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Título   O resgate de um anjo Gênero Espiritual
 
     
     
     
     
 

 

Título original: O resgate de um anjo

Romance / Espiritual

edição

 

Copyright© 2024 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

 

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

 

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

 

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 

 Apoio Cultural:

 
  Lançamento de livros e/ou filmes possuem custos e o autor busca PATROCINADORES para lançar suas obras tanto para edição em formato de livros de papel ou quem sabe, para a realização de filme (s)... Caso haja interesse em relação à isso favor entrar em contato. Grato.
 

 

 

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

 

Início dos tempos.



Após a grande rebelião no céu, Lúcifer o anjo mais belo e iluminado do Senhor juntamente com a legião de um terço de todos os anjos, foram banidos e enviados para as profundezas. Dentre estes anjos banidos, encontrava-se um poderoso anjo da guerra, Eliosel. Forte, determinado e destemido. Logo que chegaram às profundezas foi escalado e escolhido para ser o poderoso general que comandaria todas as legiões do mal de Lúcifer.

Muitas atrocidades e maldades foram cometidas por ordem e aprovação do poderoso general, até que certo dia, Eliosel cansado, para e começa a meditar sobre o que estava fazendo. Foi aí que se deu conta do erro que havia cometido e que estava cometendo e ao se dar conta, sem sequer pensar, prostrou-se no chão e pediu perdão para Deus pelo que tinha causado e estava causando para a humanidade. Três seres viram o seu gesto... O Pai, o Filho e um cagueta dos portais do inferno.

- Pai você está vendo o que eu estou vendo? Perguntou o Filho.
- Sim, estou!
- Pai! Dê uma chance para ele.
- Não! Nunca! Um anjo caído não pode voltar. Esta é a Lei.
- Mas pai! Ele está arrependido e pede perdão.
- A resposta é não! Ele não pode voltar.
- Pai!
- Já disse não e basta!

Esta foi à conversa entabulada lá nas alturas do céu, porém Kartiel, fiel servidor do senhor das trevas, ouvindo o que Eliosel acabara de fazer, correu para contar sobre o que vira e ouvira. Indignado o senhor das trevas ordena a presença do general.

- Como ousas se prostrar e pedir perdão para o Outro?
- Não entendi meu amo e senhor! Responde assustado Eliosel.
- Vieram me informar que você se prostrou e pediu perdão para as suas faltas.
- Deve estar havendo um engano. Eu não me prostrei. Eu me ajoelhei porque estou cansado e o fiz para descansar um pouco.
- Está cansado? Quer um tempo para descansar?
- Se me fosse possível, sim, gostaria.
- Está bem. Está afastado por algum tempo de suas atribuições. Pode se retirar.

Na verdade, o senhor das trevas não estava lhe dando um tempo para descansar. O que ele desejava era afastar o poderoso general da frente de suas falanges, pois somente ele poderia tomar o controle das profundezas caso resolvesse fazer uma rebelião, pois ele tinha controle total sobre todos os demônios das trevas. Deixou-o completamente afastado de tudo o que era poder e o tempo foi passando.

Por outro lado, Eliosel sentiu-se mais leve ao ter tirado o terrível fardo que carregava das costas e dia após dia, ele se prostrava e pedia perdão ao Senhor por tudo de mal que ele havia feito e todos os dias o Filho ouvindo cobrava o perdão do Pai.

- Pai! Ele está arrependido. Dê uma chance para ele.
- Não! Já lhe falei que a Lei diz que ele não pode ser perdoado.
- Mas Pai, ele está pedindo uma nova chance.
- Não e não!

E assim foi se passando o tempo, até que um dia, depois de tanta insistência de seu filho, o Senhor resolveu dar uma nova chance para Eliosel e mandou chamar o senhor das trevas.

- Você sabe por que eu te chamei?
- Tenho a impressão que sim. Seria por causa de Eliosel, meu poderoso general?
- Ele mesmo. Quero lhe fazer uma proposta.
- Qual?
- Tal qual fizemos com Jó, quero lhe propor um acordo.
- Igual ao que fizemos com Jó! Eu concordo. Este eu já ganhei. Eliosel é meu general.
- Vais enviá-lo para o mundo terreno, como mortal e você pode fazer o que quiser com ele e com todos os que o rodeiam, só não pode lhe tirar vida. Concorda?
- Concordo!
- Então que assim seja feito.

E de fato assim foi feito. Nova chance foi dada e Eliosel encarna na terra em forma mortal.

 

Campinas, SP, 15 de maio de 1978.
(Favela Rouxinol)
 


Porém nasce em uma família negra paupérrima, filho de um pai traficante de drogas e tendo como mãe uma prostituta viciada e aí começa a saga de um garoto que desde pequeno todos os dias se prostra para agradecer a Deus por pecados que nem ele, ainda criança sabe que cometeu.

E assim começou a vida daquele menino malcuidado, cheio de doenças, largado pela mãe e rejeitado pelo pai e vivendo de um lado para o outro nas mãos de tios e avós que não se importavam em nada com ele.

Os mais próximos dele o olhavam com pena e não tinha ideia de como ele conseguia sobreviver cheio de problemas e de doenças e quando tinha apenas cinco anos de idade uma vizinha sua vendo-o largado no meio das vielas da favela pegou-o, deu-lhe banho, vestiu uma roupinha que arrumou com uma vizinha e o levou até um posto de saúde e quase acabou presa pelos maus tratos que a criança apresentava.


- Está doida de tratar uma criança desta forma? Perguntou a médica olhando para o garoto todo emberebado.
- Ele não é meu. É de uma vizinha que não está nem aí com ele.
- Como pode uma mãe deixar uma criança chegar neste estado. Todo machucado, cheio de vermes, doente, malcuidado, desnutrido. Quero o nome dela porque irei mandar assistente sociais lá resgatá-lo e prender os pais dele.
- Por favor doutora! Se fizer isso o pai dele irá me matar.
- Como assim matá-la?
- Prefiro não dizer. Só preciso que cuide dele. Pode fazer isso?
- Já entendi, posso, mas vai me prometer trazer ele ao menos uma vez por semana aqui que vou cuidar de medicá-lo. Pode ser assim?
- Pode! Eu darei um jeito de trazê-lo.
- Como é o seu nome nobre senhora?
- O meu é Neuza!
- A senhora é uma anja que apareceu na vida deste garoto e lhe digo mais, alguém lá em cima gosta deste garoto porque nas condições em que ele se encontra já deveria ter morrido a um bom tempo, mas vamos cuidar dele para que ele se recupere e cresça forte.
- Deus lhe abençoe por isso doutora!
- Só pela senhora tê-lo trazido aqui já sinto que Ele me abençoou e ainda mais a senhora.
- De coração obrigado. Respondeu Neuza chorando.

Após ter sido atendido e medicado o pequeno Saulo saiu posto de saúde e Neuza preocupada e assustada com o que Angelina e Jocélio, os pais do pequeno Saulo poderiam fazer com ela, mas chegando no barraco onde eles moravam ambos nem se preocuparam em saber onde estivera o garoto e ambos firmaram um pacto de que manteriam aquilo do tratamento dele em segredo e assim fizeram.

 

- Angelina! Me perdoe por me intrometer, mas acabei levando Saulo até o médico.
- Levou?
- Levei, me perdoe por isso!
- Por acaso você acha que eu não cuido bem dele?
- Não! Eu não disse isso, apenas vi ele passando mal e como vocês não estavam aqui acabei levanto ele até lá para que ele tomasse algum remédio.
- O que está acontecendo aqui? Perguntou Jocélio entrando na conversa.
- É A atrevida da vizinha meu amor! Ela veio me informar que o menino não estava passando bem e ela sem nossa autorização pegou-o e o levou para o médico.
- Qual é o seu nome? Perguntou aquele homem enorme.
- Neuza! Meu nome é Neuza!
- O moleque estava mal?
- Estava sim senhor!
- E acha que não cuidamos bem dele?
- Longe de mim pensar isso, mas ele não estava bem e acreditei que estaria fazendo uma boa coisa para os senhores.
- A senhora é evangélica?
- Costumo ir na igreja sim!
- E acha que nos fez um favor por leva-lo lá no médico?
- Bem, vi-o passando mal, dei um banho dele, arrumei umas roupinhas para vesti-lo e o levei até o posto de saúde.
- E o que o médico disse?
- Disse que ele está cheio de vermes, desnutrido e outras coisas.
- E depois ela o medicou?
- Sim!
- Quantos anos você tem senhora?
- Tenho trinta e nove anos de idade.
- E acha que cuidaria dele melhor que a mãe dele cuida?
- Não! De forma alguma. Jamais diria isso.
- Vou ser sincero com a senhora. Sabe bem o que é que eu faço, não sabe?
- Digamos que sei por cima.
- Gostei da senhora, mas eu sou traficante e tenho uma comunidade para cuidar. Por isso não tenho dedicado atenção para meu filho o que eu sinto demais, mas se dedicar atenção para ele podemos todos nós acabando sendo mortos pelas outras facções. Por outro lado, a mãe dele, hoje, parece que está tendo um dia de abstinência e por isso está fazendo o tipo de boa mãe, mas no fundo ela é uma viciada em drogas e também uma mulher da vida e não está nem aí com o menino.
- Sinto muito! Disse Neuza sem saber o que dizer.
- Não tem que dizer nada, mas me diga, se acabou se preocupando com ele foi porque simplesmente o viu mal ou porque gosta dele?
- Posso ser sincera?
- Deve ser!
- Moro aqui do lado e todos os dias eu dou alguma coisa para ele comer porque ele fica sem comer nada, mas tenho receio de fazer isso.
- Pelo o que eu faço?
- Mais ou menos isso.
- Vou lhe fazer uma proposta, mas antes me diga. A senhora mora com mais quem no seu barraco?
- Sozinha!
- Trabalha com o que?
- Trabalho como diarista.
- Ganha quanto por mês?
- Pouco mais de um salário mínimo por mês.
- Não quero ver meu filho crescendo aqui neste meio porque sei que ainda acabarão me matando e matando ele também e quero lhe propor uma coisa. Presta atenção.
- Estou prestando.
- Tenho uma casa humilde, mas que é minha e documentada ao lado do Jardim Itatinga, mas que não fica na zona das putas e se quiser fazer um acordo comigo lhe dou a casa para morar e lhe pago três salários mínimos por mês e mais as despesas de alimentação e as despesas normais do dia a dia. Também comprarei roupas para o menino e quero que o eduque para que seja um homem de verdade e fora do crime. Pode fazer isso por mim e por ele?
- Mas e a mãe dele?
- Será um alívio ela se livrar dele, te garanto.
- O senhor que passar a guarda dele para mim, foi isso que disse?
- A guarda não, mas farei um documento onde passo a guarda dele oportunamente, mesmo porque não sei quanto tempo irei durar nesta vida que levo.
- Ainda irá durar muitos anos, não seja negativo.
- Na vida que eu levo? Duvido muito, mas caso eu venha a faltar deixarei que algum amigo da minha confiança banque as despesas mensais até que o menino complete dezoito anos. A senhora poderia fazer isso por mim e para Saulo?
- E quanto a mãe dela, será que ela não irá se incomodar?
- Garanto que não, mesmo porque sei que ela está com uma doença terminal e não durará muito tempo. Temos um acordo?
- Digamos que eu aceite, quando quer que mudemos daqui?
- Por mim agora mesmo, pois temo que coisas ruins estão para acontecer. Quanto a casa, ela é boa. Tem dois dormitórios e está toda mobiliada. Só terá que levar suas coisas pessoais, mas lembre-se o acordo será o de manter meu filho educado e protegido. Temos este acordo?
- Temos!
- Então vá para sua casa, arrume suas coisas, separe o que deseja levar que mando levarem agora mesmo se desejar, pois como eu disse, quero tirar meu filho daqui com urgência.
- Vou para casa e separar o mínimo do mínimo. Só roupas e objetos pessoais já que disse que lá está tudo mobiliado e deve ter louças, cobertas, travesseiros e estas coisas.
- Lá tem de tudo, pode ficar tranquila. Vá lá e peque suas coisas e vou chamar alguém da minha confiança para leva-los e vá sem olhar para trás.
- Farei isso! Daqui meia hora estará tudo pronto para sairmos.
- Vou falar com Saulo então.

Neuza saiu e Jocélio chamou Saulo para conversar. Pediu perdão para ele por não lhe ter dado mais atenção e disse que se algum dia ele ainda estivesse bem iria lhe procurar, mas que ele não esperasse, pois sabia que as suas chances de sobreviver eram mínimas e que a dona Neuza cuidaria dele a partir daquele dia e que ele a respeitasse como se fosse sua segunda mãe e Saulo nem esboçou o sentimento de chorar, mesmo porque, nem sabia direito o que era aquilo, mas foi até o quarto se despedir da mãe, mas viu que ela estava como sempre estava, desligada do mundo. Saiu, abraçou seu pai com carinho e saiu acompanhado de dona Neuza em um carro que os levaria para um lugar onde ele iria passar apertado, mas estaria livre da perseguição de outra facção que sabia estava para invadir o local e mata-lo a qualquer momento.

Viu Neuza e seu amado filho indo embora e foi até o quarto onde estava Angelina e a encontrou morta devido a uma overdose e agradeceu a ela por ter poupado de vê-la sendo eliminada na sua frente e mal Saulo desaparecia com Neuza doze homens fortemente armados invadiram sua casinha e simplesmente o fuzilaram não deixando margem de dúvida de que ele estava morto e festejaram pelo feito criminoso que acabaram de cometer.

 


- Como o chefe previu saímos de lá bem a tempo. Comentou Romualdo ouvindo os tiros.
- Foi lá?
- Foi e nele!
- Então ele sabia que ia ataca-lo hoje?
- Uma pessoa do lado de lá que o conhecia disse que não poderia fazer nada, mas que não o pegassem hoje isso não passaria de amanhã.
- E ele não quis se defender?
- Não! Ele queria apenas proteger o garoto e foi Deus quem colocou a senhora na vida do menino, senão ele seria outra vítima.
- E agora?
- O que ele te prometeu fique tranquila que o chefe disse que uma pessoa da confiança dele bancaria as despesas, não foi?
- Foi!
- Está pessoa sou eu e pode ficar tranquila que não sou do crime, pelo menos diretamente não e se algo me acontecer alguém ligado a mim cuidará do que foi prometido e combinado com a senhora.
- Se ele sabia que iam pegar ele, porque não foi embora daqui para bem longe?
- Quando se mete neste meio e querem o seu pedaço não há quem faça eles desistirem e está foi a quarta vez que tentaram, mas o chefe ficou com poucos soldados, pois a maioria mudou de lado. Sobraram dos quase duzentos apenas doze que morreriam por ele, mas ele disse que não queria ver mais mortes dos que eram ligados a ele.
- Eu prometi uma coisa para ele vou cumprir o prometido de todas as formas e ainda mais agora por ver este lado bom que ele tinha mesmo sendo do crime.
- Não irá se arrepender, mas vou lhe dizer uma coisa. Este menino tem algo de especial dentro dele e só não sei o que seja e isso era uma coisa que o pai dele viu desde o dia em que ele abriu seus olhinhos ao nascer.
- Deus há de me ajudar a cuidar deste menino e disso não abro mão.

Neuza e Romualdo conversavam no caminho que percorriam de onde eles estavam até o local onde iriam morar a partir de então e deitadinho no banco de trás do automóvel Saulo em voz baixa ia orando e agradecendo a Deus por tudo de bom que vivera e estava vivendo e pedindo perdão pelos seus pecados sem, no entanto, saber o que seriam eles.


- Pai! Você está vendo o que aconteceu?
- Vi e assim estava escrito.
- O que irá fazer?
- Eu nada e nem ele, pois este foi o acordo que fizemos.
- Acordo!
- Sim! Você não pediu para eu dar uma chance para Eliosel?
- Pedi porque ele merece.
- Então! Fiz um acordo com seu irmão para devolvê-lo para a terra em forma humana.
- Posso saber qual foi o acordo?
- Mil almas se Eliosel não se reerguer.
- Mil almas!
- Isso mesmo e isso foi graças ao seu pedido. Agora, mesmo não podendo interceder por Eliosel, torço para que ele se reerga.