a cama macia.

Sem ligar para aquilo entrou na piscina e foi tomar um banho na cachoeira artificial que havia ali. Debaixo da água ficou refletindo nos três dias de sua vida e nem ele acreditava no sonho de Cinderela que estava vivendo.

Era um rapaz humilde e trabalhador. Cursara faculdade e pagou-a com muito esforço. Possuía um emprego bom, mas era mal remunerado. Ajudava em casa e sobrava-lhe muito pouco dinheiro para se cuidar.

De repente, seu superior querendo sacanear com ele abriu-lhe as portas para mudar o seu futuro e isso tudo, aliado aquelas mensagens virtuais mudaram toda a sua vida. Sentia-se um novo homem. Perdido em pensamentos nem percebeu que Julia entrara na piscina e se aproximando dele o abraçou por trás.

- Onde você estava este tempo todo? Perguntou.

- Estava do seu lado o tempo todo, só que você não viu.

- Me perdoa por não lhe ter dado mais atenção antes? Suplicou.

- Vou pensar no seu caso. Respondeu sorrindo.

Quero mais. Possua-me de novo? Quero ser sua. Toda sua. Implorou Julia.

- Posso filmar estes momentos inesquecíveis? Perguntou descaradamente.

- Pode fazer o que quiser. Quero meter, foder, trepar e fazer o que você quiser.

Maycon saiu da piscina foi até o seu telefone e o posicionou em direção à piscina. Voltou para junto de Julia que o abraçou e beijou-o com ardor. Maycon deixou que ela fizesse a parte dela e amou o que recebia.

Julia beijou-o e o devorou com seus lábios carnudos. Sugou com uma vontade que até ela se surpreendeu por tê-la. Não resistindo mais se virou de costas para Maycon, baixou o corpo e pediu para que ele a penetrasse por trás novamente.

Sentindo o relaxamento daquelas caricias e completamente excitado Maycon se posicionou, Julia encaixou o membro dele em seu ânus e segurando-a com força pela cintura socou com força dentro dela. Novos gritos. Novos gemidos. Dores superadas pelo prazer e Julia gozou uma, duas, três vezes seguidas.

Maycon nem se importou com ela. Ao socar enfiou os dedos na boca de Julia que os sugou com furor. Virou-a depois e penetrou-a de frente e finalizou fazendo-a sugar sem membro até encher sua boca com seu gozo.

Saíram dali depois e foram para a hidro e lá nova sessão de sexo. Maycon maltratou ainda mais Julia que nem se importava mais. Estava entregue. Estava enlouquecida e sentia que tinha um dono sim, mas este não era Valdir e sim o menino homem que a amara durante anos se que ela lhe desse valor. Sentiu então que estava apaixonada por Maycon.

O tempo passou e nem se deram conta e quando finalmente pararam com o sexo Maycon olhou para ela e perguntou...

- Você disse que queria ter uma conversa séria comigo. O que era que queria me dizer?

- Queria lhe pedir perdão.

- Perdão por quê? Perguntou Maycon satisfeito.

- Por não lhe ter dado atenção antes da forma que você merecia.

- Só isso que quer pedir perdão?

- Não! Quero lhe pedir perdão por ter te maltratado sem lhe dar valor.

- Tem algo mais para dizer?

- Tem sim, mas não sei se devo dizer.

- Pode e espero que diga justamente isso.

- Estou envergonhada.

- Diga!

- Bem! Sentindo que você era fraco, sem pegada, um eterno sonhador em se dar bem no trabalho, mas sendo sempre um humilde serviçal e que só trabalhava e não sobrava nada de dinheiro eu acabei fazendo besteira.

- De que tipo.

- Você não vai gostar de saber.

- Diga!

- Acabei arrumando um amante.

- Para lhe dar dinheiro ou sexo?

- Primeiro sexo, pois sentia necessidade disso e não te via como homem de verdade. Depois quando arrumei um amante r vi que ele era rico, comecei a visar dinheiro e ai me perdi de vez, mas tive apenas um homem na minha vida fora você.

- Ah! Apenas um?

- Sim! Foi um só, mas era só sexo e o vi apenas seis vezes e duas na cama.

- E agora?

- Agora descobri que tinha nas mãos alguém muito melhor que ele e descobri mais.

- O que descobriu?

- Descobri que além de poder te perder, eu também descobri que amo você.

- Me ama? Como sabe disso se só me maltratou?

- Amo e nem sei por que não vi isso antes. Como te disse não te via como macho e sim como passatempo, mas hoje, da forma que me tratou e me usou eu amei e sei que era isso que buscava em você desde que te conheci.

- Descobriu que me amava por causa da trepada que demos?

- Trepada! Nossa! E que trepada. Você arrebentou comigo. Estou um caco.

- E o outro não te arrebentou?

- Sim, mas o seu membro é muito maior e mais grosso que o dele. Literalmente você me arrebentou e eu amei isso também.

- Na verdade você queria mesmo era terminar comigo hoje, não é? Não minta.

- É sim! É verdade. Eu ia querer terminar com você hoje para ficar livre para o meu amante que ia me bancar.

- E agora?

- Vou terminar com ele e quero ficar com você.

- Sinto muito Julia, mas sabe que sempre fui sincero e serei novamente. Não quero mais você como namorada e acho que deveria mesmo ficar com seu amante.

- Por favor! Não faça isso comigo. Eu te amo.

- Sem chance. Não dá mais.

- Mas não vou conseguir ficar mais longe de você mesmo com ele me bancando.

- Quer mesmo ainda ter algo comigo?

- Quero! Quero sim. Desesperadamente.

- Então vou fazer uma proposta para você.

- Qual? Eu topo qualquer coisa que me pedir.

- Não seremos mais namorados, mas se quiser vamos sair apenas para transar e você suga o seu amante da forma que quiser.

- Quer que eu seja sua amante também?

- Não, porque não somos casados, mas te quero apenas para trepar. É pegar ou largar.

- E poderei tê-lo quando eu quiser?

Poderá ter-me quando eu tiver tempo, pois estou mudando de emprego.

Está bem. O pouco que eu tiver de você já me será muito, pois afinal fui eu quem causei isso.

- Se concorda com isso aí sim podemos sair de vez em quando.

- Mesmo com dor no coração eu concordo, mas promete me ver sempre que der?

- Isso eu posso prometer, mas sem compromisso e será apenas sexo.

- Tudo bem. Eu causei isso e terei que aceitar se quiser ter um pouco de você, mas te peço que me perdoe por tê-lo machucado e te traído.

- Perdôo sim, mesmo porque isso fez com que eu mudasse a minha vida. Esta bolsa que está aí na cadeira é para você.

- Presente para mim? Perguntou com um brilho no olhar.

- Na verdade não é um presente e sim um pagamento pelo que estraguei.

- Tem um coração ali dentro? Perguntou esperançosa.

- Não! Tem uma calça jeans e camiseta e sei que vai gostar afinal eu devo ter destruído o seu vestido, mas lhe dou outro depois.

- Hum! Premeditou o que iria fazer comigo antes é?

- Cada detalhe. Respondeu sorrindo descaradamente.

- Você é um cachorro safado, mas amei este novo Maycon.

Transaram ainda mais uma vez, porém desta vez acabou sendo mais suave. Depois se trocaram e saíram. Ao chegar à recepção novamente Julia se surpreendeu ao ver o maço de dinheiro que Maycon tirou do bolso para pagar a diária.

Realmente Maycon mudara e o pior disso é que Julia se deu conta de que o perdera como namorado, mas pelo menos poderia gozar da sua safadeza quando ele pudesse lhe dar tempo. Quanto ao Valdir, ele seria a partir de então considerado o seu namorado e Maycon o seu amante.

- Como a vida é engraçada. Sai para meter o pé na bunda dele e descobri que ele era justamente a pessoa que não dei valor. Apaixonei-me


Maycon saiu do motel e em todo percurso até a casa de Julia ela permaneceu abraçada a ele. Ao chegarem ela ainda o abraçou apertado e beijou-lhe com ardor. Maycon retribuiu se deliciando de como era a vida. Julia abriu a porta para descer e antes de fechá-la aproximou-se um pouco e disse...

- Sei que você nunca mais será a mesma pessoa apaixonada por mim e eu mereço isso porque não dei valor, mas saiba que eu te amo.

Fechou a porta do automóvel, abriu o portão e antes de entrar em casa ainda se virou e mandou-lhe um beijo.

- Realmente o mundo era estranho. A pessoa pode ter nas mãos algo que não dê valor, mas quando o perde acaba descobrindo que não conseguirá viver sem o que jogou fora. Pensou Maycon.

Deu a partida no veículo para ir embora. Ainda não era a hora de mostrar para sua família o que ganhara. Resolveu levá-lo para o flat, mas antes disso olhou para o relógio. Passava das vinte e três horas. Era tarde, mas Herman deveria ainda estar acordado. Ligou para ele.

 

Alô! Disse Herman ao atender.

- Boa noite. Incomodo-o por ligar a esta hora?

- De forma alguma jovem. Você tem a minha autorização para ligar-me a hora que precisar. Como foi o dia?

- Simplesmente fantástico.

- Trepou muito?

- Muito mesmo. Estou pensando em deixar o meu automóvel ai hoje. Não é hora ainda de mostrá-lo para a minha família.

- Fez bem. Traga-o e suba para conversamos. Tenho muito para te contar.

- Estou perto daqui a vinte minutos estarei aí.

- Estou te aguardando. Respondeu Herman,

Pouco tempo depois Maycon chegava ao prédio do flat. Estacionou e subiu para a suíte de Herman. Este o aguardava na porta.

- Entre jovem. Me conta como foi seu dia. Pediu curioso.

- Foi maravilhoso. Estou vingado e rindo à toa.

- Hum! Então a trepada foi boa?

- A trepada não. As muitas trepadas foram deliciosas.

- Trepadas? Está podendo heim jovem. Disse Herman sorrindo.

Maycon contou praticamente com detalhes como fora as horas no motel com Julia. Herman ouvia-o com atenção e discrição. Não queria entrar nos detalhes, mas sentia no fundo como se fosse seu filho de verdade lhe confidenciando a primeira transa. Ficou emocionado ao pensar nisso.

Não sabia o porquê simpatizara com Maycon desde que receberá as informações de sua pessoa, mas era como se ele tivesse sido parte de sua vida em algum tempo. Não acreditava muito nisso, mas o carinho que tinha por aquele jovem era impressionante.

 

Maycon falou e comentou sobre tudo até quando disse que Julia dissera que o amava. Aí ele interrompeu preocupado.

- Maycon sabe que o tenho como meu filho e vou me meter aqui neste assunto.

- Fique à vontade.

- Julia depois das trepadas disse que te amava, mas pode ser que ela tenha mesmo sentido que você não era aquele idiota que ela pensava, ou pode ter sido pela mudança de seu visual e com o automóvel que é o sonho de consumo dela, porém sendo verdade ou mentira o que ela disse só lhe peço que tenha cuidado, pois mulheres são perigosas, ainda mais iguais à Julia.

- Sei disso e agradeço-lhe pela preocupação, mas foi delicioso e a vingança saiu melhor do que eu esperava.

- Não vai querer voltar com ela, vai? Perguntou Herman preocupado.

- Voltar não, mas fiz uma proposta para ela.

- Qual? Posso saber?

- Claro que pode.

Maycon então contou tudo sobre o depois da transa. Herman surpreso sorriu e ficou ainda mais surpreso quando Maycon pegou o telefone e mostrou justamente a parte em que ele propusera isso para ela. Herman arregalou os olhos.

- Desculpe o que vou dizer, mas ela é bem gostosinha. Disse Herman sorrindo.

- Pior que é, mas o que achou da minha proposta?

- Interessante. De repente o amante vai virar namorado e o namorado irá virar amante. Muito interessante isso. Respondeu Herman sorrindo.

- A mudança de lado é algo que nem eu previra, mas reparou na lição que eu aprendi com você?

- Sim! Percebi que é um bom filho e um bom aluno. “Pegar ou largar”. Nunca pensei em usar isso para uma situação assim e isso mostra que és um excelente aluno. Riu.

- Em três dias você mudou a minha vida e me pediu para que eu o ouvisse. Estou cumprindo com a minha promessa. Respondeu Maycon rindo.

Por falar em promessas vamos a elas e vamos ver se você realmente tem boa memória. O que te prometi?

- Prometeu-me um apartamento, mais precisamente a cobertura deste prédio. Um automóvel da marca e modelo que eu desejasse e já recebi o mesmo. Prometeu arrumar-me dinheiro para sair com Julia e só gastei o necessário e também me prometeu o cargo de presidente Junior da unidade Brasil.

- Só isso que te prometi?

- Tem mais uma coisa, mas me sinto constrangido em dizer, mesmo porque não mereço nem o dinheiro que me deu para sair com a Julia e então imagine as demais coisas que já me deu.

- O que foi que te prometi, além disso, tudo jovem?

- Bem! Prometeu-me transformá-lo em seu herdeiro. Respondeu Maycon encabulado.

- Garoto atencioso. Então vamos ao que fiz hoje.

- Trabalhou muito? Perguntou Maycon.

- Sim! Tive uma reunião com Valdir logo depois do almoço e tive que me conter. Ele é falso demais. Quem não sabe de suas falcatruas até acreditaria que ele é uma pessoa competente e digna.

- É verdade. Disse Maycon rindo.

- Mas deixando isso de lado. Fiz o relatório e quero que veja ele comigo amanhã de manhã. Já o requisitei para trabalhar comigo.

- Me requisitou?

- Sim! A partir de amanhã você trabalhara comigo.

- Nossa! Qual a minha função?

- Assistente técnico administrativo da diretoria mundial.

- Uau! Bem pomposo o cargo.

- Foi o que disse a diretora de Recursos Humanos quando passei o nome para ela. Riu.

- Nem sei como lhe agradecer.

- Para de frescura e não tem que agradecer nada, mas tem mais ainda.

- Mais?

- Sim! Quando pedi a sua transferência Valdir não gostou e quis impedir isso.

- Ué! A troco de que? Ele me detesta.

- Acredito que ele queria você para tê-lo como cachorrinho, para usar você da forma que desejasse, mas cortei a intenção dele e mostrei para ele quem eu era no grupo e ele calou a boca na hora.

- Só você mesmo. Disse Maycon sorrindo.

- Quanto era o seu salário?

- Pouco que tenho até vergonha de dizer.

- Bem era pouco. A partir de hoje você estará com o salário até a sua promoção de vinte e um mil.

- Heim! Quanto? Perguntou Maycon engasgando.

- Na verdade vinte e um mil e oitocentos e nem diga que não mereça isso, mas tem mais ainda.

- Mais?

- Sim! Hoje já formalizei e paguei as quotas que meus irmãos e minha sobrinha detinham e passei a ser o sócio majoritário do grupo. Ainda não informei a matriz e aos acionistas, mas iremos para Zurique na sexta feira e na segunda comunicarei isso em assembléia extraordinária.

- Espera aí. Você disse “iremos”?

- Sim! Isso mesmo. Eu e você somos iguais a nós e, portanto, iremos. Você tem passaporte, não tem?

- Não! Não cheguei a tirar.

- Já imaginava isso e marquei para amanhã de irmos à Polícia Federal tirar o seu passaporte de emergência. Ficará pronto amanhã mesmo.

- Desculpe Herman, mas você é doido?

- Não jovem. Eu sou prático e estou ficando velho.

- Mas nem roupa eu tenho para usar lá e sei que lá é frio. Falou sem querer Maycon.

- Jovem! Você tem que entender que não é mais o velho Maycon e sim uma nova pessoa. Dinheiro é o de menos e ele foi feito para ser gasto e não ficar guardado em bancos. Vamos comprar isso depois de irmos ao cartório amanhã.

- Ir ao cartório fazer o que?

Você terá que assinar a escritora da sua cobertura, a qual eu já paguei e a chave está aqui e depois eu vou oficializar meu novo testamento primeiro aqui no Brasil e formalizá-lo depois em Berlin.

- Heim!

- Isso mesmo que você ouviu. A cobertura daqui já é sua e amanhã você deverá ver também o que quer reformar. Às dezesseis horas terá uma empresa lá a sua espera para ver o que quer mudar nela. Prometeram que a entregarão pronta na terça feira da semana que vem.

- Como assim?

- Não complica. Já está tudo certo. Também estará lá uma designer de interiores para fazer o projeto dos móveis da mesma.

- Você teve tempo para almoçar hoje Herman?

- Comi um lanche e depois comi a feijoada de sábado. Respondeu sorrindo.

- Nem sei o que dizer.

- Não diga nada Maycon. Já está feito. Agora é só você mostrar que é um novo homem.

- Acho que nem vou dormir em casa hoje.

- Vai sim. Se desejar pode dormir na cobertura que já é sua e está toda arrumada. Mandei que a deixassem limpa e até colocassem flores lá para te receber.

- Você não existe Herman. Realmente só Deus mesmo para lhe agradecer por tudo o que está fazendo por mim.

- Eu não sou muito de pensar nele, mas começo a acreditar que foi Ele mesmo que colocou você na minha vida já na minha velhice.

- Para de frescura, porque você não é velho. Retrucou Maycon sorrindo.

- Você aprende rápido mesmo jovem. Muito rápido. Rui Herman.

- Então vou aproveitar e ir para a cobertura. Quero ver as flores antes que murchem.

- Antes que vá aproveite e pegue meu notebook e leve com você, porque algo me diz que quer ver suas mensagens e amanhã você não irá com o seu automóvel trabalhar. Você irá comigo no meu.

- Nossa! Isso vai deixar muita gente lá de cabelos em pé. Riu Maycon.

- Não vai deixar. Eu já deixei hoje, pois mandei enviar mensagem a todos que a partir de amanhã você estaria trabalhando comigo.


 

Pegando a chave Maycon deu um forte abraço em Herman e subiu para a cobertura que era quase sua de fato e de direito. Abriu a porta e entrou. Um suave frescor com aroma de flores foi sentida por Maycon. Ainda ficou na porta sem ascender à luz para sentir aquele frescor. Finalmente ascendeu a luz e ficou boquiaberto.

Era o mesmo apartamento que vira antes, mas agora parecia estar mais arrumado. Flores foram colocadas nas extremidades da sala, da copa e na cozinha. Caminhou até a varanda e abriu a porta envidraçada. Saiu e sentiu a brisa fresca da madrugada em seu rosto juvenil. Não tinha e nem sabia o que dizer. Diante de si aquele prédio e com uma cobertura que deveria ser tão grande quanto a sua. Voltou e caminhou pelo apartamento todo. Era composto de dois pisos e continha seis suítes, duas salas amplas, sala de almoço, sala de jantar, cozinha, adega, despensa, quarto amplo que serviria para empregada. No piso superior havia sauna, ducha, churrasqueira, escritório, varanda imensa, ofurô e uma bela piscina. Toda a extensão superior era rodeada por vidros.

O predito todo construído em alto estilo e continha dezoito andares com duas torres juntas e cada um contendo dois apartamentos padrão do prédio e a cobertura duplex a qual ficava no décimo oitavo andar e esta servia por dois elevadores sociais que abriam as portas apenas com a utilização de senhas exclusivas em um hall central. Outro elevador atendia a cobertura, porém este era exclusivo somente dela.

Entrou e colocou o notebook de Herman sobre a peça própria para este fim e ligou-o. Foi tomar banho. Debaixo da água ficou pensando nas mudanças da sua vida, mas sua mente não deixou de retroceder aquela tarde onde ele esteve com Julia totalmente entregue a si.

Sentiu vontade de ligar para ela, mas sabia que não deveria fazer isso. Ela tinha que sofrer pelo que havia feito, mas sentiu falta e desejos de estar novamente na cama com ela. Enxugou-se e ainda nu foi até o computador. Havia ali uma mensagem do seu amigo virtual. Abriu-a.

- Maycon! Devo lhe dar os parabéns. Você está seguindo as orientações da forma que lhe foram passadas e com isso está sendo agraciado com os bônus da vitória. Seu futuro graças a isso foi definido e agora só tem que tomar cuidado com as tentações e com as cobras que surgirão na sua vida a partir de então. Fez muito mais do que se pudesse imaginar com a Julia e com isso conseguiu algo que nem eu previ antes. Fez com que ela se apaixonasse por você. Segue nova mensagem.

Estava lendo a primeira mensagem quando chegou a segunda. Abriu-a.

- Como eu disse, previ o que aconteceria, mas uma mudança na sua forma de foder com ela fez com que as coisas mudassem, mas nada que altere os seus projetos futuros. A sua ideia de virar amante dela e do amante dela virar o namorado foi uma obra de arte e só tome cuidado para que não seja você a engravidá-la. Sua vida está em novo rumo e na semana que vem depois que voltar da Europa vai ter uma grande surpresa, maior ainda do que as que teve até agora. Só lhe dou um aviso. Tome cuidado daqui para frente e saiba que estarei em contato com você praticamente todos os dias. A propósito. Seu telefone é de última geração e tem acesso às mensagens virtuais, portanto use-a ao invés de ficar acessando computadores. Boa noite e boa sorte amanhã.

Maycon chegou a pensar que era Herman quem lhe mandava aquelas mensagens, mas isso era impossível, pois tinha coisas que Herman não sabia e o seu amigo virtual lhe contava através das mensagens. Resolveu não pensar mais naquilo e ia desligar o notebook quando olhou para baixo e viu que continham mais mensagens. Algumas eram de Julia. Abriu a primeira dela.

- Meu amor, se é que posso chamar-lhe assim ainda. Sei que não sou mais a sua amada e este é o preço que irei pagar por não ter lhe dado o devido valor, pois com certeza ninguém me amará mais do que você me amou e agora eu sei disso. Eu errei e errei muito com você. Trai sexualmente ao homem que me amava e que se dedicava totalmente para mim e fui justamente para a cama com outro porque não acreditei que você fosse me pegar de jeito e do jeito que fez e me arrependo hoje. Fiquei aqui pensando que se eu não tivesse agido com frescura com você, com certeza você teria quem sabe, mostrado toda esta fúria selvagem na cama que mostrou para mim hoje. Sei que agora é tarde, mas mesmo tarde eu descobri que amava você do meu jeito e agora sei que o amo mais que amo a mim mesma. Beijos desta mulher que te ama muito.

Leu a mensagem e sentiu uma mistura de dor e de pena. Realmente se ela tivesse sido mais liberal, quem sabe ele mostrasse aquele lado devorador dele, mas por outro lado se ela tivesse feito isso, quem sabe se a mudança em sua vida acabaria ocorrendo. De certa forma tinha que agradecer a ela por ter arrumado um amante, pois assim a mudança acontecera e ele mesmo sem ter aquele amor ao seu lado, agora liberto era um homem rico e estaria se tornando em breve muito poderoso. Abriu a outra mensagem de Julia.

- Gostaria agora de tê-lo aqui sobre mim me amando de forma selvagem e animalesca, tomando tapas na bunda e na cara e até tomando surra com seu membro em mim todinha, mas não o tenho. Pensado nesta tarde nossa, só nossa, fiquei completamente excitada e totalmente molhadinha e todo o meu ser desejando ser penetrada profundamente por ti. A proposta que me fez foi estranha confesso, pois transformou meu namorado que hoje eu amo em meu amante e ao meu amante que não amo, a não ser por dinheiro em namorado. Estranha sensação esta, mas só de saber que poderei sair com você às vezes para treparmos me deixa em brasa. Te amo meu amor e anseio por ti dentro de mim. De sua hoje eterna apaixonada. Ju.

Ao ler aquela outra mensagem Maycon recordou-se de novo da tarde maravilhosa e excitou-se também, mas precisava dormir. A manhã logo chegaria e ele assumiria uma função nova na empresa, uma função que ninguém lá de dentro imaginasse que algum dia pudesse surgir.

- Acho que amanhã de noite vou convidar Julia para sairmos novamente e podermos trepar gostoso. Pensou Maycon antes de pegar no sono.


 

Maycon havia se habituado a acordar cedo, mas naquele dia, plena terça feira, ele perdeu hora e só acordou porque Herman foi até a cobertura chamá-lo para irem para a empresa.

Sonolento levantou-se com o som da campainha e de batidas na porta e cambaleando foi ver quem era. Levou um susto ao ver Herman ali parado. Abriu a porta sem jeito.

- Não queria lhe incomodar jovem, mas já são quase oito horas e temos compromisso no cartório as dez, porém antes temos que passar na empresa para que todos vejam você com novo visual e função. Disse Herman sorrindo.

- Me desculpe. Acho que não ouvi o relógio tocar. Dê-me dois minutos que me apronto rápido. Respondeu Maycon sem jeito.

Cinco minutos depois Maycon voltou abotoando a camisa. Estava usando a mesma roupa que usara no dia anterior no encontro com Julia, se bem que na verdade nem usou direito a roupa, pois permanecera a maior parte do tempo nu.

- Está atrasado dois minutos jovem. Falou Herman sorrindo para Maycon.

- Acho que hoje é o dia das minhas mancadas. Perdoe-me. Isso não acontecerá de novo.

- Nem bem acabou de ficar rico e já começou a ficar folgado. Disse Herman gargalhando.

- To falando que hoje não é meu dia, mas já estou pronto e podemos ir. Respondeu sorrindo Maycon.

- Nossa! Você está bonitão heim! Vamos então que temos muitas coisas para fazer hoje. Replicou Herman

- Esta é a roupa que usei ontem quando sai com Julia.

- Não é a toa que ela se apaixonou. Sorriu Herman.

Desceram e chegaram à garagem. Os seguranças os olharam admirados. Ali estavam duas pessoas que eles deveriam agradar, pois um era o novo dono da cobertura e outro era um poderoso empresário. Alheio ao comentário dos seguranças Herman e Maycon saíram em direção à empresa. Lá chegando foi um verdadeiro furor. Maycon já não era um borra botas como o consideravam. Agora ele era ligado à matriz e não mais a unidade Brasil. Subiram em direção à sala que Herman possuía no décimo terceiro andar.

Por onde passaram todos os olhavam. Muitos nem reconheceram Maycon em seu novo perfil, mas quando se deram conta de que aquele bonitão era Maycon e muitos burburinhos começaram a ser pronunciados. Em pouco tempo grande parte dos quase oito mil funcionários que ali trabalhavam já comentavam sobre isso.

Ao chegarem à sala de Herman este pediu para que Maycon se sentasse e chamou a secretária provisória que o atendia e após apresentar Maycon para ela, pediu para que ela segurasse todas as ligações e reuniões, pois ambos teriam que sair e voltariam somente no final do dia. Ela saiu e eles também saíram da sala e desceram para o estacionamento.

- Posso saber o que viemos fazer aqui? Perguntou Maycon curioso.

- Pode! Viemos apenas causar furor e eu queria ver o impacto que o novo Maycon iria causar.

Espera aí. Viemos aqui só por causa disso?

- Sim! Na verdade, eu queria chamar o Valdir e mostrar o novo Maycon para ele, mas como certa pessoa deu uma de dorminhoco hoje, isso focará para mais tarde. Respondeu Herman rindo.

- Nem vou comentar sobre isso. Aonde vamos agora? Respondeu Maycon.

- Onde está o seu espírito esportivo jovem? Vamos primeiro ao cartório. Você leva o automóvel porque não sei como chegar lá.

Saíram com Maycon ao volante e novamente os olhares convergiram para eles. Alguns mais maldosos disseram que ali estavam dois homossexuais, pois estavam sempre juntos. Outros mais sensatos tinham orgulho de conhecer bem Maycon e dentre estes estava Onofre que acompanhava todo o movimento através das câmeras.

Pouco tempo depois chegaram ao cartório. Gerson já se encontrava por lá ao lado de um senhor de meia idade que se apresentou como sendo Francisco, o ex-proprietário da cobertura. Como já havia recebido a importância combinada e haviam marcado horário no cartório em pouco tempo estava lavrada a transferência de propriedade e Maycon recebeu a cópia da escritura do imóvel em seu nome e quitado. Em seguida Herman foi até a sala ao lado onde fez um documento de sessão de direitos de todos os seus bens, mas isso ele não entregou nada para Maycon. Só o faria lá em Berlin. Após isso saíram do cartório.

- Para onde agora papai? Perguntou Maycon sorrindo feliz.

- Gostei do “papai” e agora sim este é o meu garoto. Vamos direto para a sede da Polícia Federal na Barra Funda. Vamos tirar o seu passaporte.

- Já?

- Não! Podemos deixar isso para fazermos depois que voltarmos da Europa “filho”. Disse Herman sorrindo.

- Tá bom! Loirei agora. Sorriu.

Pegaram a marginal e meia hora depois se encontravam na sede da Polícia Federal. Entraram e Maycon viu um amigo seu da faculdade ali dentro. Estranhou, pois ele usava um jaleco da polícia e este ao vê-lo se aproximou dando-lhe um abraço apertado.

 

- Meu querido amigo. Há quanto tempo.

- Estava pensando em você estes dias Carlos. Respondeu Maycon.

- Coisas boas eu espero.

- Se fossem ruins nem comentaria. Sorriu.

- O que faz aqui querido amigo? Perguntou-lhe Carlos.

- Vim tirar um passaporte emergencial, mas me diga o que faz com este jaleco da Polícia Federal?

- Eu sou delegado da PF, não sabia?

- Não! Nunca soube. Parabéns.

- Obrigado! Vem aqui comigo que eu te ajudo a fazer isso agora na hora.

- Ah desculpe Herman. Este é meu grande amigo da faculdade, Carlos Alvarenga Lopes este aqui é meu amigo e superior na empresa. Fez as apresentações Maycon.

- Achei que já estava aqui servindo de mosca. Disse Herman sorrindo.

- Amigo de amigo meu é meu amigo. Muito prazer Herman. Venham comigo, por favor.

Carlos os acompanhou ao setor de cadastro de passaportes e fizeram tudo por lá. Logo em seguida pediram que o acompanhasse até o local de emissão dos mesmos e uma hora depois Maycon saia com o passaporte nas mãos.

- Carlos! Este não é o passaporte emergencial. É o definitivo.

- Ué! Vai reclamar?

- Claro que não. Obrigado!

- Para ter o provisório você teria que ter trazido uma passagem confirmando a urgência e não vi isso.

- Aqui está ela. Disse Herman entrando na conversa.

- Hum! Zurique? Eu chique. Achei que era só um simples escriturário, mas vejo que me enganei. Disse Carlos sorrindo.

- Anda me investigando por acaso?

- Na verdade sim e não. Sorriu.

- Isso se chamaria de perseguição. Respondeu Maycon sorrindo.

- Tenho que ficar de olho em quem me passava cola nas provas lá na faculdade. Vá que ele resolva me entregar. Disse Carlos sorrindo.

- Nem sei do que está falando. Replicou Maycon rindo.

- Precisa de mais alguma coisa aqui da PF? Perguntou Carlos.

- Não obrigado. O que vou querer é te convidar para sairmos em um dia qualquer destes para ir tomar alguns chopes.

- Será um grande prazer meu amigo e irmão. Agora vou trabalhar. Boa viagem e que Deus o acompanhe nela. Se precisar de qualquer coisa é só me procurar e espero que ainda tenha o número de meu telefone.

- Tenho sim. Vou te ligar quando voltar de viagem.

Trocaram um abraço apertado e Carlos despediu-se de Herman. Saíram da unidade da Polícia Federal. Já na rua não se contendo Herman perguntou...

- Passava mesmo cola para ele nas provas?

- Claro que não, mas somos amigos desde os meus quinze anos. Ele sempre foi uma figura.

- Sempre é bom ter amigos ligados a polícia, pois nunca sabemos a hora que precisaríamos deles. Disse Herman sorrindo.

- E agora papai, para onde iremos?

- Podemos ir para a empresa, pois temos que ver uma sala para você, ou poderemos ir a um shopping comprar roupas de frio para você. O que prefere?

- Sala para mim?

- Claro! Não vai querer tomar a minha, não é?

- Não! Tomar a sua nunca. Podemos ir para lá. Quanto às roupas poderemos ver mais tarde ou amanhã e na verdade eu preferia comprar isso lá em Zurique.

- Agora falou como se fosse meu filho mesmo. Vamos comprar apenas uma blusa quentinha, porque lá é muito frio e lá você escolhe uma das muitas lojas e compra mais algumas coisas. Diga-me uma coisa. Conhece bem o prédio da empresa?

- Razoavelmente, por quê?

- O décimo nono andar tem espaço disponível?

- Disponível para que?

- Para três salas grandes.

- Tem sim, mas porque ter três salas extras no andar dos Recursos Humanos.

- Uma sala para você. Uma para mim e outra que ainda vou inventar o que farei com ela.

- Vai mudar a sua sala de andar?

- Esta é a ideia. Não gostou? Perguntou Herman sorrindo.

- É você quem manda. Eu só obedeço.

- Não tem nada a ver, mas temos que mostrar lá quem é que manda e garanto que eles irão odiar isso, mas com relação às salas só vou olhar o espaço e depois quando voltarmos muitas coisas serão alteradas na unidade Brasil. Disse Herman.

Quarenta minutos depois estavam na sede da empresa. Rapidamente subiram até a sala de Herman. Ela era confortável, mas realmente não estava à altura da posição que ele tinha na empresa e a alteração disso, com certeza era algo que teria que acontecer dentro de pouco tempo.

- Senhorita Iara! Por favor, venha até a minha sala. Pediu Herman ao chegarem.

Entrou junto com ele entraram Maycon e Iara. Herman pediu para que sentassem e sentou-se na sua cadeira. Atentos Maycon e Iara aguardaram para ver o que ele iria dizer.

- Vou precisar que a senhorita faça uma convocação da parte administrativa e gerencial da empresa para amanhã às dez horas da manhã no auditório. Também vou precisar que a senhorita coloque um anúncio no jornal para a vaga de secretária.

Sim senhor! Mas posso lhe dizer uma coisa doutor? Perguntou Iara cabisbaixa.

- Pode sim, fique à vontade.

- O senhor não está satisfeito com o meu trabalho? É para a minha vaga?

- Foi bom você ter tocado neste assunto. Chame aqui a diretora dos Recursos Humanos que tenho que falar com ela de imediato. Vou mandar efetivá-la e com relação à vaga que vai colocar o anúncio é para a contratação de uma secretária para o novo Assistente técnico administrativo da diretoria mundial.

- Sim senhor. Quer citar o que ela precisa ter de conhecimentos para a vaga?

- Na verdade quem deveria lhe passar isso seria Maycon, mas vou dizer que seria o básico, mas de preferência trilingue, sendo português, inglês e alemão. Quanto aos demais itens aquelas baboseiras todas. Linda, maior de 25 anos, eficiente, inteligente, habilitada, disponibilidade para viagens, preferencialmente solteira, sem filhos, corpo bem definido.

Maycon olhou para Iara e ambos riram do que Herman estava citando.

- Vocês estão rindo do que? Perguntou Herman.

- Não quer mais nada?

- O que é que tem? Não está bom assim?

- Está querendo contratar uma secretária ou uma miss?

- Ah! Desculpe. Acho que me empolguei. Respondeu sorrindo.

- Tudo bem doutor, mas acho que eu não correspondo ao seu perfil para secretária.

- Imagine senhorita Iara. O que eu pedi foi uma secretária para o nosso novo Assistente técnico administrativo da diretoria mundial e não para mim.

- Tudo bem chefe! Está bem. A senhorita Iara já entendeu. Iara por favor, providencie isso antes que ele enrole mais ainda. Finalizou Maycon rindo.

Iara saiu da sala e ambos riram. Herman de fato era uma pessoa única. Não dava para compará-lo com ninguém, pois da mesma forma que ele sabia ser cordial ele também sabia ser duro e inflexível nos negócios.

Maycon não poderia ter dado mais sorte na vida do que através daquela situação toda que Valdir quis criar apenas para foder com ele e literalmente passar o final de semana fodendo com quem sabe, sua ex-namorada Julia.

Ao pensar nisso e em Julia sentiu vontade de falar com ela e resolveu ligar depois para marcar algo ainda naquela noite.

Não tão longe dali Julia estava vendo imóveis com Roberto, a corretora indicada por Valdir. Saíra cedo e apaixonou-se por uma linda cobertura duplex nos Jardins. Era enorme e praticamente toda avarandada. Possuía cinco imensas suítes com piscina na área superior e todas as demais dependências normais em uma moradia de luxo. A cobertura possuía uma área de quase dois mil metros quadrados e nem quis saber o valor. Valdir mandou que ela escolhesse qualquer imóvel e que ele daria para ela de presente em troca dela ser a sua puta.

- É está aqui a do meu gosto. Vou avisar ao doutor Valdir que deverá ser esta. Disse Julia para a corretora.

- Ligarei para ele assim que a senhorita me autorizar. Respondeu Roberta abrindo um sorriso feliz. A comissão seria bem alta.

- Posso lhe pedir um favor? Pediu Julia.

- Pode me pedir o que desejar. Respondeu Roberta.

- Estou com meu automóvel fazendo revisão e preciso ir até o banco lá Avenida Faria Lima. Poderia levar-me até lá?

- Claro! Hoje estou a sua inteira disposição.

- Obrigada. Podemos ir?

- Claro!

Saíram e Julia riu da boa vontade de Roberta. Conhecia bem aquele gesto, pois ela também o usara de subterfúgio com Valdir. A comissão pela venda daquele apartamento com certeza daria um bom tempo de folga para Roberta e logo chegaram ao banco.

- Vou aguardá-la aqui enquanto esteja na agencia. Disse Roberta.

- Não boba! Venha comigo. Estacione no estacionamento do banco.

- Tudo bem! Roberta respondeu sorrindo.

Desceram e foram até aquela imensa agência. Julia perguntou para uma atendente que gostaria de falar com o doutor Hélio. Julia disse quem era e a moça retirou-se. Pouco depois voltou toda solicita e pediu que a acompanhasse. Roberta permaneceu no hall do banco. Julia e a atendente pegaram um elevador privativo e subiram para outro andar. Lá uma secretária sorridente a atendeu e levou-a até a sala privativa do gerente.

- Boa tarde senhorita Julia. Hélio Augusto Santiago ao seu inteiro dispor.

- Boa tarde. O doutor Valdir pediu que eu o procurasse.

- Ele me avisou e comigo não precisa ter cerimônias, pois acredito que será uma cliente especial desta agencia e saiba que eu só atendo aos clientes especiais.

- Certo! O doutor Valdir disse que eu precisaria passar por aqui para assinar a abertura de minha conta e que eu retirasse algo que estaria com o senhor.

- Sem cerimônias Julia. Chame-me apenas por Hélio e saiba que estarei a sua inteira disposição para tudo que precisar.

- Tudo bem Hélio! Tem aí o que ele me pediu para fazer?

- Claro! Aqui estão os documentos para assinar da abertura da conta e também os três pacotes que ele pediu que lhe entregasse?

- Três pacotes? Perguntou Julia surpresa.

- Sim! Três pacotes. Não era isso?

- Ah é verdade. São três mesmo.

Julia recebeu aqueles três pacotes os quais não eram pequenos, sendo que u deles era enorme, e também os papéis para assinar pela abertura da conta. Queria abrir os pacotes. Estava curiosa, mas temia abri-los diante de Hélio que percebendo isso alegou que teria que ir até a agência e que ela ficasse à vontade. Saiu e rapidamente Julia abriu aqueles pacotes.

Ao abrir o primeiro Julia quase explodiu de felicidade ao ver o conteúdo. Dentro dele estavam quatro caixas. Em uma continha um conjunto de brinco, anel, colar e pulseira tudo em algo que ela acreditou ser brilhante e diamantes. Não se continha de alegria. Abriu a segunda caixa.

Nesta segunda caixa continha outro conjunto, porém em esmeraldas. Na terceira um anel com um imenso diamante e na quarta, novo conjunto em ouro e em pedras preciosas. Estava incrédula. Nem tinha ideia de quanto valeria cada um daqueles conjuntos.

Abriu o pacote maior. Nele havia uma caixa e ao abrir quase desmaiou. Havia ali uma grande quantidade de dólares. Não tinha teor de valores, mas eram todas notas de cem dólares e pela quantidade deveria ter ali uns dois milhões.

Estava boquiaberta ao abrir o terceiro pacote. Não era tão grande, mas o conteúdo era de surpreender. Ali dentro havia um cartão Black e uma carta. Curiosa e ainda atônita começou a lê-la.

- Minha amada Julia! Quero que saiba que o que fez comigo e por mim neste final de semana foi algo que eu jamais esquecerei. Te conheci sem querer naquele dia e naquele barzinho. Estava sozinha e parecendo abandonada e senti meu coração batendo forte por você. Aproximei-me e você não se desfez de mim, pelo contrário, deu-me atenção e isso para mim foi gratificante. Senti e soube depois que você estava ali, dentre tantas outras apenas para caçar um cara rico e nem me importei e começamos a sair e desde o começo sabia que queria apenas transar e eu também queria isso. Ocorre que me apaixonei por você que nunca regulou nada para mim em nenhum sentido no começo apenas por sexo e depois senti que queria ganhar dinheiro. Tive o gosto de ter tirado a sua virgindade e isso me fez ficar ainda mais apaixonado, mas meu sonho era ter uma puta minha e só minha e você nem se importou com isso. Pouco tempo depois descobri que era ironicamente namorada de um assistente meu que eu detestava e isso me fez ter mais tesão por você, mas isso não importa e neste cartão Black que aqui se encontra lhe comunico que tem limite de vinte milhões de dólares e nas notas do outro pacote a importância é de cinco milhões.

- Julia arregalou os olhos. Era muito dinheiro. Ainda incrédula continuou lendo...

- Não! Não pense que isso tudo é por amor e paixão, o que também é, mas é porque eu não gosto da minha esposa e filho e quero deixar você protegida e bem financeiramente, porque sei que logo eu devo perder a minha liberdade e caso ela ocorra só lhe peço que vá me visitar. Pode contar com a ajuda do Hélio porque ele é de confiança. Um pouco galinha, mas é de confiança e ele te auxiliará em investimentos. Pode confiar. Te amo, mas sei que isso você já deve ter percebido.

Julia ficou sem saber o que dizer. Eram vinte e cinco milhões de dólares que ele lhe estava dando além de joias sabe-se lá de que valor. Estava incrédula. Acertara na loteria sem sequer ter jogado e aquela vadiagem dela acabara lhe rendendo isso.

Na hora pensou em ligar para Maycon e pedir para ele mandar tudo para o espaço e irem embora do país juntos, mas ele era muito certinho e não aceitaria isso. Resolveu aguardar os acontecimentos para saber o que fazer. Estava pensando nisso quando Hélio voltou. Quis fechar tudo rapidamente, mas não deu tempo e sorrindo ele lhe disse...

- Julia! Sei que não é secretária e nem trabalha na empresa com o Valdir. Na verdade, eu acredito que seja amante dele e isso não me importa também. Ele é um dos meus melhores clientes e recomendou que eu te ajudasse em finanças e assim o farei. Neste banco temos cofre e poderá guardar as joias que estão nos pacotes para que não corra risco desnecessário na rua ou em casa e saiba que estou de verdade à sua disposição.

- Nem sei o que dizer Hélio. Respondeu Julia ainda zonza pelo que receberá.

- Aqui está o seu cartão do banco e já pedi os cartões de crédito para você, se bem que eu acredito que seria você a querer dar crédito para eles. Respondeu sorrindo.

- Obrigada!

- Tem mais. Ainda não acabou. Você tem ideia de quanto foi o depósito na sua conta que acabou de assinar?

- Nem tenho ideia. De quanto é?

- Não tem nem ideia mesmo?

- Te juro que não.

- A transferência já legalizada sem que tenha problemas com COAF, Banco Central e Receita Federal é de 82 milhões, o que corresponde a aproximadamente pouco mais de vinte e seis milhões de dólares a cambio de hoje.

- Heim! Como? Engasgou Julia ao ouvir isso.

Não sei o que você é dele. Não sei se é parente, filha bastarda, agregada, filha ou parente de outra vida ou mesmo amante, mas sei que ele gosta demais de você, pois lhe deixou uma verdadeira fortuna.

- Está de brincadeira, não é?

- Não! O extrato da sua conta está aqui.

Julia passou do assombro para o torpor. Estava milionária e tudo por causa de transar com Valdir. Tinha que agradecer também a Maycon, pois se ele tivesse pegado ela com vontade, ou quem sabe se ela tivesse deixado Maycon ter feito isso, ela não estaria com taras e desejos carnais e por conta disso jamais teria saído para caçar um macho na rua. Valdir havia lhe tirado a virgindade e a tratava como uma verdadeira puta, mas pagou muito bem por isso.

- Você está bem Julia? Perguntou Hélio preocupado.

- Estou sim. Respondeu Julia ainda zonza.

- Quer tomar água com açúcar?

- Não! Eu estou bem, só um pouco surpresa com isso tudo.

- O que tem aí neste pacote são dólares é isso?

- Não! São dólares.

- Ele me disse que continha no pacote maior cinco milhões e que deixava no cartão Black que eu mesmo providenciei de mais vinte milhões.

- Você sabia de tudo? Ele te contou tudo?

- Contou tudo que acreditou que eu deveria saber e se não me contou o que eu não tinha que saber também não me importa. Quero que saiba apenas que a importância que está depositada aqui no banco está completamente livre de ônus ou pendências com impostos. Está livre e liberada para que você a use, mas recomendo que use com sabedoria e tome cuidado para não fazer besteira comprando qualquer coisa desnecessária. Como lhe disse, pode contar comigo.

- Muito obrigada Hélio. Disse Julia sem saber mais o que dizer.

- Quer guardar as joias aqui nos cofres pessoais? Eu recomendo isso.

Sim! Como faço isso?

Espere um pouco que já providencio a documentação e estará liberada.

Pouco tempo depois tudo estava acertado, assinado e Julia despediu-se de Hélio. Estava milionária e queria correr para junto dos braços ironicamente de Maycon.

Julia saiu da sala de Hélio ainda aturdida. Jamais em toda a sua curta vida poderia imaginar o que estava acontecendo. Regulara em fazer sexo com o homem que a amava desesperadamente e com isso sentindo que ele era frouxo na cama partiu em busca de um homem que saciasse seus desejos carnais.

Com isso encontrara com Valdir em um barzinho de mulheres caçadoras de machos e ele lhe tirara sua virgindade e enquanto ele a usava como puta ela regulava para Maycon e a vida lhe pregou uma peça. No dia em que ela ia meter o pé na bunda de Maycon ele a tratou como puta e ela apaixonou-se por ele, mas por causa da traição ele não a queria mais, porém, a traição contra Maycon fez com que ela ficasse milionária.

- Que mundo mais doido este. Pensou Julia com lágrimas nos olhos.

Desceu do elevador e pegou o telefone. Ligou para Valdir que ao ver que era ela interrompeu uma reunião e foi até a outra sala para falar com ela.

- Oi meu amor! Já escolheu o apartamento?

- Valdir! Estou ainda atônita.

- Valdir? Está atônita com o que?

- Ah me desculpe meu amor. É que estou ainda abobada.

- Ah bom! Já ia ficar chateado. Respondeu sorrindo.

- Estou pasma com tudo.

- Abobada, pasma e atônita com o que?

- Ainda pergunta com o que?

Não sei do que está falando. Respondeu Valdir sorrindo.

Besta! Acabei de sair do banco.

- O Hélio não te cantou não, né?

- Não! Estou atônita com o que me deu de presente.

- Presente nada. Eu estou pagando pelos seus préstimos. Disse rindo.

- Você é uma besta mesmo. Nem tinha que pagar. Eu estava saindo com você porque você me fez bem e me fazia sentir sendo mulher de verdade.

- Fizemos um trato, não fizemos?

- Sim, mas nunca imaginei o que me deu. É coisa de louco.

- É nada. Já escolheu o apartamento?

- Já sim. Ainda estou no banco e a corretora está aqui comigo. Na verdade, me aguardando.

- Já escolheu? Então pede para a Roberta me ligar que eu fecho ainda hoje.

- Vai comprar o que eu escolhi mesmo?

- Claro que vou e espero que tenha escolhido um bem bonito, pois uma rainha merece morar em um castelo, mas como não tem disso aqui espero que tenha escolhido bem.

- Mas acho que o que eu escolhi deve ser muito caro.

- Eu disse valor para que você escolhesse?

- Não! Não disse.

- Então o que escolheu eu darei para você. A propósito. Pede para que a Roberta te leve naquela agência dos Jardins para que retire lá o automóvel que queria e que disse que era dos seus sonhos.

- Jura!

- Claro! Já está emplacado, lavado, com o tanque cheio e com todos os opcionais.

- Nossa! Nem sei como retribuir por isso.

- Sabe como retribuir sim. Respondeu Valdir rindo maliciosamente.

- Bobo! Vamos nos ver hoje à noite então? Perguntou Julia.

- Hoje não vai dar meu amor. A bruxa quer falar com a família hoje e quando ela marca estas coisas só pode ser chateação, mas tenho que estar lá. Pode ser amanhã?

- Pode sim. Estou louca para sentir suas mãos me pegando. Mentiu Julia.

- Então amanhã sairemos e vamos trepar muito. Riu Valdir.

- Amor! Por acaso eu estou lhe incomodando aí?

- Eu estava em reunião, mas eles que aguardem lá na sala.

- Doido! Vá lá atendê-los. Mais tarde nos falamos. Hoje vou terminar com o Maycon Respondeu mentindo Julia rindo.

- Que bom que vai terminar com ele. Já passou da hora, se bem que ele não me assusta, mesmo porque ele nunca trepou com você mesmo e agora menos ainda. Ele ficou importante na empresa. Riu.

- Ficou importante como? Me conta.

- E a reunião? Perguntou Valdir sorrindo.

- Eles que se danem. Conte-me tudo, não me esconda nada. Riu.

- Sabe a armação que fiz para que ele se encontrasse com o alemão?

- Sei! Aquela dele servir de babá para você sair comigo só para foder né?

- É! Pois é! Ocorre que o gringo gostou tanto dele que o promoveu à assistente de uma porra não me lembro o que da matriz e não da unidade Brasil.

- Assistente de que?

- Nem eu me lembro à merda da função, mas agora ele responde para o vice-presidente do grupo e não mais para mim e se quer saber quando eu quis fodê-lo para poder foder com você, acabei o ajudando. Não é engraçado?

- É! Muito engraçado. Respondeu Julia surpresa.

- Depois falamos sobre isso meu amor. Agora vou lá para a reunião de mais tarde nos falamos. Tudo bem?

- Está sim. Até mais tarde. Beijos.

Desligaram e Julia ficou pensando no que era a vida e como ela mudava de repente. Uma foda mudava ou poderia mudar tudo na vida das pessoas e novamente ela se recordou dos fatos.

 

Saiu com Valdir por culpa individualmente de Maycon, ou por sua culpa mesmo e com isso ele foi se encontrar com o vice-presidente do grupo. Por conta de uma foda Valdir a deixou milionária e Maycon foi promovido na empresa e isso sem contar que ia meter o pé na bunda de Maycon, a pessoa que a amava de verdade e ele fez melhor ainda que Valdir. Moral da história. Maycon por causa disso deixou de amá-la e ela apaixonou-se por ele.

- É! O que é uma foda? Realmente a foda é foda. Pensou Julia rindo tristemente.

Finalmente aproximou-se de Roberta e pediu para que ela ligasse para Valdir que aguardava a sua ligação e já estava aprovada a venda. Além disso, pediu para que ela a levasse até a concessionária, coisa que Roberta fez sentindo-se a pessoa mais feliz do mundo. Aquela comissão viria a calhar e fecharia o mês com chave de ouro, pois além desta cobertura também fez parte da venda de outra cobertura ironicamente uma na frente da outra.

Roberta levou Julia até a concessionária e a deixou lá na porta. Desta vez não precisou ficar esperando. Julia entrou, se identificou, assinou os papéis e foi ver o objeto de seus sonhos. Ao entregar-lhe as chaves e a documentação o vendedor disse que era a sua semana de sorte.

- Por quê? Perguntou Julia curiosa.

- Porque ontem eu entreguei outro igualzinho a este aqui também com todos os opcionais e ambos os proprietários são jovens e os veículos foram pagos por uma pessoa mais velha que eles. Com certeza estas pessoas devem ser os pais de vocês, né? Disse o vendedor tagarela sorrindo.

- Ah! É sim. Foi meu pai que me deu este de presente.

- Parabéns pelo presente! Queria eu ter um pai deste. Riu o vendedor.

Julia entrou no automóvel de seus sonhos e antes de dar a partida ficou pensando nas mudanças de vida de repente dela e de Maycon.

- Será que foi ele quem retirou o outro igual a este aqui? Quem será que deu o carro de presente para ele, se foi aqui que ele comprou? Pensou.

Deu a partida e saiu dali. Eram ou seriam muitas coincidências, mas não quis pensar naquilo naquele momento, mas enquanto pensava nisso seu telefone tocou. Seu coração deu um pulo dentro do peito. Era Maycon quem lhe ligava.

- Oi meu amor! Estava pensando em você. Disse Julia ao atender.

- Hum! Seu amor? Perguntou Maycon sorrindo.

- É! Pois é! É né! Riu

- Não tem ideia do quanto que eu sonhei há algum tempo atrás em ouvir você dizendo isso ao atender uma ligação minha, mas não tem problema. Disse Maycon melancólico.

- Me perdoa?

- Diga uma coisa para mim. O que pretende fazer hoje à noite?

- Depende.

- Depende do que?

- Do convite que acho que irá me fazer.

- Hum! Isso faz diferença?

- Bem, digamos que se você me fizer um convite para sair esta noite eu poderia lhe fazer uma surpresa.

- Tipo o que? Conte-me. Pediu Maycon.

- Primeiro convide, senão não conto. Riu.

- Assim não vale. Maycon respondeu sorrindo.

- Convide senão nunca saberá.

- Está bem. Gostaria de sair comigo hoje à noite para jantarmos?

- Adoraria, mas com uma condição.

- Pronto! Lá vem. Que condição?

- De que depois do jantar iremos para um lugar maravilhoso.

- Local maravilhoso tipo um motel?

- Digamos que eu não saiba, mas que falta de romantismo a sua. Respondeu Julia sorrindo.

- Está bem. Poderia me dizer onde que desejaria ir após um delicioso jantar à luz de velas nobre senhorita?

- Uau! Agora arrasou. Pode sim.

- E onde seria este lugar tão especial que gostaria de me levar?

- A um motel. Disse Julia gargalhando.

- Sem graça. Riu Maycon.

- Mas fala sério que está me convidando para um jantar à luz de velas?

- É sério sim. Topa?

- Só se eu rachar a conta.

- Não! Sou um cavalheiro. Eu pago.

- Dividimos a conta.

- Não! Eu pago.

- Tudo bem nobre cavalheiro. Eu topo sim. A que horas?

- Pode ser às vinte horas? Amanhã terei que acordar cedo.

- E quem disse que eu te deixarei dormir? Riu novamente Julia.

- Tarada!

- Safado!

- Assanhada!

- Delicioso. Já disse que você é delicioso?

- Não! Não me disse não, mas qual seria a surpresa?

- É mais que delicioso e se é surpresa tem que ser surpresa. Te conto depois quando estivermos jantando.

- Tudo bem. Passo na sua casa às vinte horas então, tudo bem?

- Não! Espera. Claro que sim.

- Oi! Aqui é o Maycon e não o outro cara. Riu ao dizer isso.

- Besta! Sei que é você.

- Tudo bem. De boa, está tudo bem mesmo. Posso passar por lá às vinte horas?

- Não pode! Deve.

- Até mais então.

- Beijos amor da minha vida. Disse Julia, mas Maycon nada disse. Desligaram.

Maycon ficou pensando na conversa que acabara de ter com Julia. Sabia que talvez não conseguisse mais confiar nela, mas mesmo não querendo admitir ainda gostava demais de Julia. Não como antes, pois a traição o machucara profundamente, mas o amor que sentira fora tão forte que deixara marcas profundas dentro de si. Sairia e a trataria como amante. Nada mais que isso. Pelo menos é o que queria que fosse desta forma.

Ao desligar o telefone Julia por outro lado viajou em pensamentos e todos eles voltaram para à tarde do dia anterior. Sempre tivera Maycon aos seus pés e não lhe dera o devido valor e os caminhos que a vida deu mudaram os rumos das coisas. Ele era perdidamente apaixonado por ela e ela conseguiu destruir este amor. Por outro lado, ela de certa forma desprezava Maycon e agora sentia que não conseguiria jamais viver longe dele, mas sabia que seria difícil de tê-lo ao seu lado como desejava naquele momento.

Maycon com certeza iria conhecer outra pessoa, se apaixonar e constituir família e ela agora milionária ou se trancaria no ostracismo, viraria uma puta de vez, ou acabaria morrendo na solidão. Não sabia o que seria da sua vida, mas a busca por dinheiro acabara estragando tudo o que ela agora sonhava ter. O amor de Maycon sendo dela novamente.

 

- Jovem! Pode acordar um pouco?

- Oi Herman! Não estou sonhando, apenas pensando.

- Pensando em que fazer com as coisas ou naquele amor que ainda bate em seu peito?

- Nem em uma coisa e nem em outra.

- Então posso saber no que está pensando?

- Pensava em que a matriz não aceitaria o que quer fazer e que sua família iria brigar com você.

- Se era nisso que pensava pode esquecer. A matriz vai aceitar porque senão eu irei assumir a presidência e detenho hoje, ou até agora trinta e oito por cento do conglomerado. Quanto aos meus parentes eu estou pagando e bem mais do que vale por cada quota de ação deles no grupo e testamento serve para isso. Eu coloco ou tiro quem quiser dele.

- Acha certo isso?

- Qual parte? Da empresa ou da família?

- Ambos. Disse Maycon.

- Jovem! Eu lutei para ter o que queria e conquistei com meu suor e sacrifícios. Quanto à família eles nunca se importaram comigo antes de eu ficar rico. Não te contei sobre ela, não é?

- Não tudo.

- Há alguns anos atrás, mais ou menos uns vinte e sete ou vinte e oito anos atrás eu na tentativa de ganhar dinheiro, com a cara e a coragem vendi o pouco que tinha na Alemanha e arrisquei vindo para cá.

- Largou tudo e veio para cá? Para o Brasil?

- Sim! Lembra que te falei de Juliet?

- Sim! Lembro.

- Pois bem. Eu estava estabelecido. Tinha algumas coisas lá em Berlin e tinha uma vida cômoda e mesmo ela não tendo razão alguma para isso, acabou me traindo. Aquilo acabou comigo. Eu a amava demais. Ela era a minha razão de viver e perdi o chão e a motivação para viver. Para agravar ela acabou me levando mais da metade do que eu possuía e neste momento drástico da minha vida a minha família nem se importou comigo. Doeu e doeu demais e eu estava quase desanimando de tudo quando surgiu a ideia de vir para cá.

- Que bom que não se entregou. Disse Maycon pesaroso.

- Na verdade eu vim mais para fugir da vergonha por ter sido traído. Peguei um vôo e vim para cá com o que me restara. Desci no aeroporto e fui lá para o centro da cidade a fim de ver se arrumava um lugar barato para morar. Arrumei um ali perto da Avenida São João. Arrumei uma quitinete mobiliada e me mudei para lá.

- Boca quente aquele lugar. Disse Maycon.

- Sim, mas isso não me incomodou. O que me incomodava era aquela dor incrível de amor por aquela traidora, mas eu tinha que superar, só não sabia como, até que conheci uma mulher maravilhosa.

- De lá da boca?

- Não! Foi na zona cerealista.

- Não entendi.

- Eu procurando algo para montar acabei conhecendo uma pessoa já idosa que queria vender o ponto e a loja dele lá na zona cerealista e o que eu tinha quase que dava para eu pagar o que ele queria. Disse-lhe que não possuía todo o valor e ele olhando bem fundo nos meus olhos me disse que sentiu honestidade dentro de mim e que faria uma coisa que não faria para nenhum brasileiro.

- O que ele fez?

Pegou o valor que desejava e dividiu em três parcelas. Uma a vista. Outra para sessenta dias e a outra para cento e vinte dias e ainda disse que me auxiliaria com dicas de como funcionavam as coisas por lá.

 

- Uma pergunta. Você falava português nesta época?

- Arranhava um pouco. Respondeu Herman sorrindo.

- E como aprendeu português?

- Lá em Berlin, ao lado de uma das minhas lojas havia uma casa que moravam alguns brasileiros. Cheguei a empregar três irmãs que não sabiam nada de alemão e trocamos conhecimentos. Elas me ensinavam o português e eu o alemão para elas.

- Que excelente ideia.

- Este foi um dos motivos de eu ter vindo para o Brasil quando aconteceu a tragédia.

- Mas e aí, como que foi lá na zona cerealista?

- Voltando ao que eu estava lhe dizendo. Jeremias além de me facilitar as coisas ainda me deu o maior apoio. Apresentou-me para os fornecedores e todos os vizinhos de lá. De repente não sei como eu administrava toda a contabilidade dos vizinhos e amigos deles e isso sem me desviar da atenção do meu negócio. Talvez por carisma os clientes começaram a procurar mais e mais meu estabelecimento que chamavam de cantinho do alemão e um dos meus clientes que era irmão de um dos meus vizinhos falou o que eu fazia por eles.

- Hum! Administração de empresas co-irmãs?

- Mais ou menos isso e o número de vinte passou para cinquenta, depois para cento e vinte e quando me dei conta já eram mais de trezentas.

- Nossa!

- Aí este irmão de um de meus clientes me propôs uma sociedade em mineração.

- Nossa! Nada a ver.

- Para você ver. Ele possuía algumas minas de esmeralda, diamantes e até de ouro, mas nada produzia porque ele não tinha a menor ideia de como funcionava as coisas.

- E você tinha por acaso conhecimento de mineração? Perguntou Maycon.

- Nem um pouco, mas eu tinha vontade de aprender e dei sorte.

- A sorte é coisa que poucas pessoas possuem e eu te agradeço por isso.

- Que nada. Não me deve nada jovem, mas como eu dizia dentre as centenas de clientes que eu possuía no cantinho do alemão tinha um senhor que era um minerador falido. Seus filhos haviam lhe tomado tudo e até a minha de esmeraldas lá nas Minas Gerais que era a razão da sua vida. Estava mal quando veio falar comigo e quase chorando me contou de seu infortúnio.

- Ele estava quebrado, falido, então como era seu cliente?

- Na verdade ele era um dos muitos clientes que eu tinha que eu fornecia alimento sem cobrar nada. Ajudava a muitos sem me preocupar se eles tinham ou não dinheiro para pagar um dia.

- Não temeu ir à falência por doar alimentos? Aliás, que belo gesto este seu. Parabéns!

- Na verdade não, pois o que eu fazia administrativamente me dava dinheiro que poderia manter-me e ao cantinho do alemão sossegadamente, mas voltando ao Juvenal, que era o nome do minerador que te falei, lhe disse que talvez tivesse eu um emprego para ele e comovido ele arregalando os olhos quis saber o que era e foi ai que eu aprendi de mineração e comecei a fazer as minas funcionar.

- Caramba! E depois.

- Ricardo, o sócio das minas me chamou então e fez outra proposta. Me propôs de eu ficar com algumas minas improdutivas em troca de três que estavam gerindo lucros.

- E aí, o que você fez?

- Analisei e conversei com Juvenal, que se tornara meu amigo e era uma espécie de capataz. Ele disse que iria ver as outras minas e que me daria um retorno em uma semana e foi este o prazo que pedi para Ricardo. Uma semana depois ele voltou e me disse que todas as minas que ele visitara, sem exceção poderiam dar muito lucro se fosse investido em equipamentos para explorá-las.

- E o que fez então?

- Chamei Ricardo para conversar e lhe expus a verdade. Disse-lhe que elas poderiam dar muito lucro se fossem bem exploradas, mas ele não queria mais saber delas e ai eu fiz um pedido a ele. Aceitaria ficar com aquelas minas que precisavam de investimento em troca de que ele me emprestasse dois milhões.

- E o que ele disse? Perguntou Maycon curioso.

- Disse que como eu o ajudara e agora as minas produziam muito ele não me daria os dois milhões que eu pedi emprestado.

- Não?

Não. Ele me disse que ele tinha muitas coisas e que não produziam nada e que estava perdendo as concessões até me conhecer e por isso ele não me daria os dois milhões que eu lhe pedi.

- Que cara mais filho da puta. Ajudou ele e o cara deu uma pisada desta.

- Ele não me emprestou os dois milhões, mas em contrapartida me doou doze milhões e eu naquele momento achei que alguém, lá no céu, havia me dado a segunda chance.

- Caramba! E ele tinha este dinheiro para lhe dar?

- Tinha sim. A produção das três minas passava de cinco milhões por mês de lucro líquido. Fechamos o negócio. Abri mão dos quarenta por cento das três minas que lhe interessavam e passei a ser dono das outras que não produziam nada.

- Posso saber quantas minas eram as que ficaram com você?

- Pode sim. Dezoito minas. Onze de esmeraldas, quatro de diamantes e três de ouro.

- Nossa! E todas elas improdutivas?

- Sim! Chamei Juvenal e lhe dei vinte por cento liquido da produção de tudo o que saísse das minas e ele rejuvenesceu uns vinte anos. Entrou de sola como vocês dizem aqui e com o investimento em equipamentos e em garimpeiros começamos a trabalhar cada uma delas.

- E deu certo?

- Deu e como deu. Em seis meses a produção de apenas uma das dezoito gerava milhões ao mês. No oitavo mês chegamos a um filão em uma das minas de ouro e a coisa explodiu. Dinheiro não era mais problema. Milhões e milhões brotava do chão.

- Mas você me disse sobre a mulher que mudou a sua vida. Como a conheceu esta mulher maravilhosa?

- Certo dia, voltando atrás agora, uma moça muito bonita que não teria mais que dezesseis anos apareceu lá no cantinho do alemão pedindo emprego e eu vendo a necessidade dela para trabalhar a contratei e ela se tornou em minha amiga e confidente apesar da pouca idade que possuía.

- E rolou alguma coisa entre vocês? Perguntou Maycon maliciosamente.

- Você está sendo indiscreto. Respondeu sorrindo Herman.

- E aí, rolou ou não rolou?

- Não de imediato. Ela era ainda uma menina e eu não estava em busca de relacionamentos e mantínhamos apenas relacionamento profissional e de amizade, porém a coisa foi ficando mais intensa e eu também viajava muito por conta das minas.

- Rolou ou não rolou? Insistiu Maycon.

- Você só pensa em sexo? Perguntou Herman sorrindo.

- É apenas curiosidade.

- Ah tá! Continuando, um ano se passou e ela continuava a trabalhar lá.

- E?

- Calma! Como eu lhe disse ela era apenas uma menina. Era menor de idade e certo dia no final da tarde, como fazíamos quase todos os dias ela me disse que era ela quem precisava desabafar. Pedi para que ela ficasse à vontade e ela me disse que tinha um namorado que tentara estuprá-la e eu quis ir atrás e matar o filho da puta.

- Nossa! E ele conseguiu fazer esta atrocidade?

- Não, mas ela ficou traumatizada e disse que o vagabundo estava perseguindo-a e ela tinha medo de contar isso para os pais dela e aí eu resolvi ir conversar com aquele marginal e fui.

- E aí?

- Simplesmente eu olhei bem fundo nos olhos dele e disse que se ele não parasse de persegui-la ele se veria comigo e ele deu risada. No dia seguinte invadiram o cantinho do alemão e além de roubarem um monte de coisas de lá ainda quebraram muitas outras.

- Credo, e aí?

- Por sorte um de meus clientes não pagantes tinha um primo que era da polícia militar e pediu para que este fosse lá falar comigo e disse que amigo do primo dele era amigo dele também e me perguntou se eu tinha ideia de quem fizera aquilo. Comentei sobre aquele vagabundo e ele foi atrás do cara. Não deu outra. No barraco do cara encontraram várias coisas da minha loja e ele foi autuado, mas não apenas pelo roubo, mas sim por porte ilegal de armas e por tráfico de droga, coisas que encontraram lá também. O cara foi preso e pegou dezoito anos de prisão.

- E a moça. O que foi que aconteceu?

- Sabendo que aquele marginal fora preso ela sossegou e certo dia, após eu voltar da mina de diamantes lá de Roraima acabamos ficando conversando até mais tarde e ai sim, do nada e com extremo amor acabamos fazendo amor.

- Nossa que coisa legal, mas e depois?

- Bem! Ela ainda era virgem. Intocada. A minha donzela nem beijar sabia e nos envolvemos de verdade, mas três meses depois ela não apareceu para trabalhar. Não soube, porque estava viajando direto e só voltei depois de vinte dias que ela já não mais comparecia para trabalhar. Alberto então me falou que ela simplesmente não dera mais a cara e menos ainda satisfação e quem nem os direitos dela voltou para receber.

- Quem é Alberto e o que você fez?

- Alberto era o gerente da minha loja e ele não fez nada, porque a jovem desaparecera. Fiquei sem ar. Mesmo estando viajando direto eu havia me apaixonado por ela e pensava em ir até a casa dela falar com os seus pais. Na viagem de volta vim pensando em pedir-lhe em casamento, mas temia que ela não quisesse, afinal tínhamos uma diferença de mais de dezesseis anos de idade, mas fui atrás dela. Peguei o endereço e fui até a casa dela lá na Zona Oeste.

- E aí a encontrou e o love voltou? Perguntou Maycon.

- Que nada. Sem saber por que ela e a família se mudaram e ninguém soube para onde segundo os vizinhos informaram. Ainda procurei por alguns meses e nada. Coloquei detetive atrás e parecia que ela havia evaporado. Fiquei mal de novo. Estava milionário e novamente sem ninguém. Perdi a vontade de tocar os negócios e coloquei tudo a venda. Recebi uma fortuna pelas minas e o cantinho do alemão eu fiz um acordo com os funcionários e passei para eles a posse, com usufruto meu desde que eles mantivessem a minha doutrina de ajudar aos necessitados e assim está até hoje. De posse de uma verdadeira montanha de dinheiro voltei para a Europa e não fui para a Alemanha e sim para a Suíça e ali investi em um grupo que estava precisando de dinheiro para fechar negócios com outras empresas.

- Que coisa mais louca e depois?

- Adquiri uma grande quantia de quotas e outras quotas de ações fui adquirindo no mercado paralelo e devido a minha facilidade para negociar fui nomeado diretor administrativo, depois financeiro e finalmente vice-presidente, porém, somente eu e você são os que sabem destas ações preferenciais.

- Tem quantos por cento do total delas? Você me disse trinta e oito por cento. É isso?

- Na verdade com as quotas de meus irmãos e as de minha sobrinha, as quais irei pagar duas por uma acabarei com o montante de cinquenta e nove por cento das quotas preferencial do grupo todo.

- E é isso que está passando para mim? Perguntou Maycon incrédulo.

- Sim! É exatamente isso.

Mas porque eu? Tem que haver um motivo.

- Como lhe disse Maycon tem coisas que não se explica e desde que vi a sua foto eu senti algo estranho, como se você fosse parte de mim, nem que isso fosse de outra vida. Sabe bem que sempre sonhei em ter um filho e honestamente eu teria adorado se tivesse sido com aquela garota que trabalhou comigo e que me entendia como ninguém, mas quando eu ia pedi-la em casamento ela havia sumido e mais nada eu soube dela por anos e anos de busca. Coloquei um exército de detetives a procura dela, mas quem disse que aqueles incompetentes a encontraram. Desisti então e comecei apenas a gerir negócios e dinheiro até hoje.

- Nossa! Que história linda de vida. Linda e triste ao mesmo tempo.

- Maycon para mim você é o filho que nunca tive e gostaria de poder ter o prazer e a honra que me aceitasse como um pai paralelo, pois gostei e gosto demais de você e parece-me que te conheço a anos.

- Estranho você dizer isso Herman, mas desde que te vi também senti algo diferente e ressalto que não sou e nem tenho a intenção de ser gay, mas independentemente do que me deu ou o que acontecer sou eu que tenho orgulho de ser seu filho paralelo.

- Então vem cá moleque e me dê um abraço de filho, mesmo que não seja de direito, mas para mim já é de fato.

Abraçaram-se com carinho e amor de pai para filho, porém sem ser de verdade. Maycon era para Herman de fato como se fosse o filho que ele sonhara em ter. Educado, esforçado, honesto, trabalhador, integro, sonhador, persistente, inteligente demais e acima de tudo tinha um coração que parecia não caber dentro de seu peito.

Já para Maycon, Herman era o paizão que jamais sonhara em ter. Seu pai era homem humilde e trabalhador. Seu pai era trinta e seis anos mais velho que sua mãe e sofrera de um AVC a dois anos atrás e estava praticamente vegetando. Já sua mãe ainda nova, com apenas quarenta e três anos trabalhava em uma empresa de engenharia na área de Recursos Humanos e juntos, ela e Maycon é que mantinham a casa e os medicamentos caríssimos para cuidar da saúde de seu velho e amado pai.