Título original: Penitenciária

Romance / Drama

1ª edição

Copyright© 2023 por Paulo Fuentes®

Todos os direitos reservados

Este livro é uma obra de ficção.

Os personagens e os diálogos foram criados a partir da imaginação do autor.

Autor: Paulo Fuentes

Preparo de originais: Paulo Fuentes

Revisão: Sônia Regina Sampaio

Projeto gráfico e diagramação:

Capa: Paulo Fuentes

Todos os direitos reservados no Brasil:

Paulo Fuentes e El Baron Editoração Gráfica Ltda.

Impressão e acabamento:

 Apoio Cultural:

Esta é uma obra de ficção romanceada...
Qualquer semelhança com fatos presente, passado ou futuro...
Pode ser mera coincidência.
(nota do autor)

São Paulo, 8 de março de 2024.

- Amor! Você vai chegar tarde? Perguntou Marlene.

- Ainda não sei! Vou trabalhar agora cedo, depois irei para a faculdade e vou ter uma reunião com o professor Sócrates e sabe como que são nossas conversas.

- Sei não você e este professor! Já estou começando a ficar com ciúmes destas conversas dos dois.

- Para de besteira amor! Sabe que só tenho amor no coração para você e para a nossa pequena, não sabe?

- Eu sei disso, só estou querendo descontrair.

- Está preocupada com alguma coisa?

- Não amor! São apenas preocupações com meu trabalho.

- Se eu puder ajudar, sabe que é só falar.

- Sei disso e te agradeço. Você leva deixar a Jenny para mim na escola?

- Claro que sim! Você e nossa princesa sempre estarão em primeiro lugar na minha vida.

- Nossa! Hoje você está todo meloso.

- Ué! Estou normal é você que não presta atenção neste homem que te ama mais que a mim mesmo.

- Ah nem vem! Sabe que eu te amo muito, não sabe?

- Sei sim e agradeço a Deus por ter colocado você no meu caminho e se quer saber mais, você é a luz que ilumina a minha vida e se eu a perdesse nem sei o que faria.

- Não irá me perder nunca a não ser que me expulse de sua vida.

- Agora quem está apelando é você porque sabe que se eu sequer pensar em fazer isso eu nada mais poderia fazer a não ser me expulsar de mim mesmo.

- Sei que jamais faria isso, mas pode levar a Jenny porque tenho que pegar umas coisas de trabalho lá no pólo três da empresa.

- Tá! Vou sair porque senão me atrasarei também. Até a noite.

- Até!

Cristiano beijou carinhosamente sua esposa e pegando sua pequena filha Jennifer no colo para não perder tempo apressou os passos e depois de colocá-la na cadeirinha do carro entrou, deu a partida e levou-a para a escolinha onde passava o dia todo por lá.

Chegou, estacionou, desceu, abriu a porta a soltou da cadeirinha e levou-a até a porta onde Sabrina os recebeu com carinho.

- Tudo bem doutor Cristiano?

- Fala baixo porque ainda não me formei.

- Para! Falta quanto tempo para se formar?

- Apenas mais seis meses!

- Seis meses passam rápido doutor e fico feliz pelo senhor.

- Obrigado Sabrina. Filha querida! A noite o papai vai contar para você e para a mamãe uma coisa linda que irão adorar.

- O que é papai?

- Não! Agora não. Só a noite, mas vai amar.

- Oba! Vai comprar chocolate e sorvete?

- Isso você tem em casa, mas comprarei os dois para comemorar. Agora acompanhe a titia Sabrina e boa aula. Disse Cristiano se despedindo e vendo-a entrar na escola.

Ficou ali olhando ela entrar e pensando que aquela noite seria perfeita, pois graças à sua dedicação e inteligência mesmo não tendo se formado fora promovido a direção jurídico da empresa onde trabalhava e com isso poderia dar entrada na casinha tão sonhada por sua amada esposa Marlene. Jenny entrou e ele voltou para o carro e foi para a empresa onde estaria sendo promovido naquele dia.

Ao mesmo tempo em que Marlene saia da unidade da empresa que era um poderoso conglomerado de uma empresa nacional, mas aliada a várias outras que a transformaram em grupo que fazia inveja até para as maiores empresas no país que por sinal, muitas delas recebiam algum tipo de trabalho da qual trabalhava. Estava feliz. Conhecia Cristiano desde que era uma pré-adolescente e ambos eram tão apaixonados que quando estava com quatorze anos quando seus pais morreram em um acidente ela perdeu o chão por ser filha única que não sabia o que fazer e ele, seu jovem namorado cinco anos mais velho que ela a amparou e pedindo para seus pais a recolheram no seio de sua família e lá foi ficando até que um ano e meio depois acabou ficando grávida e para sua surpresa os pais de Cristiano amaram este fato e se casaram três meses depois estando ela com apenas quinze anos de idade.

Jennifer veio ao mundo em uma quinta feira onde no céu havia uma linda lua cheia e resolveram colocar o nome porque o significado era ou seria justamente branco e suave apesar dela ser totalmente negra assim como seus pais, porém, Marlene e Cristiano eram chamados por todos de casal perfeito de tão belos que eram e Jennifer mostrou que não fugira a regra em matéria de beleza. Enfim ambos tinham notícias para passar para o outro e teriam que esperar para comunicar. Cristiano sobre a sua promoção e Marlene de que estava grávida novamente.

Cristiano chegou no belo edifício que trabalhava e parecia que todos sabiam que ele seria promovido, pois desde o segurança do térreo até a recepcionista do seu andar o saudaram com admiração e respeito coisa que sempre foram educados com ele, mas jamais aquela forma carinhosa e diferenciada e mal passou pela recepcionista todos os funcionários da empresa que possuía três andares daquela torre estavam lá reunidos e ao verem-no o deixaram emocionado pois o receberam com uma estrondosa salva de palmas.

Cristiano ficou completamente sem reação, pois não esperava aquilo tudo e de repente um negro que era o único que trabalhava naquela empresa de certa forma racista estava quase promovido à direção do departamento de maior impacto naquela empresa que fazia parte de um grupo de negócios.

- Um momento por favor senhores! Quero pedir para o doutor Cristiano que venha até mim porque tenho algumas palavras para lhe dizer. Disse a vice-presidente de negócios da empresa.

Todos se calaram e com isso Cristiano ainda constrangido se encaminhou até ela.

- Todos vocês que aqui trabalham já devem ter se perguntado do porque ninguém ainda havia sido promovido para o cargo de diretor geral do nosso departamento jurídico em virtude do doutor Claudio ter se aposentado a três meses atrás, mas nas conversas que temos, ele, que trabalhou conosco durante anos nos dizia e ainda diz direto que jamais viu ou conheceu alguém tão responsável, dedicado, inteligente e eficiente como vira na figura deste jovem que aqui diante de vocês estão e dado a isso, mesmo faltando apenas alguns meses, poucos meses como ele mesmo diz para se formar nos recomendou que o promovêssemos logo antes que ele se formasse e arrumasse outro emprego. Portanto, para parar de elogiá-lo para não aumentar ou criar um ego nele chamo o presidente de nosso grupo para lhe conceder a sua honrada e merecida promoção. Peço uma salva de palmas para o doutor Henry Jefferson Illinois. Disse Pâmela Carmem Irathio.

Uma estrondosa salva de palmas se ouviu mesmo porque aquele era o poderoso diretor presidente de um grupo que contava no total em todas as atividades mais de cinco mil funcionários.

- Sei que muitos aqui não me conhecem pessoalmente e os que me conhecem sabem que eu não sou de falar muito, mas tanto que a nossa vice-presidente pediu e o doutor Cláudio Onofre Seixas nosso ex diretor jurídico e amigo de longa data me pediu que fiz questão de vir aqui para promover este jovem promissor a diretor do corpo jurídico da empresa mesmo ainda faltando poucos meses para ele se formar. Doutor Cristiano Barbosa tenho o orgulho de conceder-lhe esta promoção e seja bem-vindo à nossa enorme luta em defesa de nossos clientes.

Outra imensa salva de palmas de todos incluindo aqueles que eram totalmente racistas e que não aceitam que ele, um ainda quase garoto negro assumisse o terceiro melhor cargo dentro da empresa, mas Cristiano estava tão feliz que nem se importou com isso e viu que mesmo constrangidos foram de certa forma obrigados a engolir aquilo que chamaram de afronta.

- Filho venha até a minha sala e por favor Pâmela nos acompanhe. Quanto aos senhores voltem aos seus devidos lugares porque a empresa não pode parar.

Todos saíram rapidinho de onde estavam retornando aos seus afazeres e Cristiano seguiu Pâmela e o poderoso Henry até a sala da presidência.

- Sentem-se por favor! Pediu Henry.

Pâmela e Cristiano se sentaram e Henry voltou a falar.

- Você não sabe ou nem sei se sabia, mas eu sempre fui um homem racista e jamais sequer cogitei a ideia de aceitar para trabalhar aqui da raça negra, mas o Cláudio que infelizmente não pode estar aqui hoje falou tanto de você antes sequer de você saber daqui que eu, pela primeira vez baixei a minha guarda e resolvi atende-lo e deixei que ele te contratasse, mas confesso que tinha certeza de que ia fazer besteira. Com isso comecei a olhar o seu trabalho e você demonstrou que no meio jurídico, mesmo ainda nem estando formado superou o meu querido amigo e até eu que fui considerado um dos melhores advogados tanto aqui do Brasil quando do meu país, portanto quando ele me disse que ia aposentar porque estava cansado eu me desesperei e ele pediu que eu deixasse a vaga dele suspensa e que acompanhasse seus passos e de fato o senhor me surpreendeu cada dia mais e quando ele me disse que o senhor estava para se formar e se eu não o segurasse com certeza teriam concorrentes nossos que o roubariam de nós e eu e minha empresa perderíamos o melhor profissional que já passou pelo nosso departamento jurídico. Com isso revi minhas ponderações e descobri que o racismo está dentro de cada um de nós e peço perdão por isso. De coração, seja bem-vindo.

Cristiano não soube o que dizer ou responder, mas Pâmela consertou isso e tudo terminou bem e a tarde quando ele fosse para casa tinha certeza de que ele comemoraria muito com sua linda esposa.