Apresentação   Biografia   Cadastrados   Crônicas   Fãs clubes   Livros   Poesias   Prêmios   Área restrita  

 

 
 

     
     
 
Título   O dia em que a Ucrânia invadiu a Rússia Gênero Drama
 
     
     
     
     
     
 

 

Título original: O Dia em que a Ucrânia invadiu a Rússia

Romance / Drama

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

Vovô! Estou com uma ideia aqui na cabeça.

Que ideia?

A de invadir a Rússia!

Como! Exclamou Yuri engasgando.

É! Não seria uma boa ideia?

Sophia! Você disse o que eu ouvi mesmo?

Sim vovô! O que acha da minha ideia de invadir a Rússia?

Está doida menina?

Porque doida?

- Porque sim!

Não vejo porque não!

Justo a Rússia?

É!

O que tem na cabeça?

Eles não invadiram nosso país?

Sim, mas olha o poderio militar deles!

O que que tem?

Sabe que é suicídio, não sabe?

Não!

Menina, o que foi que eu fiz com você?

Só me treinou vovô! Nada demais.

Treinar é uma coisa, mas não para pensar em fazer loucuras. Isso que disse é suicídio.

Ah é mesmo! E o que o senhor fazia quando tinha a minha idade, não era?

Eram outros tempos e eu nunca invadi um país!

Acho simples isso de invadir a Rússia!

Ah tá! Me diga porque acha simples invadir o país mais bem armado da Europa.

Simples porque eles jamais esperariam por isso!

Isso é verdade, mas é suicídio certo.

Não estou te entendendo vovô! Você sempre disse que estava me treinando para defesa.

E foi para isso que te treinei, mas apenas para a defesa e não para invadir a Rússia.

Presta atenção que vou te contar o que tenho na cabeça!

Tudo bem! Me conte.

Seu amigo não mandou invadir nosso país?

Mandou, mas ele nunca foi meu amigo.

Vocês não eram agentes da KGB?

Ser agentes secreto da KGB não quer dizer que eram amigos e lá só tive um amigo.

Já sei! O tio Dmitri.

Isso, mas continue com sua ideia.

Os tanques caminhões, caças e helicópteros que temos aqui não são de lá?

São, e?

E eles não pintaram com aquela letra Z em alusão aos nazistas de Hitler?

Sim! E?

Simples! Veja bem, pegamos um KA-52 e posso ir até lá sozinha.

Vocês pegaram?

Vovô! Para com isso de fazer de conta que não sabe que tenho uma equipe de combate.

Claro que sei e acho loucura! Não te preparei para entrar em guerra aberta.

Oras! E me treinou para que, para autodefesa?

Nem sei porque fiz isso, mas acho que fiz loucura em ter lhe treinado para combate.

Queria o que vovô, que eu fosse uma mocinha da roça, me casar e ter um monte de filhos?

Nem tanto, mas invadir a Rússia já é demais.

Deixa eu terminar vovô! Fica quietinho aí e deixa eu terminar.

Era só o que me faltava! Minha netinha mandando eu calar a boca.

Ah vovô, sabe que eu não quis dizer isso, mas apenas ouça.

Tudo bem! Conte porque sei que não vou te fazer mudar de ideia.

Veja só! Pego o tubarão que já está pintado, atravesso a fronteira e ataco postos estratégicos deles tipo base de abastecimento, pontos de óleo, caminhões, tanques, base de abastecimento de armamento. Estas coisas. Vôos rápidos e noturnos e quando se derem conta já terei sumido junto com o tubarão.

Já pintaram o Z nele?

Já!

Então a ideia já estava em planejamento?

Já!

E ia me contar quando isso?

Estou contando!

Sophia! Onde foi que eu te ensinei a ser doida?

Desde que eu tinha quatro anos e que me olhou e disse que eu não nasci para ter um marido idiota, mandando em mim e com um monte de filhos para cuidar.

Eu disse isso?

Não com estas palavras, mas quando me disse estava olhando para a minha mãe que tinha medo até de barata e vivia plantando com meu pai na roça.

Criei um monstro!

Não! Você me mostrou a me defender e a minha pátria se fosse necessário.

O que tem em mente?

Vou sair amanhã à noite e ir até a base de combustível deles e depois alguns tanques e caminhões e se der não irei matar nenhum soldado.

Que bom! Ainda bem que pensa em não tirar a vida nenhum soldado.

Eu não disse que não faria isso. O que eu disse foi que se desse não faria isso.

Conhece bem este helicóptero?

Conheço! Já treinei muito com ele.

O que me diz do armamento dele?

Ele é armado com um canhão automático M230 de 30mm com munição de 1.200 cargas, cadência de tiro de 625 disparos por minuto, mísseis ar-ar AIM-9 e AIM-92, míssil ar-superfície AIM-114 e foguetes não guiados Hydra-70.

Hum! Belo armamento, mas o que mais sabe dele?

Ele faz no ar aquilo que outros helicópteros nem sonham em fazer, como, por exemplo, voar para trás ou fazer um “funil” e ficar voando em torno de um ponto de mira, com o nariz, cheio com seus sistemas de armas, constantemente dirigido para ele e também é feito no esquema coaxial que é quando duas hélices giram em direções opostas uma da outra e não existe hélice na cauda.

Sabe mesmo pilotar este brinquedo?

Sei! Respondeu Sophia com orgulho.

Vão quantos com você nesta loucura?

Deus!

Só vai com ele?

Não preciso de ninguém melhor que ele vovô.

Vlad vai ficar doido com isso! Sabe disso, não sabe?

Sei, mas ele nem tem ideia do que faremos depois.

Tem mais ainda?

Claro que tem vovô! Acha que iríamos parar apenas em dar uns tiros com um helicóptero?

O que vai fazer depois?

Eu e um grupo de guerreiros altamente preparados iremos invadir o Kremlin.

O que? Perguntou Yuri engasgando novamente.

É! Vamos mostrar para o Vlad que ele é um idiota.

Só isso? Pensei que fossem lá tomar vodca com ele.

Vovô! Respondeu Sophia brava.

Acho que bateu a cabeça e eu não vi menina.

Invadir o Kremlin é coisa mais fácil do mundo!

Acha mesmo?

Não acho, tenho certeza!

Porque tem certeza?

Vlad é arrogante, prepotente, daquele tipo de homem que se acha. Acredita que tem todo o poder que precisa. Sabe que tem o maior arsenal nuclear do planeta e nem de longe acredita que alguém ousaria invadir o seu palácio encantado e é aí que ele comete erro. Nunca que ele pensaria ou imaginaria que soldados seus ousariam lhe atacar por causa de sua guarda de agentes escolhidos a dedo por ele.

E acha que os agentes da KGB que o protegem sejam incompetentes?

Não, se eu pensasse assim estaria pensando como ele, mas são homens e homens são falhos.

Não vá me dizer que pretende enviar lá mulheres lindas para seduzi-los e desta forma invadir o Kremlin.

Que coisa mais primitiva é esta! Nada a ver.

Não é?

Não!

Então me explica como pensa em invadir o local mais bem protegido de Moscou e chegar até o presidente?

A coisa mais simples do mundo!

A é? Perguntou Yuri curioso.

É!

Como?

Já sabemos onde ele fica lá dentro e basta chegar lá.

Não vá me dizer que tem um espião lá dentro?

Temos!

Está brincando, não está?

Não!

Quem?

Isso é confidencial até para você vovô.

Para mim também?

É! Nem meus comandados sabem quem é a pessoa.

Homem ou mulher?

É confidencial vovô!

Tudo bem vou respeitar isso porque eu te ensinei sobre isso, mas o que farão ao invadir o Kremlin e terem o Vlad diante de vocês, vão mata-lo?

Só se for necessário, mas isso nunca fez parte do plano.

Coisa de maluco mesmo. Você me diz que vão invadir o local mais bem protegido de Moscou, cheio de soldados e agentes super treinados da KGB, vão chegar até o Vlad apenas para lhe mostrar que a segurança dele não presta?

Mais ou menos por aí vovô!

E depois sairão de lá como se nada tivesse acontecido e ele acompanhará vocês até a porta, lhes darão um abraço e pedir para voltarem sempre, é isso?

Deixe de ser cético vovô!

Não entendi a sua filosofia neste plano maluco, pode ser mais clara?

Vamos pedir para que ele tire suas tropas daqui e que nunca mais faça isso, além é claro de indenizar nossa nação por tudo que ele causou de prejuízo.

Ah tá! Esta é a parte mais simples de toda esta história. Claro que ele irá concordar na boa e não duvido que ele convide você e seus soldados a comporem a cúpula de segurança dele, além é claro de mandar trilhões e mais trilhões de rublos para pagar o que ele destruiu senão, quem sabe, ele mesmo venha pessoalmente ajudar a bater massa das lajes daqui. Bem simples.

Vovô! Você está insuportável hoje. Disse Sophia brava de novo.

Não estou sendo não, apenas querendo te mostrar que é uma loucura o que tem em mente.

Não acredita que sou apta a fazer isso?

Tenho certeza que é, mas é a coisa mais doida que já ouvi na minha vida. Tão louca quanto ouvi Dmitri me dizer sobre brincar de ser homem aranha quando seu pai estava sendo gerido pela sua saudosa avó.

E você não conseguiu fazer?

Consegui!

Se machucou quando fez isso?

Não!

Nunca me contou isso direito!

Te conto qualquer dia deste se sair viva desta loucura que tem na cabeça.

Não quer contar agora?

Não!

Onde foi?

Longe daqui!

Me conta?

Não!

Conta vai?

Tudo bem! Foi na Eslovênia, em um castelo em uma ilhota. Oitenta agentes eslovenos, alemães e norte americanos e o alvo era um agente triplo que estava querendo passar segredos de bases aéreas, agentes e segredos russos para a CIA.

Nossa e conseguiu matar o agente e sair vivo de lá?

Estou aqui, não estou? Respondeu Yuri.

Claro que conseguiu, mas como fez para sair de lá?

Seu tio Dmitri me deu a única opção que eu poderia ter.

Qual?

Pular em um abismo em queda livre com quase trezentos metros de altura.

Caramba! Se jogou no vazio sem pára-quedas?

Sim!

E como conseguiu sair vivo?

Segui o que seu tio me disse.

Como?

Consegui pegar na ponta de um pinheiro e deste me atirei para outro, outro, mais outros e fui descendo e o que consegui foram alguns arranhões e nada mais. Consegui ali finalmente me libertar da KGB, reencontrei com sua avó, saímos da Rússia e nos instalamos aqui longe de tudo e seu tio Dmitri que era homem de confiança do general que me dera aquela missão alegou que eu havia me estatelado no chão e que meu corpo foi recolhido e dado para os cães comerem e com isso cá estamos nós.

Cães comerem? Credo!

Pois é! Foi isso que aconteceu.

Me responda uma coisa vovô, quando titio Dmitri lhe disse para se atirar lá de cima de onde estava no vazio acreditou que sairia vivo ou que daria certo?

Não!

E conseguiu cumprir a missão?

Sim! Foi difícil demais, mas consegui.

Conseguiu pegar os documentos com o agente triplo?

Consegui!

E o que fez com os documentos?

Repassei para Dmitri antes de me atirar no vazio.

E ele entregou os documentos para o general Yelsin?

Sim!

E o agente, você o matou?

Sim!

Com isso cumpriu a missão que lhe deram?

Sim!

Quando recebeu esta missão não achou que a chance de sobrevivência era quase nenhuma?

Tinha certeza disso, mas eu queria aparentemente morrer para sair da KGB.

E mesmo tendo certeza de que era uma missão onde a chance de sobreviver era quase nenhuma, mesmo assim foi e a cumpriu?

Exatamente isso!

E porque acha que eu não conseguiria cumprir o que tenho planejado? Não se esqueça que eu sou uma Serov.

Serov não, aqui você é Iroslav

Mas sou uma Serov ou não?

Sim! É e sempre será.

Sendo assim, tal qual você vovô que foi para uma missão e conseguiu voltar vivo eu também voltarei.

Não tem jeito de eu te convencer a não ir?

Só não irei se for honesto comigo e me dizer se você, nestes anos todos que me treinou não deu tudo de ti para que eu fosse igualzinho a você em conhecimento, agilidade e capacidade de realizar as missões em que se dispôs a realizar. Deu tudo de si ou não?

Dei tudo o que sabia e conhecia sobre a arte de sobrevivência sim.

Então!

Mesmo ficando com o coração apertado sei bem como que é a sua cabeça, afinal no fundo é uma Serov e é tão obstinada, corajosa e detalhista como eu fui e sinto por estar velho e não poder te acompanhar nisso, pois sinto falta da adrenalina que isso nos dá.

Não se preocupe vovô, porque voltarei viva para casa. Disse Sophia dando um abraço em Yuri.


Sophia se levantou e saiu a fim de ir preparar tudo para a missão maluca que ela se propusera fazer deixando ali na ponta até onde Yuri a acompanhara deu um beijo no avô, desceu os três degraus da simples, mas bem arrumada casa onde ela nascera e crescera. Entrou no veículo parado diante da mesma e foi embora. Yuri a viu descendo a pequena elevação e a acompanhou com o olhar até ela desaparecer na estrada.

 

Estava preocupado com ela. Amava aquela menina que praticamente havia criado desde que era pequena e que assumira de vez a sua vida quando seus pais morreram em um acidente quando ela tinha seis anos de idade.

 

Sabia que Sophia era tão teimosa quanto ele e era isso que sua saudosa Lydia dizia quando ainda estava viva. Teimosa demais, mas a criara para que pudesse se defender sendo que jamais poderia imaginar que colocara naquela menina tudo e muito mais que tinha dentro de si mesmo transformando-a em uma arma mortal e honestamente não esperava nada mais e nada menos do que ela estava fazendo agora que completara seus vinte e cinco anos.

 

Sophia desde que o maluco e insano Vlad resolvera invadir sua nova pátria apenas para gastar suas bombas já vencidas, testar o planeta sobre o seu poderio, mas ainda havia algo que ele não sabia o que era nos interesses de Vlad que ele iria descobrir ainda.

 

Viu sua amada neta saiu e desaparecendo na estrada e seu coração estava leve e tranquilo, pois tinha certeza de que além dela ser uma Serov legitima, ainda tinha sido treinada sem falsa modéstia pelo melhor agente que a KGB tivera em toda a sua história e se ela tinha colocado na cabeça que conseguiria com certeza iria fazer o que se dispusera a fazer inclusive de chegar até Vlad sem sofrer um arranhão.

 

Uma vez Serov, sempre será uma Serov! Disse Yuri para si mesmo.

 

Já longe de seu avô Sophia cruzou com dois caminhões e quatro tanques russos. Olhou para eles, acenou para eles, fez sinal com as mãos e sorrindo seguiu adiante com os soldados acenando para ela também.

 

Quem não soubesse o que estava acontecendo por ali até poderiam pensar que era uma cena qualquer de uma linda jovem acenando para outros também jovens em um dia claro de sol, porém, apesar de serem irmãos eram inimigos de pátrias diferentes quando na verdade eram todos russos.

 

Afastou-se do grupo de soldados sem ser incomodada e logo adiante saiu por outro caminho, mudou o rumo, mudou de novo e depois uma estrada rumo ao campo bem distante de onde estava seu avô e acabou chegando a seu destino onde vários soldados ucranianos de um batalhão diferenciado estavam reunidos e se os soldados russos os visse diriam que eram russos também, pois os veículos todos estavam com aquele maldito Z pintado nos mesmos e debaixo de uma proteção especial estava o poderoso helicóptero. Parou seu veículo, desceu e foi recebido pelos que lá estavam.

 

Major! Por aqui está tudo pronto!

Obrigada capitão Viktor! Armamento preparado?

Sim major!

Revisaram tudo?

Eu mesmo fiz isso major!

Vamos lá olhar novamente que partirei no começo da noite.

Cabe mais uma pessoa na aeronave, quer mais uma pessoa junto?

Não capitão, obrigada!

Posso ir junto!

Não! Nesta missão irei sozinha e quem sabe na outra poderá ir.

Tem certeza que quer mesmo fazer isso? Pode ser muito perigoso.

Perigoso nós sabemos que é, mas sei o que estou fazendo. Os mapas estão corretos?

Estão sim senhora!

Então sem problema! Irei eu e o tubarão negro atormentar os nossos vizinhos.

Conseguimos capturar mais cinco tanques e três caminhões deles.

Baixas?

Somente deles!

Quantos?

Cinquenta e quatro!

O que fizeram com eles?

Quer saber mesmo major?

Sim!

Fora o coronel que prendemos os demais eram todos crianças abaixo de vinte e um anos.

E o que fizeram com eles?

Mandamos de volta para casa!

Vivos?

Sim major!

Sabe que não gosto de matar pelo prazer apenas de matar, não sabe?

Sei sim e eles nem sabiam o que dizer quando os mandamos de volta para casa.

Não está querendo me enganar, não é capitão?

Não senhora! Retivemos apenas o coronel para que falasse com ele.

Onde ele está?

Na caverna!

Vamos lá que quero falar com ele. Depois eu vejo o tubarão!

Sim senhora!

 

Desceram um pouco mais na pequena elevação do terreno e no pequeno platô entraram em uma pequena caverna e no canto estava sentado um dos coronéis do exército russo que a olhou detidamente quando ela se aproximou.

 

Coronel! Quero lhe fazer algumas perguntas.

É a comandante deste grupo?

Sou! Porque?

Então deve ser a famosa major Natasha!

Famosa?

Sim! Muito famosa.

Quem me dera, mas fique tranquilo que não temos a intenção de matá-lo, a não ser que force a barra.

Não farei isso! O que quer de mim?

Informações!

Que tipo de informações?

De bases militares do lado de vocês.

Sabe que não posso fazer isso?

Pode sim!

Major, apesar de sua baixa idade sabe que não poderia nunca fazer isso. Somos soldados e seguimos ordens.

Coronel! Quantos anos acho que tenho?

Tem vinte e cinco anos!

Parabéns e você tem quantos anos? Trinta e dois, trinta e três?

Eu tenho trinta e oito anos de idade!

É coronel desde que idade?

Faz pouco tempo. Uns dois anos e meio.

Ou seja, é coronel desde os trinta e cinco anos, é isso?

Em torno disso!

Foi major também?

Fui!

Major com quantos anos?

Major aos trinta e um anos.

Antes foi capitão?

Também fui, porque?

Então imagino que tenha sido também capitão, tenente, sargento e soldado.

Sargento não, mas não estou entendendo onde quer chegar.

Calma coronel! Estamos apenas conversando, mas é soldado desde que idade?

Vou seguir no seu joguinho! Me alistei com vinte anos de idade.

Portanto é soldado já a dezoito anos é isso?

Sim, porque?

Pergunta simples. Quando se alistou havia guerra?

Não!

Quando se alistou a Ucrânia já existia como país?

Não!

Se não era ainda um país independente ela era o que antes?

Parte da Rússia!

O que quer dizer que quando nasceu aqui pertencia ao seu país, é isso?

É, mas o que tem isso?

Calma coronel e a propósito, posso saber seu nome?

Leonid! Leonid Kimovich.

Muito prazer! Natasha Catchenko.

Poderíamos até ser amigos se não fosse esta guerra. Disse o coronel sorrindo.

Pois é! Poderíamos mesmo, mas me diga uma coisa. Quando se alistou haviam tantos soldados menores de idade como temos hoje?

Não!

Eram em quantos quando foi preso?

Meu batalhão era composto por cinquenta e cinco pessoas comigo.

E foram apanhados no meio de um tiroteio? Quanto morreram se foi isso.

Não houve tiroteio e ninguém morreu.

Não houve tiroteio?

Não! Fomos pegos de surpresa.

Como de surpresa? Pode me contar como foi isso?

Seu pelotão nos pegou quando estávamos abastecendo e quando vimos estavam em cima de nós que nem deu tempo para alguma reação.

E onde estão seus soldados agora?

Todos eles foram desarmados, receberam roupas civis e foram levados até a fronteira e lá mandados para casa.

Tem certeza disso?

Sim!

Como pode ter certeza disso?

Quando comentaram que eram do comando da major Natasha os garotos respiraram aliviados.

E quem garante que quando foram levados eles não foram abatidos?

Duvido disso major!

Porque?

É aí que entra a sua fama que chega até no Kremlin.

Como?

Até o presidente sabe que o comando da major Natasha é guerreiro, mas faz de tudo para não matar desnecessariamente.

Tem certeza disso mesmo?

Tenho, pois todos sabem que se algum do seu comando cai em um deslize tipo um assassinato e não de guerra é punido severamente. Dizem que o diabo é santo perto de sua ira, mas que é justa e odeia matar por matar.

Nossa! Não sabia disso de mim. Respondeu Sophia sorrindo.

 

Quem visse ela conversando com o coronel Leonid achariam que eram amigos mesmo e tanto o capitão Victor quando outro soldado de seu batalhão ria discretamente da forma com que a major conduzia a conversa.

 

O presidente do seu país sabe disso também?

Sabe sim e de certa forma ele te admira.

Que bom! Quem sabe eu não vá lá tomar um chá com ele. Disse Sophia rindo.

É, quem sabe! Respondeu Leonid rindo também.

Mas já que sabe que não sou uma fera sanguinária que tal me dizer onde ficam seus postos de apoio e de abastecimento?

Deu toda esta volta para perguntar a mesma coisa?

Não! Veja só. Até a dias atrás éramos irmãos inclusive de armas e de repente o seu presidente achando que o daqui bateria o pé no traseiro e entregaria o país de graça teve uma desagradável surpresa e quem está morrendo são o povo inocente e os seus soldados. Estou errada?

Pior que não está errada, mas por juramento posso ser torturado, porém jamais poderia lhe dar estas informações. É uma soldada e sabe disso.

Acredita se eu lhe disser que eu não era soldada?

Não?

Não! Nunca me alistei nas forças armadas de meu país.

E como pode chegar ao posto de major sem ser militar?

Aí que está! Eu nunca fui militar, mas desde que o Vlad resolveu fazer gracinhas aqui eu comprei a briga e de repente, em pouco tempo acabei virando major.

Não creio!

Acredita em Deus?

Sim! Claro que sim.

Pois em nome dele eu juro que é a mais pura verdade!

Mas e seus soldados, eles também não são militares?

A maioria não!

Como que isso é possível? Tem treinamento de guerra, é estrategista, reconhecida por toda a nação russa e de outros países e seu pelotão é de civis?

Para você ver coronel e o detalhe é que não somos mercenários. Somos russos ucranianos mesmo.

Inacreditável! Um grupo de civis conseguiu capturar cinco tanques e três caminhões nossos com cinquenta e cinco soldados. Eu diria que isso seria impossível.

Tirando os cinco tanques e três caminhões tudo bem, mas fora você coronel e uns quatro ou cinco soldados de verdade os demais eram todos garotos que adoram rock and roll, não é?

Seis soldados de carreira.

E onde estavam estes seis soldados quando foram capturados?

Já entendi major!

Acha que foi sorte de principiante a nossa?

Se fosse apenas isso não seria famosa e se quer saber há um prêmio por sua captura, mas ela só será paga se for viva.

De quanto?

Cinco milhões de rubros!

Que mixaria! Só sessenta mil dólares norte-americanos? Achei que por ser famosa eu valesse mais. Disse Sophia rindo.

Não abusa que senão o presidente aumenta isso! Falou Leonid também rindo.

Tudo bem! Tenho mais o que fazer, mas me diz, vai me contar ou não?

Sabe que não posso fazer isso!

Digamos que eu mande uns mísseis para lugares onde acho que tenha uma base e lá seja uma escola ou um hospital. Ficaria em paz com sua consciência sabendo que matamos centenas de civis inocentes?

Não! Eu não ficaria com a consciência em paz por isso.

E então? Estamos preparando algumas coisas doidas aqui e podemos cometer erros coisa que não gosto de cometer e afinal foi você mesmo quem disse que sabe que não sou uma fera assassina.

Se eu lhe contar isso serei fuzilado por traição.

Tem família na Rússia?

Pai, mãe e uma irmã em Moscou.

O que eles acham desta guerra insana?

São contra e queriam sair de lá, mas não conseguiram. O presidente os poria na prisão se eles tentassem.

E se eu prometer que os tiro de lá sem um arranhão sequer?

Como consegue? Está dizendo que invadiria Moscou para tirar três civis, é isso?

É!

Você é doida?

Acredite, meu avô me disse a mesma coisa! Falou Sophia rindo.

Tem noção do que disse sobre invadir Moscou?

Não vou invadir Moscou, vou apenas tirar sua família de lá e os enviar para a Polônia. Coisa bem simples.

E como vou saber que fez isso mesmo?

Você irá junto com eles. Bem simples.

Não creio nisso!

Bem se não crê não tem mais utilidade para mim. Obrigada! Disse Sophia se virando para sair.

Espere um pouco!

Consegue mesmo fazer isso?

Sim!

Se conseguir te passo muitos que sei onde ficam e até da Bielorrússia algumas que conheço.

Fechado! Me dê o endereço deles e escreva uma carta para que eles vejam que estamos junto com você para não termos trabalho.

O que vai fazer com esta carta?

O que acha que eu faria? Acha que eu iria entregar para o seu presidente na hora que eu passasse lá para tomar chá com ele?

Claro que não!

 

Sophia pegou papel e caneta e entregou para o coronel escrever a carta. Enviaria três pessoas de sua extrema confiança até Moscou e os trariam em segurança até onde estaria o coronel. Seria um dia para ir e outro para voltar ou se forçassem em até um dia daria para ir e vir, pois a distância girava em torno de oitocentos quilômetros, mas não poderiam usar as estradas normais.

 

O coronel Leonid escreveu e descreveu dois detalhes que somente seus pais sabiam e entregou para Sophia. Também alegou que estavam sob os cuidados de Natasha e isso deveria sossega-los um pouco, pois seu pai sempre dizia que precisavam de mais Natasha´s no mundo para ele ser melhor em caso de guerras.

 

Carta escrita, Sophia a pegou, leu por cima e nela não havia nada de comprometedor saiu sem nada dizer ao coronel deixou dois de seus soldados postados diante da porta de ferro que dava acesso aquela caverna e que possuía apenas aquele acesso e entregou a mesma à tenente que tinha sob seu comando e que era de sua extrema confiança.

 

Anna! Preciso que pegue mais dois soldados e vá até Moscou, mas preciso que tome muito cuidado.

Posso saber o que irei fazer lá major?

Claro que pode! Vai lá resgatar os pais e a irmã do coronel no endereço que está anotado aí na folha ao lado, mas tem que tomar muito cuidado porque estarão indo direto para a toca do leão.

Tranquilo!

Não! Não é nada tranquilo. Tem que tomar cuidado para ver se não é uma armação do prisioneiro. De repente ele jogou uma isca para nos apanhar e não posso arriscar perder você ou qualquer um de nossa equipe. Entendeu?

 

Entendi major!

Pegue dois soldados nosso. Vista roupa civil e evite as rotas mais movimentadas e na volta, acreditando que tudo dê certo faça uma rota por dentro evitando passar pelos povoados ou cidades.

Faremos isso, mas quando deseja que façamos isso?

Estão liberados a partir de agora.

Sairemos então daqui a pouco major!

 

Anna bateu continência saindo em seguida da presença de Sophia que sorriu discretamente e o motivo era que até pouco tempo atrás ela realizava alguns serviços de caça à criminosos, mas jamais em sua vida acreditaria que iria acabar sendo promovida a major de uma unidade de combate secreta e independente sem nunca ter se alistado ou sem conhecer o presidente de seu país pessoalmente. Chegava a ser hilário, mas sabia, mesmo antes do coronel falar de sua fama que ela era temida e respeitada pelos inimigos de sua pátria.

 

Major! Quer checar o pássaro agora?

Vamos sim capitão! Respondeu Sophia saindo de seus pensamentos.