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Título   O homem que via o amanhã Gênero Suspense
 
     
     
     
     
 

 

Título original: O homem que via o amanhã

Romance / Suspense

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presentes, passados ou futuro...
Pode não ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

Rivaldo era um homem como um outro qualquer. Trabalhador, porém, desempregado. Honesto, porém, desanimado. Cheio de energia, porém, cansado. Sonhador, porém, sem grandes sonhos. Amoroso, porém, desamparado. Enfim, Rivaldo era a mistura de um tudo como qualquer outra pessoa e estava na situação de um nada completamente falido e abandonado por todos da família e de suas amizades.

 

- Me diga uma coisa! Você está de fato querendo jogar a toalha?

- Como!

- É! Estava te olhando e vendo que está com um semblante carregado e me apareceu estar desanimado.

- Quem é você?

- Uma pessoa que estava cansado igual a você e que hoje depois do tudo também cansei.

- Está maluco?

- Não, mas já estive completamente desanimado e cheio de vontade de deixar este mundo. Você não se sente ou já sentiu esta vontade?

- Quem é você?

- Já te disse! Sou apenas uma pessoa comum como tantas outras que já esteve na situação que senti que deva estar passando e que apesar de ser um trabalhador, honesto, sonhador, carinhoso e de aí dentro, ainda ter muito gás, foi abandonado por todos e está complemente desanimado e sem saber o que fazer. Não é isso?

- Porra! Quem é você? É um anjo que caiu do céu ou um demônio que saiu das trevas.

- Nem uma coisa e nem outra, mas repito e te pergunto, acertei no que te disse?

- Pior que sim, mas o que você quer?

- Digamos que já atingi o ápice de meus projetos e como já fizeram isso comigo queria passar o que vivi contigo?

- Passar o que para mim?

- Primeiro me responda. Eu acertei no que te disse sobre o que está sentindo?

- Acertou em cheio, mas sou covarde demais para tirar minha vida, pois estou exatamente da forma que citou.

- Então vá me respondendo. Por acaso perdeu o emprego que sempre amou e que você fazia com prazer?

- Pior que perdi e acho que perdi as coisas que eu deveria ter dado mais atenção por causa dele.

- Ótimo! Você por acaso cansou de ser honesto?

- Olha que estava pensando nisso. Sempre fui honesto na minha vida e jamais levei embora sequer um elástico que não me pertencia.

- Tudo bem! Por acaso se sente cheio de energia, mas está cansado de tudo?

- Totalmente desta forma.

- Você era um homem sonhador e que se imaginava dominado o mundo e perdeu o tesão pelos seus sonhos e projetos?

- Bem por aí!

- Por acaso era um homem amoroso e carinhoso e teve sua esposa cansada de você pelo estado de debilidade que está passando e te abandonou levando seus filhos juntos.

- Nem me fale! Sinto a falta dela todos os segundos da minha vida e mais ainda de meus dois filhos que sequer me ligam no celular que ainda tenho.

- Perdeu por acaso os amigos que pareciam ser fieis?

- Nem se lembram mais de mim depois que entrei no declive total.

- Vai ficar chateado, mas sabia que o que dizia ser teu melhor amigo, o Edgar está saindo com sua ainda esposa a muito tempo?

- Porra! Que merda é esta?

- É! Pois é e assim é, foi e está sendo.

- Não acredito que o Edgar estava e está fazendo isso comigo.

- Quantos anos tem sua ainda esposa?

- Porque quer saber?

- Quantos anos ela tem?

- Ela acabou de fazer trinta e três anos a uma semana.

- Vai ficar bravo de novo, mas ela passou a noite de aniversário no motel Star na suíte presidencial com Edgar e saíram de lá quase três horas da tarde do dia seguinte.

- Que merda cara! Quem é você?

- Já te falei! Sou um homem que foi igual a você, que estava fodido, que passou por tudo que está passando e que quer lhe dar uma segunda chance de virada na sua vidinha que está se tornando cada dia mais inútil que no dia anterior.

- Tudo bem! Digamos que eu acredite nisso, mas mudar minha vida como?

- Que dia é hoje?

- Sábado, porque?

- Você está morando ainda em uma casinha e está sendo despejado?

- Caramba! Até isso você sabe de mim?

- Não sei de nada, mas não sabendo de nada eu sei um pouco de tudo. Responda, está?

- Estou e tenho prazo para desocupar dentro da lei até segunda, porque na terça feira um caminhão encostará lá e levará tudo que tenho dentro dela para nem sei onde.

- Quer a minha ajuda?

- Que tipo de ajuda?

- Quer ou não?

- Digamos que eu queira!

- Se quer então repita, eu preciso e necessito de sua ajuda incondicionalmente.

- Porque eu diria ou pediria isso?

- Cacete! Se não quiser eu vou embora e pronto.

- Tudo bem! Eu quero e eu preciso e necessito de sua ajuda incondicionalmente.

- Ótimo! Tem caneta e papel aí com você?

- Caneta tenho, mas não papel!

- Não importa! Anote na mão, no braço ou na perna cinco números.

- Como?

- Anote os números que irei lhe passar.

- Tudo bem. Pode falar.

- Preste atenção. 12, 27, 28, 29 e 30. Anotou?

- Anotei e agora?

- Tome! Aqui tem dois reais e cinquenta centavos e você irá sair daqui e ir até a lotérica que tem na rua de cima e fará este jogo na quina e não use este dinheiro para nada, mas nada mesmo e simplesmente faça o jogo. Depois irá para o lugar que ainda está morando, tome um banho, coloque a melhor roupa que tiver e se deite. Feche os olhos e não pense em nada a não ser que deseja mudar sua vida para sempre e se fizer isso às vinte e uma horas confira o resultado na internet e verá o que irá dar.

- Só isso?

- Só, mas prestou atenção no que lhe disse?

- Prestei!

- Tome cuidado para não perder a moeda e nem misturar esta nota com outras. Tem que ser esta nota de final 21 e a moeda que te dei, fui claro?

- Foi e nem tem como eu misturar porque não tenho nada de dinheiro comigo.

- Terá, mas entendeu tudo?

- Sim! Devo ir na lotérica na rua de cima e fazer um jogo na quina com os números que me deu. É isso?

- É! E depois?

- Depois devo ir para casa, tomar um banho, colocar a melhor roupa que eu tiver e me deitar. Devo fechar os olhos e não pensar em nada a não ser que desejo mudar sua vida para sempre e depois, às vinte e uma horas devo conferir o resultado na internet. É isso?

- Exatamente isso!

- E depois?

- Depois espero que tome um rumo na sua vida como eu tomei na minha. Boa sorte.

- Espera aí! Só isso?

- Quer mais?

- Não sei se quero. Na verdade, não sei o que quero e desejo mesmo.

- Você é um homem que tem quantos anos?

- Completei cinquenta anos a três meses atrás.

- E você é um homem que tem escrúpulos?

- Sim! Tenho.

- Você tem caráter?

- Com certeza tenho.

- E acha que ter escrúpulos e ter caráter te ajudaram no decorrer da sua vidinha?

- Claro! Quer dizer, acredito que não.

- Pois é! Você receberá um prêmio que mudará sua vida, mas aí dependerá de você saber se está bom ou se quer mais. Se estiver bom, meus parabéns porque saberei que é um frouxo, mas se quiser mais aí sim será um homem de verdade e de culhões.

- Posso querer mais?

- Só lhe digo uma coisa, o céu não terá limites para você, mas obviamente tudo tem um preço na vida e algum dia poderá ser cobrado por isso ou quem sabe não. A decisão é sua e não minha.

- Você disse que recebeu este presente a algum tempo atrás, não foi?

- Eu não disse isso, mas de certa forma foi mais ou menos assim.

- E se eu não medir o que desejo e quero, algum dia poderei parar?

- Poderá, mas terá que encontrar alguém igual eu fui e mais igual ao que está sendo hoje, porém, isso não será nada difícil. Só terá que procurar. Agora vou embora e não se esqueça do que eu lhe disse e recomendei e saiba que amanhã, domingo acordará bem melhor do que dormirá hoje, mas não deixe que a ansiedade te mate e na segunda mude a sua vida por completo. Boa sorte. Disse o homem misterioso e foi embora.

- Que cara mais doido, mas o que eu tenho a perder? Vou lá na lotérica e farei o jogo e esperar o que vai dar. Pensou Rivaldo se levantando e indo até a lotérica.

 

Rivaldo chegou na casa lotérica e nem quis olhar para o valor que estava pagando a aposta daquele final de semana. Para ele, na situação em que estava qualquer valor que recebesse já seria uma fortuna. Pegou a nota que mantivera presa em sua mão junto com a moedinha e olhou para ela e viu que de fato o final da numeração estampada na mesma era de fato o número 21.

 

Pegou um boleto e riscou no mesmo os números que tinha anotado na mão. Foi até o balcão blindado e entregou o boleto para a jovem que estava lá do outro lado do vidro e depois olhou para aquela nota e moeda que era o único dinheiro que tinha em mãos e pagou recebendo de volta o comprovante da aposta e conferiu para ver se estava nele os números que passara. Saiu da lotérica e cabisbaixo voltou para a humilde casa onde ainda estava morando.

 

Entrou e viu os poucos pertences que tinha dentro dela. Uma cama, uma pequena mesa, duas cadeiras, um armário surrado e bem maltratado que recebera de presente de uma família que mudara de perto de onde morava e que estava jogando ele fora e em dentro dele ainda havia um pouco de arroz, uma pequena quantia de óleo, um restinho de sal embrulhada em um saquinho plástico, uma garrafa de plástica onde havia água da torneira que estava para ser cortada e um pequeno fogão de uma boca onde preparava sua escassa comida. Fora isso ainda possuía algumas peças de roupa e separou a melhor que possuía. Surrada, mas era o que tinha. Já não tinha mais geladeira, televisão, rádio e nada mais que aquilo. Entristeceu por ver o que restara de sua vida antes abundante.

 

Caminhou até o banheiro como se carregasse pesadas correntes nas costas, abriu o chuveiro e tomou um demorado banho frio, pois a energia elétrica já havia sido desligada e chorou debaixo da água fria que caía sobre seu corpo nu por ver a que ponto chegara.

 

Sentiu uma pontada no peito ao se lembrar que trabalhava em uma empresa a muitos anos e que começando debaixo ainda um garoto que com sacrifício estudou e se formou em contabilidade e ainda mais entristecido foi que se lembrou que deu os melhores anos de sua vida para aquela empresa e quando achava que estava no auge já casado com uma jovem linda e tido dois filhos foi que o seu mundo acabou.

 

Trabalhava como um animal para manter tudo em ordem na unidade em que trabalhava daquela imensa empresa e cuidava da contabilidade dela e de mais três unidades e era reconhecido enquanto os proprietários originais ainda estavam vivos, porém, quando marido e mulher morreram em um acidente não esclarecido e um sobrinho deles, único herdeiro assumiu a situação mudou por completo e quanto mais ele se matava para manter tudo em ordem mais bagunça e baderna o herdeiro irresponsável procurava destruir tudo que ele tentava manter em dia e em ordem.

 

Não tinha mais horário para sair da empresa, pois cada dia que se passava mais via a empresa indo para o caminho do caos e quem sabe da falência, com isso, seu casamento começou a capengar até o ponto em que sentiu que por mais que amasse sua jovem esposa ela já nem se importava mais com ele e finalmente a tempestade começou a chegar em sua vida e com a situação de pagamento atrasando cada dia mais ela simplesmente pegou os dois filhos e sem deixar sequer um aviso foi embora levando os dois.

 

Sofreu com o baque e quando achou que tudo estava péssimo o herdeiro que assumira a empresa simplesmente o mandou embora e começou o martírio para receber da mesma e teve que acionar através da justiça que parecia nem se importar com os seus problemas até que finalmente chegou ao ponto de que morrer seria um lucro na vidinha medíocre que estava levando.

 

Tudo isso passou por sua mente enquanto tomava banho e nem se importou com a água gelada caindo sobre seu corpo nu praticamente o deixando congelado, pois estava em um dia gelado e com a temperatura baixa.

  

Fechou o chuveiro e ainda agradeceu por ter água para poder tomar banho. Não tinha fome e parecia que seu estomago tinha se fechado. Se enxugou e vestiu a sua melhor roupa completamente surrada e olhando de um lado para o outro se deitou e ficou pensando naquela tarde triste, mas diferente e não saía de sua mente aquele homem misterioso que lhe dera aquele presente inusitado e praticamente exigiu que ele repetisse suas palavras “eu preciso e necessito de sua ajuda incondicionalmente” palavras estas que não entendeu nada, mas que repetiu como se fosse uma súplica.

 

Olhou para o relógio do seu velho celular e viu que era ainda dezessete horas e dezessete minutos. Deitou-se e ficou mentalizando que desejava mudar de vida e assim pensando com sofrimento sem querer acabou adormecendo e acordou assustado. Olhou para o relógio e por sorte acordou faltando oito minutos para as vinte e uma horas.

 

Aguardou ansioso o horário que o estranho lhe indicara e precisamente às vinte e uma horas acessou a internet e procurou pelo resultado da loteria da quina daquele dia e quase caiu de costas ao ver os números que haviam sido sorteados e zonzo conferindo os números viu que ali estavam estampados 12, 27, 28, 29 e 30. Não acreditou e olho novamente e os números que ele jogara estavam ali à mostra na tela de seu celular.

 

Desceu a tela e ainda assustado viu que havia sido contemplado apenas um apostador da cidade de São Paulo e descendo um pouco mais a tela viu o valor e teve que respirar para não enfartar. O valor do prêmio era de oitocentos e oitenta e oito mil e oitenta e oito centavos.

 

Teve que se levantar e ir até a janela para poder respirar. Não conseguia acreditar que estava praticamente rico. Pegou o volante e conferiu de novo e lá estavam os cinco números. Não sabia se chorava ou se sorria, pois com aquele valor poderia comprar a velha casa onde estava morando ou comprar uma boa casa em um lugar melhor.

 

Saiu da janela e voltou para o quarto e olhando novamente para o volante contemplado deu um soco no ar e sorriu como se fosse um desequilibrada. Estava sem dinheiro sequer para comprar um pãozinho, mas isso não importava. Tinha que controlar a ansiedade e esperar apenas mais um dia para ir na Caixa Econômica e sacar seu dinheiro. Não dormiu naquela noite obviamente e foi difícil aguentar o domingo passar. Sentiu fome e em hora nem sabida fez a única cosia que lhe restara. Aquela mísera porção de arroz que lhe pareceu o almoço dos deuses e sabia que era a última vez que estava passando fome.

 

A tarde pareceu-lhe ter mais horas que o normal e a noite pareceu ser daquele tipo interminável, mas logo cedo levantou-se e nem tomar banho tomou, pois, a temperatura lá fora da casa estava marcando dez graus centígrados. Esperou um pouco para sair. Finalmente saiu e a agência mais próxima da Caixa Econômica ficava um tanto distante e indo até o ponto de ônibus pediu para que o motorista lhe desse uma carona e teve que esperar a boa vontade de um motorista após ter sido recusado por outros doze.

 

Agradeceu e disse que ele não se arrependeria por aquele gesto humanitário e mantendo a mão no bolso do blazer esgarçado segurava o volante premiado. Finalmente chegou na agência e teve que esperar alguns minutos para que ela fosse aberta e assim que entrou foi direto até o gerente.

 

- Bom dia senhor!

- Bom dia! Respondeu o gerente olhando-o com asco.

- Gostaria de abrir uma conta aqui na sua agência?

- Procure uma atendente que ela cuidará disso para você. Respondeu o gerente.

- Não está me entendendo, eu acertei na quina a dois dias atrás e ganhei sozinho mais de oitocentos e oitenta mil reais e não quero ficar contando isso para atendentes.

- Como! Exclamou o gerente agora atento.

- Foi o que eu disse. Acertei os números da quina de sábado e o prêmio é de mais de oitocentos e oitenta mil e quero abrir uma conta aqui e depositar esta importância aqui.

- Claro senhor! Posso ver o volante e conferir?

- Pode claro! Respondeu Rivaldo tirando o volante do bolso e entregando para o gerente.

- Por favor, aguarde enquanto eu confiro se está tudo certo.

- Tudo bem! Respondeu Rivaldo.

 

O gerente que nem se identificara se levantou e caminhou para uma porta fechada desaparecendo por trás dela e demorou uma eternidade para voltar.

 

- Estava conferindo com o setor de loterias. Qual é o seu nome mesmo senhor? O meu nome é Aníbal Fernandes Solimões.  

- Meu nome é Rivaldo Firmino Cardoso!

- Vou cuidar da abertura de sua conta pessoalmente a fim de não expô-lo.

- Obrigado! Quero deixar oito mil e oitenta e oito centavos na conta corrente e os oitocentos e oitenta mil quero colocar na poupança.

- Tenho algumas opções melhores que a poupança para lhe oferecer.

- Sei que deva ter, mas quero desta forma. Pode ser desta forma por favor?

- Claro que sim. Um momento por favor.

 

Aníbal preparou tudo, entregou os papéis para ele assinar, providenciou um cartão provisório e depois de ter tudo acertado sacou mil reais da conta e saiu com a moral finalmente elevada e ainda não sabia o que iria fazer, mas saindo da agência da Caixa atravessou a rua e entrou em outra agência de outro banco e lá pagou as contas de energia elétrica e de água que estavam atrasadas. Ainda dentro da agência ligou para a empresa de energia e pediu o religamento.

 

Saiu e pegando um ônibus que desta vez pagou com gosto foi até o metrô e desceu em uma estação onde sabia que havia algumas lojas de roupas de boa qualidade e de preços bons. Comprou três calças, quatro camisas, cinco camisetas, cinco cuecas, quatro pares de meia, dois cintos, duas gravatas, um par de tênis e dois pares de sapato.

 

Saiu com as sacolas nas mãos e entrou em um salão de cabeleireiros e lá cortou o cabelo, aparou a barba malfeita, consertou as unhas dos pés e das mãos e até fez uma massagem relaxante no local e depois saiu novamente para a rua. Pegou novamente o metrô e desceu na mesma estação mais próxima de onde morava. Pegou um táxi e foi para lá. Deixou suas sacolas e saiu novamente. Foi até o fórum regional onde contava a ação de despejo e acertou os alugueis atrasados, ligou para o advogado e lhe comunicou o depósito, enviou o comprovante via aplicativo e disse que desocuparia de qualquer forma o imóvel até o dia seguinte e que depois levaria a chave até o escritório dele.

 

Saiu do fórum feliz da vida. Sua vida estava mudando de fato e não iria ficar morando naquela casa em que passara momentos tristes de sua vida e pensando assim passou em uma loja de bolsas e comprou uma mala apresentável. Voltou para casa, arrumou todas as roupas novas dentro da mala e depois de tudo arrumado tomou outro banho gelado, se enxugou e vestiu roupa nova e olhando no espelho não só viu que estava vendo um novo homem como apresentava-se diante de si um homem rejuvenescido e bem vestido.

 

Juntou toda as roupas velhas que tinha, enrolou-as em um lençol bem surrado e colocou na calçada diante da casa que estava abandonando. Voltou para dentro, deu uma última olhada na propriedade e respirando fundo saiu, pegou um táxi e foi novamente até o metrô. Pegou-a e depois de fazer uma baldeação chegou na região da avenida Paulista e lá se hospedou em um flat de ótimo padrão. Sorriu feliz ao entrar naquela bela suíte e indo até a janela daquele andar alto olhou para fora e viu que o céu, apesar de cinzento de uma tarde fria já não parecia mais tão tenebroso como vira antes de ter cuidado de si mesmo.

 

- Amanhã será outro dia, mas hoje renasce um novo homem e o nem o céu será limite para mim e eu confio nisso. Disse para si mesmo.

 

Estava com fome e descendo atravessou a rua e foi a um restaurante que sempre teve vontade de ir, mas que a muito tempo nem na calçada teria coragem de passar. Se alimentou, voltou para o flat, ligou o ar condicionado em uma temperatura agradável. Se despiu e foi tomar banho e desta vez tomou um delicioso banho quente, coisa que não sabia o que era a quase três meses. Terminou. Se enxugou, vestiu apenas uma cueca e se deitou. Ligou a enorme TV de cinquenta e cinco polegadas e ficou pensando no que faria após no dia após ao de seu renascimento. Queria curtir a sua nova vida pelo menos por uma semana e faria isso. Precisava disso e nem planos para o futuro quis fazer. Estava finalmente de férias pelo menos por cinco dias.

 

A noite passou e Rivaldo nem se importou sobre o dia seguinte. Iria levar as chaves para o advogado e depois voltaria para curtir o delicioso prazer de não fazer nada e assim o fez. Levou os comprovantes dos pagamentos atrasados, pegou a cópia da baixa que o advogado daria entrada e finalmente rompeu o laço que o envolvia à sua velha vida.

 

Voltou para o flat, subiu para sua suíte e resolveu que depois de almoçar fora passaria em um supermercado e compraria algumas coisas básicas para se alimentar. Fez suas compras básicas e junta a elas comprou umas flores para colocar onde estava hospedado.

 

Nada fez de diferente na quarta, assim como nada fez na quinta feira como também não fez nada, porém, na sexta-feira à noite sonhou que havia ganhado na mega sena e anotou os números e no sábado à tarde foi até uma lotérica ao lado do prédio onde estava morando e fez uma aposta simples de apenas seis números sem sequer querer saber quanto havia acumulado se é que estivesse de fato acumulado ou o valor que seria o prêmio. Voltou para o flat e fez o mesmo procedimento da semana anterior só que desta vez a água estava quente. Após isso, pegou sua melhor roupa, se trocou e deitou. Meditou e com pensamentos positivos acabou adormecendo e passava das vinte horas quando acordou. Não ligou a TV, mas indo até a janela ficou contemplando a maravilhosa cidade que era a capital paulista.

 

Desta vez não estava aflito e nem ansioso, mas aguardou chegar as vinte e uma horas e como na semana anterior pegou seu velho celular e foi ver o resultado da mega sena e aí sim se assustou. Ela estava acumulada a algumas semanas e o prêmio ultrapassava os trezentos e oitenta e oito milhões de reais, ou seja, era de trezentos e oitenta e oito milhões, oitenta e oito mil e oitenta e oito centavos.

 

- Não creio que ganhei de novo e novamente os oito vem me premiar! Pensou.

 

Foi até a sala do flat e pegou uma garrafinha de cerveja apesar de não ser adepto de bebidas. Estava da forma que gostava de beber algo nos velhos tempos, literalmente e estupidamente gelada. Tomou e se deliciou com o liquido descendo por sua garganta. Pegou um pacote de coxinhas pré-prontas, colocou no micro-ondas e comeu-as prazerosamente tomando uma segunda garrafinha e desta vez o fez com a televisão ligada.

 

- O que irei fazer agora com todo este valor? Pensou.

 

Rivaldo apesar do que passara era um homem inteligente e não faria nada sem pensar. Iria investir sim, mas ainda nem tinha ideia no que, porém, agora possuía uma bela importância e poderia adquirir o que desejasse, mas não sabia se iria comprar uma casa ou compraria um belo apartamento e como tinha pago um mês adiantado resolveu deixar isso para a próxima semana.

 

A noite passou e naquela noite com a cabeça completamente em paz conseguiu dormir bem. Não estava com pressa e nem ansioso para que chegasse a segunda feira. Pensou em no dia seguinte ir a um shopping comprar um notebook, mas se conteve porque nada queria fazer apressadamente. Estava curtindo suas merecidas férias e desta vez sem ter que se preocupar com ninguém e nem com contas para pagar.

 

- Sou e estou rico. Na verdade, estou milionário, portanto porque ter pressa. Pensou.

 

O dia de domingo chegou e desceu. Queria comprar um jornal de papel e lá embaixo, na calçada, a uns cinquenta metros da entrada havia uma banca de jornais e revistas e se dirigiu para lá e comprou dois jornais. Um corriqueiro e o outro de economia.

 

Nem soube porque comprou o segundo, mas queria, apesar de estar de férias queria saber como estavam as coisas no ramo econômico da cidade e do país. Voltou para o apartamento e sentando-se no sofá olhou primeiramente para as notícias corriqueiras e depois foi dar uma foleada no de economia e viu que havia uma empresa metalúrgica que estava à venda.

 

Sorriu porque não estava com vontade de começar a se preocupar com empresas e empregados e lembrou-se que a empresa em que trabalhara nem havia pago a sua rescisão ainda e no dia seguinte iria colocar um advogado para resolver aquela situação.

 

O domingo passou sem sobressaltos. Precisava comprar um automóvel, mas pensou se seria a hora disso, mas de uma coisa sabia e faria assim que fosse na agência receber seu prêmio que era a de comprar um notebook porque queria começar a montar um planejamento de investimentos e o que faria em seguida.

 

A segunda chegou e por prudência resolveu não ir até a agencia que fora da primeira vez e procurou ir a uma que ficava mais perto de onde estava morando, precisamente na avenida Paulista e lá chegou às dez e quinze da manhã. Entrou e procurou o gerente geral e desta vez estava impecavelmente vestido.

 

- Bom dia!

- Bom dia senhor! Respondeu a gerente.

- Gostaria de abrir uma conta nesta agência, a senhorita poderia me ajudar nisso?

- Claro! A conta é física ou jurídica?

- Física!

- Vou te encaminhar a uma atendente que ela cuidará disso para o senhor.

- Qual é o teu nome mesmo senhorita?

- Meu nome é Stella Fonseca Pollete senhor!

- Não poderia ser com a senhorita? É que acertei a mega sena acumulada e não queria ficar fazendo alarde sobre isso.

- Mega acumulada?

- Sim! A que correu anteontem.

- A que teve apenas um acertador?

- Isso mesmo e ele sou eu!

- Nossa! Claro que posso abrir para o senhor e concordo que tem que manter a sua integridade preservada mesmo. Posso ver o volante?

- Pode e meu nome é Rivaldo Firmino Cardoso.

- Ah! Me perdoe. É que fiquei assombrada por conhecer um ganhador de um prêmio tão alto.

- Sem problema! Aqui está o volante.

- Preciso checar com a central! Pode me aguardar uns minutinhos?

- Posso sim! Já conheço o procedimento.

- Ah já!

- Já, mas eu aguardo.

 

Ainda surpresa e tremendo com o volante nas mãos Stella se levantou e se dirigiu discretamente para o interior da agência e doze minutos depois voltou agora mais segura de seus atos.

 

- Sei que sabe, mas o valor é de trezentos e oitenta e oito milhões, oitenta e oito mil e oitenta e oito centavos, é isso?

- Exatamente isso!

- Uau! Já sabe o que fará com este valor todo senhor Rivaldo?

- Ainda estou pensando.

- Posso lhe oferecer alguns investimentos onde poderá aplicar este dinheiro.

- Prefiro primeiramente abrir uma conta poupança e outra conta pessoa física. Depois verei o que fazer e onde aplicar.

- Claro! Tem seus documentos aí consigo?

- Tenho! Aqui estão.

  

Rivaldo estava tranquilo e quando ela foi abrir as contas solicitadas viu que ele tinha outra em outra agência.

 

- O senhor tem conta na Caixa em outra agência?

- Tenho sim, mas não quis abrir lá para que os olhos do gerente que não é tão simpático quando é a senhorita não crescesse os olhos. Respondeu sorrindo.

- O dinheiro depositado naquela conta também é de um prêmio da loteria da semana passada?

- Sim! Só que aquela é da quina e não da mega sena.

- Aquela é de mais de oitocentos e oitenta mil?

- Sim!

- E está é de apenas trezentos milhões?

- Não! Está é de trezentos e oitenta e oito milhões, oitenta e oito mil e oitenta e oito centavos. Respondeu sorrindo.

- Ah sim! Claro que sim. Quanto quer depositar em cada uma das contas?

- Vou deixar trezentos e oitenta milhões aplicados na poupança e o restante, ou seja, os oito milhões, oitenta e oito mil e oitenta e oito centavos quero na conta corrente. Pode ser?

- Claro que sim, mas não acha um valor alto para a conta corrente?

- Acho, mas como pretendo começar a fazer alguns investimentos vou deixar este valor na conta corrente.

- Posso ser curiosa?

- Pode!

- O que fará de aplicação ou comprará com os oito milhões, oitenta e oito mil e oitenta e oito centavos que estará na sua conta corrente?

- Na verdade, ainda não pensei nisso, mas a primeira coisa que farei será comprar um notebook para eu começar a me programar.

- Um notebook!

- É sim, porque?

- Mais de oito milhões e pensa em comprar apenas um notebook? Perguntou sorrindo 

- É! Estou em fase de contenção de despesas. Disse Rivaldo sorrindo.

- Estou vendo o quanto é econômico, mas a curiosidade fala mais alto que a minha sensatez. Porque não investe em imóveis? A Caixa tem várias opções de imóveis de todos os valores e até de alto padrão na carteira de recuperação por falta de pagamentos.

- Posso ser bem sincero com você Stella?

- Pode, claro!

- Na sexta-feira da semana retrasada eu era um dos que estava sendo despejado da casinha carcomida onde estava morando e isso ainda está me traumatizando.

- Desculpe, mas poderia pegar sua família e fazer uma viagem para perder o trauma.

- Outro trauma meu! A ex pegou meus dois filhos, me abandonou e pelo que consta virou amante de meu melhor amigo, aliás já era amante dele antes de meter os dois pés no meu traseiro.

- Nossa! Sério isso ou está brincando?

- Nunca falei tão sério algo assim na minha vida.

- E vai contar para ela sobre isso de estar hoje milionário?

- De forma alguma! Amava ela demais, mas ela nem se importou comigo e me chutou e se souber vai voltar feito uma cadelinha sem dono dizendo que se arrependeu e que me ama intensamente. Uma semana de férias me fez refletir bem sobre isso.

- Entendo e lhe dou toda razão. Bem feito para ela. Aqui estão os comprovantes das duas contas, o cartão provisório e o depósito transferido para cada uma delas.

- Obrigado!

- Ah! O senhor disse que ganhou na loteria na semana retrasada e também nesta, portanto, se ganhar de novo nesta semana independente de ser hoje meu melhor cliente estarei aqui a sua disposição para qualquer coisa que o banco puder lhe oferecer e isso não é uma cantada, mas sim meu lado profissional tá!

- Entendido! Na semana que vem virei aqui depositar mais dinheiro então! Respondeu Rivaldo sorrindo.

- Estarei aguardando e tem aqui o meu telefone e o número de meu celular.

- Grato! Até a semana que vem então. Disse Rivaldo se levantando e saindo.

 

Rivaldo saiu da agência tranqüilamente, mas sabia que aquela era a última vez que estaria fazendo aquilo.  Pois em duas semanas, em duas extrações de loterias recebera quase quatrocentos milhões de prêmios e não poderia ficar saindo sem segurança.

 

Saiu do bando e ao lado havia uma loja que vendia computadores de ótima procedência. Entrou, escolheu um notebook que considerou ser top de linha, pagou, pediu para embrulhá-lo e voltou para o flat e lá chegando ajustou sua maquininha nova e procurou agencias de segurança que forneciam pessoal treinado. Procurou referencias de duas delas e imediatamente ligou pedindo um representante comercial.

 

- Bom dia!

- Bom dia senhor! Respondeu a telefonista.

- Preciso falar com alguém do departamento comercial. Quero contratar seguranças armados.

- Um momento senhor! Vou transferir.

- Bom dia! Disse uma voz do outro lado da linha.

- Bom dia senhorita! Meu nome é Rivaldo e quero contratar três seguranças mulheres que possuam porte de armas e que entendam de artes marciais e de tiro. Você tem neste perfil aí?

- Meu nome é Janice e temos sim, mas neste perfil eu tenho apenas duas candidatas. É para empresa ou pessoa física?

- Pessoa física e preciso resolver isso ainda hoje. Podemos fazer isso?

- Podemos, mas o contrato é diário, semanal ou mensal?

- Mensal sem tempo de validade para terminar.

- Hum! Sem tempo quer dizer quanto mais ou menos?

- Espero que seja por muito tempo a não ser que eu morra por elas não tendo me protegido. Respondeu Rivaldo sorrindo.

- Posso ir aí pessoalmente para tratar disso se desejar.

- Faça isso! Vou lhe passar o endereço e se for possível traga as duas que conforme for elas já começam a trabalhar hoje mesmo.

- Vou fazer o orçamento e lhe envio antes de ir.

- Janice, é isso?

- Sim!

- Eu escolhi duas empresas de segurança e não sei porque o fiz, mas liguei para vocês primeiro e se não puder me atender eu irei ligar na outra empresa.

- Não é isso senhor! É que tenho que fazer uma proposta para lhe encaminhar.

- Faça o seguinte! Eu preciso de três de imediato e mais duas depois e por tempo indeterminado, portanto, faça o seu melhor, me traga uma proposta junto com vocês e um contrato que sei pré preenchido e aqui acertamos tudo. Concorda ou não?

- Vendo desta forma concordo sim. Vou convocar as duas e em uma hora e meia estaremos aí porque estão perto de nós, mas me diga o local é uma casa ou um apartamento?

- Nem uma coisa e nem outra! Estou provisoriamente hospedado em um flat, mas preciso de segurança para não ficar me expondo à toa na cidade e sei bem como que é a capital porque nasci e moro aqui a cinquenta anos.

- Compreendi e estarei aí no máximo em uma hora e meia.

- Estou lhe aguardando! Desligaram.

- Que homem doido! Deve ser alguma pessoa excêntrica que nem tem noção de valores e acho que irei perder meu tempo, mas vamos lá. Disse Janice para si mesma.

 

Rivaldo ao desligar o telefone pensou que talvez a pessoa do outro lado da linha telefônica deve ter imaginado que ele deveria estar querendo se passar por uma pessoa excêntrica e que poderia estar perdendo o seu tempo indo até onde ele estava e sorriu ao pensar que estava se tornando excêntrico mesmo, mas ia esperar a hora e meia e se ela não viesse ligaria para outra empresa porque por sua cabeça passou uma ideia maluca e tinha que ter as seguranças ao seu lado de imediato.

 

Não teve que ligar para outra empresa porque uma hora e vinte depois a jovem da recepção ligou comunicando que haviam três pessoas desejando falar com ele e ele autorizou que elas subissem e alguns minutos depois a campainha tocou ele foi atender e tomou um susto, pois pensava que as seguranças seriam do tipo masculinizadas e ao contrário disso eram duas jovens perfeitas assim como era Janice.

 

- Bom dia senhor! Sou Janice Ribeiro Lima e estas são Ivana Aragão Maia e Regiane Esteves.

- Entrem por favor!

 

Entraram e Rivaldo pode vê-las passando por ele em direção às poltronas da sala e ele não conseguiu se conter ao olhar para elas e eram realmente acima da média.

 

- Sentem-se por favor!

 

Sentaram e enigmaticamente Rivaldo encarou Janice.

 

- Vocês realmente são seguranças? Perguntou Rivaldo.

- Sim! Responderam as duas.

- Eu poderia jurar que eram modelos e não seguranças.

- Porque ela tem porte físico diferenciado senhor? Perguntou Janice.

- Bem por aí, mas vamos ao motivo que contatei a vossa empresa e deve ter achado que eu seria um quem sabe cliente excêntrico ou alguém que não tinha o que fazer, não é?

- Confesso que cheguei a pensar isso mesmo! Respondeu Janice sorrindo.

- Se pensou isso porque veio?

- Na pior das hipóteses eu sairia para esticar as pernas e almoçaria fora. Respondeu.

- Mas acredite, não sou nenhum desocupado, porém, estou começando a acreditar que estou ficando excêntrico. Disse Rivaldo sorrindo e as contagiando.

- Bem! Como o senhor não me deu tempo nem para respirar, procurei fazer uma proposta no menor valor que pude e que gostaria de lhe entregar para que analise e decida. Disse Janice entregando a proposta.

- Tudo bem, mas trouxe também o contrato pré preenchido?

- Trouxe sim!

- Agora as perguntas. As senhoritas têm porte de armas e estão habituadas a usá-las?

- Elas têm sim senhor conforme atesta os documentos que eu trouxe para que possa apreciar.

- Também estão preparadas para defesa pessoal?

- Também!

- Estão cadastradas pela polícia federal no uso de porte de armas?

- Sim! Estão.

- Posso confiar cem por cento nestas informações?

- Pode com certeza e também trouxe estas autorizações comigo! Informou Janice.

- Posso colocar sem medo ou receio a minha vida nas mãos de vocês?

- Pode! Responderam as duas.

- Morreriam por mim? Perguntou Rivaldo sorrindo.

- Este é nosso dever e nossa obrigação senhor. Respondeu Ivana.

- A pergunta era brincadeira, mas quantos anos vocês têm. Posso saber?

- Ivana tem vinte e oito anos e Regiane tem trinta.

- Ivana! Você com vinte e oito anos diz que morreria por mim?

- É o nosso dever isso senhor!

- Credo! Lembrem-me de jamais namorar com uma segurança privada porque senão eu ficaria viúvo antes mesmo de me casar com ela. Disse Rivaldo tirando riso delas.

- Quer dar uma olhada na proposta senhor? Pediu Janice.

- Quando acredita que tenha condições de me fornecer mais duas ou três outras seguranças?

- Me dê até cinco dias que eu arrumo elas nem que tiver que tirá-las dos concorrentes.

- Vamos preencher o contrato para assinarmos então.

- Não vai ler a proposta?

- Você não disse que fez uma proposta no menor valor que pode e entregou para que analise e decida?

- Sim! Foi o que eu disse.

- Acredito em você e no que disse então. Aqui estão os meus dados e pode redigir o contrato que já resolvemos isso agora mesmo e as jovens começam a trabalhar comigo amanhã de manhã e a propósito, as senhoritas são casadas ou tem noivos ou então namorados ciumentos?

- Não! Ninguém quer namorar com guarda costas como o senhor disse. Respondeu Ivana.

- Ainda bem porque não sou ou acho que não seja excêntrico e nem desocupado, mas saibam antes de começar a trabalhar comigo que não terão mais tempo para nada assim como eu não terei e que no meu caso, trabalho será algo que farei direto e precisarei estar bem amparado para poder ao menos tentar estar preparado para o que está por vir. Concordam com isso?

- Sim! Concordaram as duas.

- Inicialmente estão preparadas para trabalhar bem perto do trabalho e no caso seja sim, provisoriamente locarei dois apartamentos aqui no andar mesmo para que fiquem sempre por perto.

- Estamos! Responderam as duas.

- Janice! Por favor, prepare o contrato que quero assiná-lo já.

- Não vai mesmo querer ver o valor que coloquei na proposta?

- É a mais justa que conseguiu fazer?

- Foi! Sem dúvida nenhuma foi.

- Então providencie ele por favor e vamos trabalhar.

 

Janice pegou o documento de Rivaldo, tirou o notebook da bolsa que levava e sentando-se à mesa preencheu os dados rapidamente faltando apenas imprimir o mesmo para que assinassem, mas este não foi problema, pois foi encaminhado à recepção do prédio que o fez em três vias de igual teor e logo um mensageiro levou até eles. Assinaram e Janice levaria reconhecer assinaturas a pedido de Rivaldo e logo pela manhã seguinte as jovens estariam ali para acompanha-lo.

 

Se despediram e Rivaldo as acompanhou até a recepção e lá foi fazer a reserva de dois apartamentos ao lado do seu e novamente mesmo sem ter a intenção de olhar não conseguiu conter ao menos discretamente olhar para aquelas duas beldades.

 

Após elas terem ido embora e ele ter feito a pré reserva dos dois apartamentos voltou para a sua unidade e foi vasculhar por onde ele poderia começar a investir seu dinheiro e viu nos jornais que havia comprado várias oportunidades e ironicamente na página de um dos jornais encontrou algo que lhe chamou a atenção que era possivelmente a empresa da qual fora demitido sendo colocado em um banco de negócios e que estaria a venda.

 

- Só faltava ser ela e se for será ou seria uma ironia dele poder vir a ser proprietário de uma empresa na qual fora demitido e nem tinha recebido a sua rescisão ainda. Pensou sorrindo.