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Título   O dia que você partiu   Gênero Drama
 
     
     
     
     
 

 

Título original: O dia em que você partiu

Romance / Drama

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

Aquele não estava sendo um dia normal na vida de Durval. Tudo e absolutamente tudo estava dando errado. Acordou cedo e viu que sua namorada que morava junto com ele saíra e ele nem se dera conta disso. Para agravar olhando para o celular viu que tinha pedido hora para ir trabalhar.

 

Levantou todo atrapalhado e nem tomou banho. Se vestiu colocando a calça no avesso e se deu conta na hora de fechar o botão. Vestiu um par de meia e somente depois iria ver que colocara um na cor preta e outra na cor marrom. Desceu e tropeçou na escada quase caindo e finalmente saiu para fora de casa e chegou no seu automóvel.

 

Deu a partida e o mesmo demorou para pegar, mas pegando saiu e estava tão perdido que quase bateu em um ônibus e pensou que de fato aquele era um dia que não deveria ter saído da cama, mas tinha um projeto para entregar às dez da manhã e se não entregasse poderia fazer a empresa em que trabalhava perder a conta. Passou em faróis vermelho, conduziu o veículo pela faixa dos ônibus, fechou outro e mais outro veículo, mas finalmente chegou na empresa e ao estacionar se deu conta que o pneu dianteiro estava baixando o que significava que tinha furado, porém, ele conseguira chegar e entrou sem cumprimentar ninguém e quando finalmente chegara em sua sala se deparou com a diretora comercial sentada em sua cadeira olhado para ele com cara de mau humor.

 

- Bom dia Alberta!

- Tem a cara de pau de me desejar bom dia!

- O que houve?

- Ainda pergunta o que houve. Porque acha que estou de mau humor?

- Não tenho a menor ideia, mas me desculpe se me atrasei um pouco, mas estou aqui para a reunião e trouxe todo o projeto.

- Ah! Você trouxe todo o projeto é?

- Trouxe, claro.

- E porque não o deixou aqui ontem à tarde?

- Porque tinha que fazer duas alterações que acabei fazendo quase que de madrugada.

- E não viu a mensagem que te mandei pelo aplicativo e pelo email?

- Não! O que aconteceu?

- A que horas era mesmo a reunião?

- Será hoje às dez horas da manhã. Não é isso?

- Não senhor! Era para ser as dez da manhã, mas nas mensagens que lhe enviei e foram mais de uma ela foi reagendada para o as oito e trinta e o senhor não chegou, pois alega que nem viu as mensagens.

- Remarcada para as oito e trinta da manhã, é isso que está dizendo?

- Sim senhor!

- Mas nem nove da manhã é ainda, cadê eles?

- Foram embora depois de esperarem por mais de uma hora e meia.

- Impossível! Agora faltam três minutos para as nove.

- Olhe direito que hora são agora.

- Agora são... Começou a dizer Durval vendo que faltava três minutos para as onze horas.

- Que horas são agora mesmo?

- Não sei dizer o que aconteceu. Realmente faltam três minutos para as onze, mas eu, bem, bem sei como explicar isso, mas o que decidiu o cliente?

- Tem ideia de quem era o cliente, não tem?

- Claro que tenho! Fui em quem fiz o projeto.

- E sabe por acaso quem foi que saiu lá da matriz deles no interior e veio aqui para fechar o negócio?

- Não!

- Simplesmente o diretor presidente da empresa o qual saiu daqui soltando fumaça pelos olhos.

- E agora, o que deu?

- Deu! Ele encerrou as conversas conosco e daqui mesmo, na minha frente ligou para nosso concorrente e marcou uma reunião para daqui a pouco.

- Se ligar para ele não dá para ele vir aqui?

- Não e ele foi claro quanto a isso.

- Tem que entender que fatalidades acontece na vida de qualquer um.

- Tem razão. Pegue suas coisas e passe nos recursos humanos.

- Como?

- É! Não entendeu?

- Não!

- Vou ser bem clara. Você está demitido e suma da minha frente.

- Mas!

Quer sair daqui com dignidade ou quer que eu peça para que seguranças te joguem lá no meio da rua. Fora!

 

Alberta nem lhe deu tempo para alegar mais nada. Simplesmente o demitiu e pronto. Tudo bem que ela teve razão por fazer aquilo, mas não poderia ser em dia mais inapropriado, porém, acreditou que desgraça pouco devia ser verdade, mas contava com que aquilo terminasse ali.

 

Fui até sua mesa, pegou suas coisas e saiu dali sem se despedir de ninguém. Estava triste e magoado consigo mesmo. Era um excelente profissional na área da propaganda, na verdade um dos raros que conseguira vários prêmios internacionais sendo três do Cannes Lions, quatro do Clio Awards, oito Caborés entre tantos outros.

 

Durval tinha um talento raro para a arte que era a da propaganda e suas idéias sempre agradaram aos clientes, ao público em geral levando-o a conquistar os prêmios nacionais e internacionais, mas naquele momento parecia que isso não valia mais nada.

 

Desceu pelas escadas e ao chegar ao seu veículo com não um pneu furado, mas sim dois colocou a caixa que trouxera suas coisas e seus prêmios conquistados e sentando no banco do passageiro acabou chorando por ter perdido o seu porto seguro que era aquela agencia na qual estava a mais de uma década.

 

- O senhor está bem doutor? Perguntou o segurança.

- Estou sim Ferreira! É só um cisco nos olhos.

- Está com dois pneus furados, o senhor viu?

- Vi, mas só tenho um estepe.

- Se quiser que eu troque para o senhor eu faço isso e chamo o borracheiro para ajudá-lo no outro.

- Pode me ajudar nisso?

- Claro que sim. Poderia abrir a porta malas, por favor.

 

Ferreira já estava abrindo a porta malas quando a jovem da recepção foi até ele alegando que estavam chamando-o na diretoria. Ele se desculpou com Durval e se retirou. Este não vendo outra alternativa trocou um dos pneus e chamando um taxi levou o outro até o borracheiro para arrumar e quando voltou tinham dado um jeito de colocar o veículo estacionado do lado de fora.

 

- O que foi que eu fiz para estas coisas estarem acontecendo comigo? O que ainda falta acontecer até o final deste dia de tantas coisas erradas? Disse para si mesmo.

 

Nada havia a fazer a não ser voltar para casa e assim o fez, mas ao chegar teve mais uma tristeza para ter que agüentar. Gláucia havia pegado suas coisas e fora embora deixando um bilhete para ele.

  

- “Não dá mais para continuarmos juntos e por causa disso estou indo embora e lhe peço um imenso favor, se realmente gostou de mim ou ainda gosta um pouco nunca mais me procure porque não haverá volta. Adeus”.

 

Não era possível aquilo estar acontecendo. Algo tinha acontecido para tantas desgraças ao mesmo tempo e no mesmo dia e ficou sentado na escada que levava para o segundo andar da residência onde morava o que poderia ter feito de tão grave, mas nada havia que levasse ele a ser punido daquela forma e sem ter medo de esconder de ninguém colocando as mãos no rosto chorou e chorou muito e marcou aquele dia como dia em como sendo o dia em que Gláucia havia partido deixando claro que nunca mais queria vê-lo.

 

Com isso, depois de ter ficado sem saber o quanto tempo fora e não tendo mais lágrimas para socorrer de seu rosto ele se levantou cambaleante e se dirigiu até o sofá da salinha tão bem decorada por Gláucia e se deitando ali resolveu tentar esquecer um pouco por tanta tristeza em um dia só.