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Título   O dia em que eu morri Gênero Suspense
 
     
     
     
     
 

 

Título original: O dia m que eu morri

Romance / Suspense

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

 

Não sei quanto a você e se por acaso já teve uma premonição sobre a sua morte, ou que ela se aproximava, mas se não teve, torça para que não a tenha, pois, a dor desta proximidade poderá lhe machucar muito e mudar por completo o seu destino.

 

 

 

São Paulo, 19 de dezembro de 1995.


 

Era uma segunda feira, mas senti que aquela segunda não seria um dia normal, algo me dizia que algo estava por vir ou por acontecer. Eu não gostava quando sentia esta sensação, pois o meu censo intuitivo era algo que me assustava.

 

Virei-me na cama de um lado para o outro e não conseguia dormir. Resolvi levantar-me. Meu quarto estava na mais completa penumbra. Estranhei por isso, pois nem a pequena luz da TV estava acessa.

 

Deve ter acabado a energia! Pensei.

 

Nunca meu quarto ficara tão escuro como naquela noite. Levantei-me tateando na cama e tropecei no pé da mesma e doeu muito, pois bati com a unha do dedão no pé da cama.

 

Que droga! Esta doeu. Esbravejei.

 

Fui até a janela e a abri. A rua estava tão escura quanto estava o meu quarto. De fato havia terminado a energia na rua toda e vi que caia uma forte chuva. Fechei a mesma e tudo continuava na penumbra.

 

Através do vidro da janela agora fechada olhei para o céu e vi que nuvens carregadas, no que dava para ver davam um tom sinistro fora de meu quarto. Eu não era de ficar assustado com facilidade, mas de repente um raio cortou aquela densa chuva e caiu sobre uma árvore na casa de meu vizinho. Esta se partiu ao meio.

 

Cadê o para-raio da empresa ao lado que não segurou aquele raio? Pensei.

 

De nada adiantaria reclamar e nem tentei ir adiante dentro de minha casa. Estava só e não tinha como caminhar dentro dela sem correr o risco de tropeçar em algo ou até mesmo nas paredes. Deixei a janela aberta apenas com o vidro fechado e voltei para a cama. Dali olhando para a janela ouvia o barulho dos pingos batendo no vidro.

 

A água tornou-se pedras e novamente levantei-me a fim de fechar a janela de vez temendo que os vidros pudessem ser quebrados pelo tamanho das pedras de gelo que eu imaginava que estavam caindo do céu totalmente escurecido.

 

Assim o fiz e voltei a me deitar. Estava frio e me recobri com a coberta que me agasalhara há muito tempo. O barulho da chuva aumentou e fortes trovoadas ribombavam lá fora. Fechei os olhos e tive um pressentimento horrível. Senti que estava morto. Assustado com a nitidez daquelas imagens novamente abri os olhos e nada vi. A penumbra era completa.
 

Não foi nada demais. Foi apenas uma imagem ruim. Pensei tentando me convencer.


Novamente fechei os olhos e outra vez aquelas imagens voltaram a aparecer. Nelas eu não morria em acidente ou vítima de alguma bala, mas simplesmente morria devido a um ataque cardíaco.


Outra vez abri os olhos e tateei em busca de meu celular. Não o encontrei e a penumbra não me dava margens para que eu o procurasse melhor e nem me lembrava de onde o colocara na hora que me deitei.

 

Estava só. Completamente só. Havia me separado há algum tempo e não quis relacionamento sério com ninguém, pois perdera a confiança no ser humano e mesmo não sendo evangélico lembrei-me de uma passagem da bíblia “Maldito o homem que confia no homem”. Não me lembrava onde estava esta passagem, mas havia sentido na carne o que aquelas palavras queriam dizer, pois sempre havia sido uma pessoa que confiava em todos, mas a traição da ex-mulher me deixara aturdido.

 

Ela não havia me traído com outra pessoa e se tivesse feito isso à dor teria sido menos dolorosa. Ela simplesmente me usara para poder se dar bem na vida e quando conseguiu me deixara completamente falido e destruído, moral, emocional e financeiramente.

 

Refletindo friamente me dei conta de que tudo o que eu sonhara em ter na vida, tudo o que eu planejava de futuro ao lado de uma família, tudo o que eu almejei e com sacrifício construí, fora jogado no lixo por puro prazer demoníaco que eu chegara a chamar um dia de esposa.


Não adiantava me martirizar. Eu teria que enfrentar aqueles momentos de minha vida e vendo que não adiantaria ficar ali encolhido assustado resolvi mudar tudo na minha vida. Não iria me deixar sucumbir por aquilo que estava passando.

 

Novamente levantei-me e me aproximei da janela e a abri. A chuva continuava caindo forte, mas as pedras cessaram. Não tinha a menor ideia de que horas seria, pois a negritude daquela noite de tempestade e com a falta de energia elétrica cerceava-me o direito de sequer pensar nisso.

 

Com a janela aberta fiquei olhando para fora e sentindo aquela brisa gelada batendo em meu corpo seminu e ali, olhando para o nada voltei minha mente para o passado e a dor do presente atravessou meu coração e naquele momento resolvi que se nada valia as boas intenções, eu agiria de forma diferente. Iria agir como os demais sem me preocupar com sentimentos e emoções.

 

Consegui me recuperar da perda material, mas a partir daquele momento nunca mais confiei em quem quer que fosse. Amizades com homens, apenas mantinha o que me interessava e com as mulheres saia apenas a fim de saciar meus desejos carnais e nada mais.