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Título   O antes e o depois Gênero Drama
 
     
     
     
     
     
 

 

Título original: O antes e o depois

Romance / Drama

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

Sessenta e três anos haviam se passado e a ironia disso é que muitos poderiam dizer que não era nada enquanto outros além de dizer que era uma vida, está vida fora de muita realização e ganhos, mas também de muita mais dor e sofrimento.

 

Norberto nunca se sentira um velho, mas já sentia o desgaste do corpo que o cansaço resolvera lhe impor e aos seus sessenta e três anos e meio de vida, tendo vivenciado de tudo um pouco na vida acabara perdendo a libido e o tesão por tudo e por todos.

 

- Senhor! Me leva embora. Estou cansado de viver. Me mande até para as profundezas, mas me leve embora daqui. Pedia ele ao se deitar.

 

Porém, de nada ter pedido sabe-se lá quantas vezes isso, pois alguém lá em cima parecia querer vê-lo aqui pagando, quem sabe, por erros cometidos no passado e com isso Norberto já estava deixando de viver para vegetar em vida até que certo dia, quando ele mesmo pensava em tirar a própria vida algo aconteceu tão logo conseguiu fechar os olhos e dar uma das raras cochiladas que faziam parte de sua vida.

 

Norberto acorde! Você tem certeza que quer ir até para as profundezas? Ouviu acordando assustado com a voz que falava consigo.

 

- Quem é! Quem está aí?

- Você não fez este pedido para que fosse levado embora inclusive para as profundezas?

- Onde você está?

- Estou aqui como você pediu!

- Quem é você? É o demônio?

- Como que você acha que seja um demônio?

- Não sei! Nunca vi um até hoje.

- Talvez eu seja ou talvez eu seja um anjo enviado pelo Senhor.

- Um anjo?

- É! Posso até ser, mas lembre-se que um terço dos anjos do céu foram enviados para as profundezas, portanto também posso ser um anjo mal.

- E os anjos do céu são bons?

- Não sei! Isso quem deve poder afirmar seria o Criador de tudo.

- Está gozando da minha cara. Porque não aparece para mim?

- Tem certeza que quer me ver?

- Nada mais me assustaria na vida nem que tivesse chifres, cascos e rabo.

- Não precisa esculachar! Por acaso sabe como são os anjos e os demônios?

- Já te disse que não, portanto saia da penumbra e se mostre para mim.

- Foi você quem pediu! Depois não reclame. Disse a voz se fazendo presente.

 

Norberto foi vendo uma criatura enorme saindo da escuridão e não conseguiu conter o riso com o que estava vendo.

 

- Está rindo do que?

- Nada não, mas confesso que veria um ser vermelho com rabo, chifres, cascos e todo vermelho e não você.

- O que tem eu?

- Bem! Fora a altura não tem nada demais.

- É mesmo!

- Tem quando de altura? Uns três metros de altura?

- Não! Tenho apenas dois metros e trinta e oito de altura. Acima de três metros apenas o Criador e o senhor das profundezas.

- Tudo bem! Veio me buscar para a vida eterna?

- Tem certeza que quer mesmo ir para lá?

- Não aguento mais ficar por aqui.

- Mas dizem que aqui é tão bom?

- Bom para quem é amado, tem suas coisas realizadas, tem pessoas que se preocupam com você, que te dão valor, que não te usam, que te tratam com respeito e carinho, estas coisas.

- Mas será que você fez por merecer receber o que deseja?

- Você acha que não fiz?

- Não sei! Não sou você.

- E porque veio aqui então? Perguntou Norberto já se irritando.

- Vim porque você pediu e por isso me mandaram.

- Então deve ser a morte?

- A morte também é um ano sabia?

- Não sabia!

- Mas me diga o que deseja para parar de clamar para que o levemos?

- Querem me dar uma chance de melhoras?

- Não sei! Acha que merece uma segunda chance?

- Acredito que sim!

- Nunca fez nada de errado na vida?

- Muita coisa errada pode ter certeza!

- E mesmo tendo feito muita coisa errada ainda acha que mereceria uma segunda chance?

- Eu não pedi uma segunda chance e si para que me levassem até as profundezas, mas que me tirassem daqui.

- Hum! Me deixe pensar.

- Pensar se eu deveria ir para as profundezas, ir para o tal de purgatório ou ir para o reino do céu?

- Não! Pensar se você merece uma segunda chance e ficar por aqui.

- Ah é isso?

- É, mas se te deixasse aqui do jeito que você está com certeza voltaria a choradeira, portanto o que você quer para ficar por aqui sem encher a paciência?

- Ficar aqui por quanto tempo?

- Quanto tempo acharia bom para você?

- Posso escolher tempo também?

- Você é tão chato que seria melhor ficar por aqui do que perturbando do lado de lá.

- Tudo bem! Poderia ser uns trinta e três anos a mais?

- Pode! O que quer? Respondeu o anjo já cansado da conversa mole.

- Quantos desejos eu posso ter?

- Está me achando com cara de gênio da lâmpada? Diga logo. Respondeu irritado.

- Primeiro muita saúde! Depois vitalidade, virilidade, ser mais alto, ter riquezas, poder, ser amado, ser admirado por meu trabalho e sucesso nele, conhecer alguém que me ame e que me trate com carinho e que minha nova família seja protegida. Apenas isso.

- Só isso?

- Só! Me sentiria muito bem se pudesse ter estas poucas coisas que pedi.

- Poucas! Respondeu o anjo prestes a estourar.

- É!

- Ser mais alto será impossível, mas nas demais dará para te atender, mas vou lhe deixar avisado de que tudo que é dado tem um preço e que este será cobrado algum dia. Fechado?

- Se me der tudo isso está fechado!

- Tudo bem! Agora volte a dormir e amanhã terá surpresas em sua vida.

- Amanhã começa a mudança?

- Começa e vou embora antes que eu mude de ideia.

- Posso saber seu nome e de onde veio?

- Não! Respondeu o anjo e desapareceu.

 

Norberto sentou-se na cama e ficou pensando em quem seria aquele ser. Será que ele viera do céu ou do inverno, mas isso não lhe interessava e até acreditou que estivesse dormindo ainda, mas ao levantar-se para tomar água deu um tropeção no pé da cama e viu que aquilo pelo que passara a poucos minutos poderia ser verdade e pela primeira vez em muito tempo deitou-se, encostou a cabeça no travesseiro e dormiu a noite toda em paz.

 

A noite passou e Norberto nem viu ela passando. Dormia como uma criança que chegara ao mundo a pouco tempo e só acordou devido ao toque do telefone tocando e ainda grogue com o sono bem dormido tateou até achar o celular que estava curiosamente debaixo do travesseiro.

 

- Alô!

- Bom dia mister Norberto! Aqui é Kaleb.

- Kaleb?

- Sim! O secretário do sheik Aman Sharid Assan.

- Ah tá! Secretário do sheik. Repetiu Norberto ainda sonolento.

- Eu te acordei?

- Não! Imagina. Que horas são agora?

- Agora são precisamente 11:32 aqui em Dubai!

- Dubai?

- Sim! Estou falando aqui de Dubai a pedido do sheik.

- Se não me engano deve ser em torno de sete horas de diferença daqui do Brasil, não é?

- Precisamente isso, porque?

- Porque se aí são 11:32 aqui deve ser agora 4:32, portanto não estava dormindo.

- Mil perdões! Acho que me precipitei ligando tão cedo, mas se o fiz foi porque o sheik me cobrou quatro vezes hoje a respeito de eu ter lhe ligado.

- E o que o sheik quer saber de mim?

- Quer saber se o produto exótico que o senhor tinha a venda ainda está disponível.

- Qual precisamente?

- O castelo!

- Fala sério! Qual é o seu nome mesmo?

- Kaleb!

- Kaleb! Você me liga de madrugada para fazer piada. Tá de brincadeira?

- Porque eu estaria? Respondeu Kaleb sem entender.

- O tal sheik por acaso tem dinheiro para comprar o castelo que está citando?

- Não só ele como outras coisas mais.

- Ah, fala sério! Vou voltar a dormir. Tenha um bom dia. Falou Norberto desligando o telefone.

 

Virou de lado, se cobriu e dormiu de novo acordando quando já passava das onze da manhã. Abriu e coçou os olhos, levantou-se ainda sob o efeito daquela noite bem dormida e foi até à toalete. Fez a sua necessidade e ia lavar o rosto quando se assustou com a imagem no espelho.

 

Era ele obviamente, mas estava com a pele limpa e as rusgas que haviam surgido no decorrer do tempo haviam desaparecido assim como também as olheiras. Ficou surpreso com isso, mas notou também que a barba estava com leves vestígios de branco, porém não tanto como estava antes e os cabelos mantinha o leve tom do reflexo da idade, mas não denotando a idade que tinha.

 

- Será que não foi um sonho? Perguntou a si mesmo.

  

Curioso fez aquilo que todo homem geralmente faz ou faria em uma situação destas. Baixou a cueca que estava usando e olhou para baixo e outra surpresa. A barriga que lhe incomodava havia desaparecido e sentiu pela primeira vez em anos a mesma retinha e o que mais lhe surpreendeu foi que o algo mais estava parecendo maior e mais vigoroso.

 

Rapidamente tirou a camiseta e ficou admirado com o que viu. Seu corpo estava perfeito. Em forma como nunca fora e teve que jogar água no rosto várias vezes para ter certeza de que estava realmente acordado.

 

- Quem seria aquele anjo que aparecera durante a noite? Pensou.

 

Tirou a roupa toda e tomou um delicioso banho e debaixo da água ficou pensando no ocorrido ainda achando que tinha sido um sonho e pensando tentando se convencer de que estava acordado foi que se lembrou de Kaleb.

 

- Será que aconteceu também?

 

Resolveu apressar o banho. Se enxugou e ainda nu foi até o pequeno quarto em que morava. Pegou o celular e viu que ele estava desligado. Ligou-o e se surpreendeu com a quantidade que havia de tentativas de ligações para ele e também várias mensagens no aplicativo.

 

- Não acredito nisso! Só posso estar sonhando.

 

Pensava em tudo e ao mesmo tempo em nada. Estava lembrando cada palavra do que aquele ser enorme lhe disse sobre uma segunda chance e dele ter pedido várias coisas para ele se aceitasse e recordou-se mais do que isso, de que aquele ser lhe dissera que sua vida começaria a mudar assim que acordasse. Se trocou e quando terminava de colocar uma camiseta o telefone tocou de novo.

 

- Mister Norberto! É o Kaleb de novo.

- Oi Kaleb! Diga.

- Eu estava falando com o senhor quando deve ter acabado a bateria de seu celular porque a ligação foi interrompida.

- Foi isso mesmo! O aparelho está ligado recarregando. Respondeu Norberto mentindo.

- Quer que eu ligue depois?

- Não! Já que teve todo este trabalho me fale porque está me ligando.

- É sobre o sheik ter perguntado se o castelo ainda está disponível.

- Está sim!

- O sheik que fechar contrato com o senhor e perguntou o que ele deveria fazer.

- Sabe que o produto não é meu, não sabe?

- Sabemos sim e ele concordou com as suas condições!

- Concordou? Perguntou Norberto surpreso.

- Sim e pediu para ver o que precisa para fechar o contrato.

- Irei verificar aqui e te encaminho tudo até o final da tarde! Pode ser?

- Claro! Fico no aguardo.

 

Desligaram o telefone e Norberto ainda não acreditava no que estava acontecendo